Acad. Paulo Niemeyer Filho
Introdução e incidência:
O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade, tornando a prevenção uma prioridade de saúde global.1,2 A cada ano, estima-se que 13,7 milhões de pessoas tem um AVC no mundo e 5,5 milhões morrem.
A epidemiologia global do AVC vem sofrendo mudanças, como observado nas últimas duas décadas. Entre 1990 e 2010, a incidência e a mortalidade diminuíram em países de alta renda. No entanto, nenhuma mudança significativa foi observada da incidência em países de baixa e média renda, e o número absoluto de mortes por AVC aumentou ao longo desse tempo.7,8 O Global Burden of Disease (GBD), já estimava que em 2013 haviam aproximadamente 26 milhões de sobreviventes com alguma sequela de AVC em todo o mundo.7
Em um grande estudo caso-controle multicêntrico, INTERSTROKE, dez fatores de risco potencialmente modificáveis explicaram 90% do risco da doença.3 Tais fatores de risco são mais significativos para o AVC isquêmico (AVCi), embora hipertensão arterial, tabagismo, relação cintura-quadril, peso e etilismo sejam também fatores de risco significativos para AVC hemorrágico (AVCh).3
A melhor estratégia para redução do impacto social desse tipo de emergência médica é atuar na prevenção primária.18
Prevenção:
A prevenção do AVC geralmente se concentra em fatores de risco modificáveis.
Conclusão:
A prevenção do AVC requer o controle dos principais fatores de risco modificáveis. Grande parte dos acidentes vasculares são diagnosticados após o primeiro evento. A estratificação de risco individual é fundamental para a identificação dos fatores de risco. Iniciativas para melhorar o acesso aos cuidados médicos devem acompanhar a modificação dos fatores de risco e a prevenção baseada em orientações.18
Menos comum, mas não menos trágico os AVCh são muitas vezes secundários a patologias vasculares intracranianas pré-existentes como Aneurismas intracranianos, Mal formações arteriovenosas (MAVs) e etc. Os métodos de rastreio devem incluir imagens cerebrais de rotina, sobretudo em doentes com alto índice de suspeição como historia familiar de hemorragias intracranianas. O check-up em adultos pode ser realizado com métodos não invasivos, como Angiotomografia e Angioressonancia. A angiografia digital permanece como método padrão ouro no diagnostico de patologias vasculares intracranianas, mas por ser um método invasivo é indicado apenas em casos selecionados.
Uma parte substancial dos acidentes vasculares cerebrais pode ser evitada com esta abordagem, resultando em uma redução de eventos vasculares em até 80%.15.
Referência:
O médico Yuri Longatto Boteon participa do Programa Jovens Lideranças Médicas da ANM e, em 2020, uma grande conquista para a sociedade brasileira e, quiçá, internacional.
Ele trabalha na equipe de transplante de fígado do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e participa de um projeto de implementação de nova tecnologia para preservação de órgãos de doadores de fígado – uma máquina de preservação hepática.
Entre os artigos publicados por Boteon, um deles faz a descrição sobre a diminuição da recorrência de tumores após o transplante por carcinoma hepatocelular quando usado o dispositivo inovador e que pode mudar as perspectivas de quem precisa de um transplante de fígado.
No Brasil, a demanda por fígados de doadores extrapola em muito a oferta. A necessidade é mais do que o dobro dos doadores. Em 2019, foram realizados em todo o país 2.245 transplantes e estima-se que a necessidade era de 5.212 fígados. Outro dado importante é que apenas 52% dos doadores elegíveis tiveram seus órgãos transplantados, ou seja, 48% de órgãos que poderiam ter sido transplantados, não foram utilizados.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, o artigo de Boteon, intitulado “Perspectiva para a máquina de perfusão hepática ex situ no Brasil” foi publicado em português na Revista do Colegio Brasileiro de Cirurgiões e o link é https://www.scielo.br/scielo.php.
