EXERCÍCIO FÍSICO NA DOENÇA RENAL CRÔNICA

26/07/2016

Apesar de pacientes com DRC terem a atividade física reduzida, existem muitos estudos mostrando a importância do exercício nesta doença, melhorando sua qualidade de vida, atenuando seu condicionamento físico inadequado.

Algumas consequências fisiologicas da DRC são similares às consequências no descondicionamento físico nos pacientes. A tolerância reduzida ao exercício físico em pacientes portadores de DRC pode ser atribuída a diversos fatores, como anemia, distúrbios metabólicos, danos no controle autonômico cardíaco, defeitos no metabolismo oxidativo muscular, atrofia dos músculos esqueléticos e disfunções cardíacas, que podem ser agravadas com o sedentarismo. Disfunções psicológicas como a depressão, também são comuns em pacientes com DRC e podem influenciar também a capacidade física desta população.

Os benefícios de natureza física, mental, emocional e psicossocial proporcionados pelo exercício físico à população, em geral, são bem conhecidos. Além disso, o exercício regular aumenta a força, controla a pressão arterial e o diabetes, melhora o humor, diminui a ansiedade e a depressão, auxilia no controle do estresse e do peso corporal, diminui os fatores de risco cardiovasculares, mantêm saudáveis os ossos, músculos e articulações e diminui a taxa de mortalidade. É lógico que o exercício não é uma panacéia universal, mas os efeitos benéficos proporcionados quando realizados de forma adequada são efetivos.

O comportamento sedentário está diretamente relacionado à taxa de mortalidade desses pacientes e os exercícios físicos regulares seja ele de forma aeróbia em diferentes intensidades (caminhada, corrida e natação) ou anaeróbia (curta duração e alta intensidade e musculação), podem ser uma ferramenta não farmacológica na prevenção de riscos cardiovasculares e na manutenção da saúde.

O exercício físico utilizado como tratamento da DRC é capaz de melhorar a função renal, reduzir os fatores de riscos cardíacos associados à doença, melhorar a função muscular e melhorar a qualidade de vida destes pacientes, pois este tratamento não farmacológico pode diminuir a sobrecarga causada nos néfrons remanescentes que sofrem adaptações funcionais e estruturais, para manter adequada a filtração glomerular.

Sabe-se que portadores de DRC apresentam menor capacidade física e funcional quando comparados à população geral. Acredita-se que anormalidades musculares e cardiovasculares contribuem significantemente para a intolerância ao exercício, assim como o aumento do estresse oxidativo.

Estudos recentes, demonstram que o exercício melhora a filtração glomerular em animais com DRC (redução experimental para 5/6 dos rins através de cirurgias), além de uma redução da proteinúria e do índice de esclerose glomerular (fibrose) após o período de treinamento quando comparados com o Nx5/6 sedentários. O exercício também foi capaz de atenuar a disfunção cardíaca que acomete a DRC.

Portanto, o exercício físico pode contribuir para uma melhor evolução da função renal e cardíaca e assim devemos estimular não só os saudáveis para sua manutenção da saúde geral mas também, e em especial, dos pacientes com diferentes problemas médicos.

Autores:

Rafael da Silva Luiz

Disciplina de Nefrologia, Dept. de Medicina. Escola Paulista de Medicina UNIFESP

Nestor Schor – Membro da Academia Nacional de Medicina

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