ANM realiza simpósio sobre Atualização em Cirurgia do Trauma

18/10/2018

Aconteceu na tarde da última quinta-feira o simpósio “Atualização em Cirurgia do Trauma” na Academia Nacional de Medicina. Sob organização dos Acadêmicos Pietro Novellino, Silvano Raia, Samir Rasslan, Ricardo Cruz e Rossano Fiorelli, palestrantes convidados realizaram conferências sobre as recentes descobertas no diagnóstico e tratamento de traumas.

Dando início ao evento, o Prof. Bruno Vaz de Melo, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, apresentou a conferência “Cirurgia para controle de danos: Aspectos atuais”, na qual abordou os tipos de trauma que podem desencadear a “tríade mortal”: coagulopatia, acidose, hipotermia. Segundo ele, as principais técnicas desenvolvidas para a minimizar as possibilidades de morbi-mortabilidade em pacientes traumatizados são laparotomia inicial, para controle de sangramento e contaminação, ressuscitação, cirurgias de controle de danos e transfusão de sangue. Por fim, o médico esclareceu a relevância do planejamento operatório e as possíveis complicações, demonstrando por meio de vídeos e casos clínicos os tratamentos mais recentes.

Acadêmicos Silvano Raia, Milton Meier, Jorge Alberto Costa e Silva (Presidente), Pietro Novellino e Rossano Fiorelli na abertura do Simpósio

O Acadêmico Rossano Fiorelli apresentou em seguida o tema “Manejo atual das feridas transfixantes do mediastino”. Em sua introdução, o Acadêmico apontou a abordagem adequada para cada caso e paciente, de acordo com o ferimento. Segundo ele, lesões graves por trauma representam 10% de todas as lesões vasculares, enquanto 80% dos pacientes morrem no evento traumático e os que chegam ao hospital têm mortalidade acima de 20%. Ele demonstrou ainda, por meio de estudos e pesquisas desenvolvidas nos últimos anos, os dados referentes aos principais órgãos e estruturas lesadas.

Em sua conclusão, o Acadêmico afirmou que a abordagem e o tratamento são prioritariamente sobre as lesões vasculares e cardíacas em detrimento das lesões de outras estruturas, devido a frequência e gravidade, pois levam ao choque hemorrágico e morte quando não tratadas precocemente. Declarou ainda que não é indicada a exploração para todos os pacientes e que o fator determinante para tomada de decisão é a instabilidade do paciente – demanda exploração cirúrgica imediata.

O Professor Titular de Neurocirurgia da UNIRIO, Dr. José Fernando Guedes-Correa de abordou o tema “Conduta atual nas lesões traumáticas do plexo braquial”. O especialista versou sobre os registros históricos existentes acerca das lesões e sua presença atualmente na sociedade. Ele apresentou casos clínicos para exemplificar os variados tipos de lesão do plexo braquial, indicando a epidemiologia de cada trauma e as formas mais eficazes de diagnóstico e tratamento. Por fim, o médico destacou que a avaliação precoce seguida de cirurgia é o melhor cenário possível para o paciente, e que o que é encontrado durante a exploração definirá a estratégia.

Dr. Bruno Pereira, Professor de Cirurgia do Trauma da UNICAMP, versou sobre reposição volêmica e suas bases atuais no paciente traumatizado. De acordo com o especialista, os fundamentos da reposição volêmica são lesão tecidual e morte celular, ele afirmou ainda que o contexto clínico é a chave do sucesso ou fracasso na estratégia de reposição volêmica. Ele indicou a importância da relação entre proteína e balanço hídrico e os principais distúrbios provenientes de um possível desequilíbrio de fluidos – desidratação, hemorragia, sepsis e hipervolemia por reposição. O médico apresentou finalmente estudos e artigos realizados a respeito da eficácia do medicamento Hidroxietilamido no tratamento de pacientes de trauma que requerem cirurgia emergencial, e concluiu indicando as tendências para o uso da técnica. Entre elas, reanimação com fluidos como medida para salvamento, reposição guiada por monitorização – com o objetivo de otimizar a distribuição de oxigênio – e minimização na administração de líquidos, para minimizar o dano iatrogênico causado pela sobrecarga, redução da droga vasoativa e equilíbrio de fluidos.

Em seguida, a Prof.ª. da UNIFESP, Dra. Lydia Masako, realizou a palestra “Manejo do paciente grande queimado”, na qual qualificou os casos de queimaduras como problemas de saúde pública. Segundo ela, as incidências de queimaduras são de aproximadamente 1 milhão de casos por ano, sendo a segunda principal causa de morte entre crianças. Ela indicou os graus de profundidade de queimaduras classificando-as em superficiais, intermediárias e profundas, e por extensão corporal, quando se indica o percentual de área atingida. A especialista apontou os tipos de inflamação possíveis e a rotina de tratamento – escarotomias, debridamento cirúrgico, excisão e enxertos. Destacou também a relevância da cirurgia plástica no tratamento de queimaduras e versou por fim sobre os principais desafios da prevenção, tratamento e da qualidade de vida do paciente queimado.

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