Durante a sessão científica da ANM, realizada no dia 29 de outubro de 2020, o acadêmico Rossano Fiorelli, lançou o livro “Cirurgia laparoscópica ilustrada: bases técnicas”, o qual divide a coautoria com o cirurgião Renan Couto, ambos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
“Este livro não é somente prefaciado, mas dedicado ao mestre Pietro Novellino, ex-presidente da Academia Nacional de Medicina, pois foi escrito por três gerações de cirurgiões que foram seus alunos”, enfatizou Fiorelli.
Pietro Novellino, o grande homenageado no prefácio, comenta que a obra é enriquecedora mesmo para os iniciantes ou os que não têm formação cirúrgica. “Apresentar essa obra na Academia enaltece seus autores e enaltece a nossa instituição”, finaliza.
O acadêmico Rubens Belfort, presidente da Academia Nacional de Medicina, ressaltou a grande evolução da cirurgia laparoscópica nos últimos anos e reconheceu a excelência da obra. “Sem dúvida, este tipo de livro ajuda a medicina brasileira e, dessa maneira, evidentemente, contribui com os objetivos da nossa Academia”.
A publicação também contou com a participação de diversos professores do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada e do Mestrado Profissional em Técnicas Assistidas e Minimamente Invasivas da UniRio.
O cirurgião esclarece que a intenção do livro é apresentar ao leitor os conceitos mais importantes da laparoscopia de forma didática e ricamente ilustrada, contando com 485 ilustrações feitas à mão ao longo de 360 páginas.
Com a palavra, o também autor e pesquisador Renan Couto comentou que a ordem dos capítulos foi planejada da forma mais intuitiva possível, pois é organizada de tal forma que segue o fluxo habitual de uma cirurgia, desde a preparação da sala e dos equipamentos até os cuidados pós-operatórios.
“É evidente que, sem o SUS, estaríamos em uma situação muito pior na pandemia, mas também é evidente que sem a iniciativa privada, estaríamos em uma situação muito ruim.” O professor e presidente da Academia Nacional de Medicina, Rubens Belfort, deu o tom do Simpósio “Parceria Público-Privada”, realizado no dia 10 de setembro de 2020.
Inegavelmente, o fortalecimento do SUS e da parceria público-privada precisam ter continuidade. Ações nesse sentido vem sendo feito por uma força-tarefa que acredita na proposta de um sistema democrático que oferece medicina e saúde de qualidade, de forma gratuita, para a população.
Covid-19 – Exemplos de parceria público-privada na medicina durante a pandemia por covid foram abordados durante o evento. O diretor da empresa Diagnósticos da América, Gustavo Campana, mostrou os projetos apoiados com a doação de cerca de R$ 15 milhões para o Ministério da Saúde. Já o médico Nacime Salomão Mansur apresentou os excelentes resultados de gestão entre a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina e as secretarias de saúde, buscando o gerenciamento de programas do SUS na atenção primária, secundária e terciária.
A Rede D’Or São Luiz e o Instituto D’Or de Pesquisa, por sua vez, apontaram as contribuições, incluindo parcerias com a Fiocruz, Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e a de São Paulo (Unifesp) e o Brazilian Clinical Research Institute.
Ainda durante o simpósio, o professor Tarcísio Eloy Barros Filho contou como o Hospital das Clínicas da USP conseguiu, em apenas uma semana, mobilizar e transformar, o instituto central da universidade para atendimento de pacientes com covid.
Outro convidado da sessão foi o médico Carlos Garcia que expôs o modelo de parceria público-privada no Hospital Regional de Sorocaba, onde a pandemia acabou por acelerar a implantação de tecnologia em procedimentos que contribuem no atendimento de pacientes.
O médico Claudio Luiz Lottenberg, presidente do Instituto Coalizão Saúde, falou ainda sobre a dinâmica de organizações sociais e propôs novos modelos de contratações e gestão.
O simpósio foi coordenado pelos acadêmicos Carlos Alberto Barros Franco e Jerson Lima Silva.
Evidências científica e crenças – Durante a sessão ordinária, um instigante debate foi levantado pelo médico Luis Cláudio Lemos Correia, da Escola Bahiana de Medicina. Ele abordou as crenças dos pacientes e as prerrogativas dos médicos em seguir a medicina baseada em evidência científica.
– Em medicina, nós médicos não temos como decidir pelo caminho certo. Temos que tomar a melhor decisão. O certo só saberemos depois. Assim, o correto seria trocarmos a medicina baseada em evidências por uma medicina baseada em probabilidades. Medicina é bússola e não GPS, disse Lemos Correa.
As crenças e os vieses de profissionais médicos no atendimento de pacientes foram o foco da palestra do pesquisador Ronado Pilati, da Universidade de Brasília. Segundo ele, as crenças elaboradas por profissionais podem também impactar em uma decisão médica.
Pseudociência e saúde pública – Casos curiosos e, porque não tristes, sobre o desconhecimento de políticos acerca de aspectos da ciência e da saúde e, que muitas vezes, levam a tomada de decisões errôneas em políticas públicas foram abordados pela bióloga e divulgadora científica Natalia Pasternak, professora da USP e diretora do Questão de Ciência.
Pasternak lembrou de inúmeros casos como o da pílula do câncer, a proibição de uso de celulares em postos de gasolina, a lei paulista que permite a mulheres decidirem qual tipo de parto preferem, a recomendação do uso da cloroquina e hidroxicloroquina contra covid, entre outros.
– Quando se fala do coletivo, de políticas públicas de gastos em um orçamento limitado, a nossa obrigação é escolher o melhor e o rigor é fundamental.
Os debates da sessão ordinária da Academia Nacional de Medicina foram coordenados pelo acadêmico Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro e tiveram como comentaristas os acadêmicos Antonio Egídio Nardi, Raul Cutait e Walter Zin.
Assista ao simpósio a baixo:
E caso queira rever a sessão ordinária:
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Nesta quinta-feira, dia 13/08, em sessão científica na Academia Nacional de Medicina, o pesquisador da UFRJ, Jerson Lima Silva, presidente da Faperj, e o médico Adilson Stolet, presidente do Instituto Vital Brazil, anunciarão o depósito de uma patente e a submissão de uma publicação oriundos dos resultados das pesquisas com soros produzidos por cavalos para o tratamento da Covid-19.
Depois de 70 dias, os plasmas de quatro dos cinco cavalos do Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro, que foram inoculados, em maio de 2020, com a proteína S recombinante do coronavírus, produzida na Coppe/UFRJ, apresentaram anticorpos neutralizante 20 a 50 vezes mais potente contra o vírus SARS-CoV-2 do que os plasmas de pessoas que tiveram Covid-19.
Em virtude dos excelentes resultados, os pesquisadores da UFRJ e do Instituto Vital Brazil acabam de depositar patente referente a invenção de soro anti-SARS-CoV-2, produzido a partir de equinos imunizados com a glicoproteína recombinante da espícula do vírus SARS-CoV-2.
A originalidade do trabalho está na produção do soro por equinos contra os vírus SARS-CoV-2. O pedido de patente se refere ao processo de produção do soro anti-SARS-CoV-2, a partir da glicoproteína da espícula (spike) com todos os domínios, preparação do antígeno, hiperimunização dos equinos, produção do plasma hiperimune, produção do concentrado de anticorpos específicos e do produto finalizado, após a sua purificação por filtração esterilizante e clarificação, envase e formulação final.
O trabalho científico, que envolve parceria da UFRJ, Instituto Vital Brazil e Fiocruz, está sendo depositado no MedRxiv, um repositório de resultados preprint (pré-publicados).
A pandemia por Covid-19 resultou, até agosto de 2020, em mais de 700 mil mortes e mais de 19 milhões de casos confirmados. No Brasil, a triste marca de 100 mil óbitos e três milhões de infectados foi atingida esta semana. Enquanto não há vacinas aprovadas e, mesmo posteriormente, em virtude da dificuldade em atender à grande demanda de vacinação em todo o mundo, o uso potencial da imunização passiva por terapia com soro deve ser considerado com uma opção.
A soroterapia é um tratamento bem-sucedido, usado, há décadas, contra doenças como raiva, tétano e picadas de abelhas, cobras e outros animais peçonhentos como aranha e escorpiões. Os soros produzidos pelo Instituto Vital Brazil têm excelente resultado de uso clínico, sem histórico de hipersensibilidade ou quaisquer outras eventuais reações adversas. Os estudos clínicos ocorrerão em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).
Participaram da pesquisa um grupo grande de cientistas, incluindo Leda Castilho e Renata Alvim (Coppe/UFRJ); Adilson Stolet, Luís Eduardo Ribeiro da Cunha e Marcelo Strauch (Instituto Vital Brazil); Amilcar Tanuri, Andrea Cheble Oliveira, Andre Gomes, Victor Pereira e Carlos Dumard (UFRJ); Thiago Moreno Lopes (Fiocruz) e Herbert Guedes (UFRJ/Fiocruz).
A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Serviço:
O anúncio será feito em conferência online no Web Hall da ANM zoom/anmbr e em transmissão ao vivo pelo Facebook/anm1829.
Dia: Quinta-feira – 13/08
Horário: a partir das 18:00
Mais informações:
Claudia Jurberg – Faperj e ANM – tel.(21) 99973.4982
Thaís Marini – Instituto Vital Brazil – tel. (21) 99662.2965
Carlos Ribeiro/Coppe – tel. (21) 96781.6238
Desde o início de abril, a Academia Nacional de Medicina (ANM) está promovendo uma série de encontros com academias de medicina de outros país. Nesta quinta-feira, dia 22 de abril, a partir das 13:00, a reunião científica será com os franceses, com transmissão ao vivo pelo Facebook (https://www.facebook.com/anm1829/), ou via zoom com inscrição antecipada.
Quais são as características dos sistemas de saúde pública e da epidemiologia no Brasil e França? O que nos aproxima e quais as lições que podemos aprender?
O debate será em inglês. Abaixo, segue a programação completa.
E partir das 18:00, a ANM promove reunião científica também sobre Covid-19. Nesta sessão, os convidados são os médicos e acadêmicos Rui Maciel que falará sobre “testes disponíveis para diagnóstico da Covid-19: quando solicitá-los e como interpretá-los” e Daniel Tabak com a palestra intitulada “A pandemia”.
Meeting Programme
13:00-13:20
Opening remarks and introductions
Prof. Rubens Belfort Jr. – President, National Academy of Medicine of Brazil
Prof. Jean-François Allilaire – Executive Secretary, National Academy of Medicine of France
Mr. Keyvan Sayar – Counsellor for Global Issues at Ambassade de France au Brésil
Prof. Patrice Debré – Head of Internationl, National Academy of Medicine of France
Acad. Jorge Alberto Costa e Silva – Fellow, National Academy of Medicine of Brazil
PART I – Chair: Prof. Patrice Debré – National Academy of Medicine of France
13:20-13:30
Public Health and Epidemiology
Prof. Dr. Vincent Jarlier − Former Chief of the Bacteriology Department of Pitié Salpêtrière hospital APHP (10’)
13:30-13:50
Discussion (20’)
13:50-14:00
Diagnostic Tests and Patients Follow-up
Prof. Dr. Christine Rouzioux − Former Chief of the Virology Department of Necker Hospital APHP (10’)
14:00-14:20
Discussion (20’)
PART II – Chair:Prof. Jorge Alberto Costa e Silva, National Academy of Medicine of Brazil
14:20-14:50
Patients Management outside and inside Hospitals
Prof. Dr. Anne Claude Crémieux − Chief of Infectious Department of Saint Louis Hospital (APHP) (10’)
Prof. Esper Kallás – Chairman, Infectious Diseases, University of São Paulo (10’)
Acad. Patrícia Rocco – Fellow, National Academy of Medicine of Brazil (10’)
14:50-15:10
Discussion (20’)
15:10-15:25
Coronavirus in Brazil: social, medical and research activities
Acad. Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda (5’)
Acad. Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro (5’)
Acad. Eliete Bouskela (5’)
15:25-15:45 General Discussion (20’)
Chairs: Profs. Jorge Alberto Costa e Silva (Brazil) and Patrice Debré (France)
15:45-16:00
Final remarks and closure
Prof. Rubens Belfort Jr. – President, National Academy of Medicine of Brazil
Prof. Jean-François Allilaire – Executive Secretary, National Academy of Medicine of France
Com este tema, o acadêmico Paulo Saldiva e as médicas Marisa Dolhnikoff e Renata Monteiro, da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, contaram os resultados preliminares de um projeto de autópsias minimamente invasivas para Covid-19. O encontro aconteceu em sessão científica virtual da Academia Nacional de Medicina, com mais de 100 inscritos.
Até o momento, foram analisados os corpos de 10 pacientes, metade de cada sexo e que morreram com o novo coronavírus. Com idade que variava entre 33 e 83 anos e que estiveram em unidades de terapia intensiva até 15 dias, os corpos dos pacientes foram submetidos a exames post mortem, através de tomografia, ultrassom e microscopia.
Vários órgãos foram estudados como pulmão, onde foram retiradas 48 amostras; fígado com oito amostras, rins e baço. Os resultados mostram uma agressividade impressionante do vírus e, em virtude disso, abordou-se também características da resposta imunológica frente à inflamação. Ainda não se sabe o porquê do vírus iludir a resposta imunológica.
No Brasil não existem salas de autópsias que atendam às exigências de segurança para infecções altamente contagiosas como a do novo coronavírus. Por esta razão, a equipe da FMUSP usou imagens de ultrassom para retirar, por meio de punção por agulha, amostras dos órgãos. As amostras foram depois depositadas em um biorepositório para análises futuras. O grupo espera finalizar entre 50 e 60 autopsias. Até o momento, não há estudo no mundo com essa amplitude.
Além disso, os pesquisadores mostraram que as autópsias permitiram conclusões sobre certos aspectos da doença como a comprovação histológica da formação de trombos na microcirculação pulmonar. O grupo está com um artigo aceito e sob revisão para publicação em um periódico científico.
Nasceu em 23 de março de 1931, em Manhuaçú (MG).
Filho de André Zappalá e Iborina Vasconcellos Zappalá.
Graduou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Minas Gerais (1955), onde também obteve seu título de Doutor (1957).
Aceito em 1957 como Professor Assistente de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Em 1958, logrou o título de Livre-docente de Anatomia e de Catedrático de Anatomia (1959).
Em Recife, após apresentar-se ao concurso de Professor Catedrático da então Universidade do Recife, classificou-se em 1º lugar e tornando-se, aos 28 anos de idade, o Professor Catedrático mais jovem do Brasil até então.
Em 1961, a Fundação Rockefeller concedeu título de “Research Fellow” na University of Wisconsin (EUA) durante um ano, onde ampliou sua formação didático-científica com o Professor Dr. Otto A. Mortensen.
Retornando ao Recife em 1963, atuou como Diretor do Hospital do Pronto Socorro; Médico Clínico Chefe da Secretaria de Saúde e Assistência Social; Médico Assistente do Departamento de Assistência Hospitalar.
Em 1965, tornou-se Pesquisador Associado Visitante em Anatomia na Northwestern University (EUA) e, no ano seguinte, na Stanford University. Em 1970, assumiu a posição de Professor Associado de Anatomia da University of California.
Foi convidado, em 1973, para exercer o cargo de Professor Titular Visitante de Anatomia na Universidade Estadual de Londrina.
Professor Titular de Anatomia da Universidade de Brasília em 1979, tendo desempenhado também as funções de Chefe do Departamento de Medicina Complementar e Coordenador da Área de Morfologia. Em 1986, foi Professor Visitante Titular de Anatomia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Integrou a American Association of Anatomists, a American Association of Foreign Medical Graduates, a American Association of University Professors, a American Medical Association, a Association of American Medical Colleges, a Association of Anatomy Chairmen, a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), a Associação Médica Brasileira, os Conselhos Regionais de Medicina do Distrito Federal e de Pernambuco, a Ohio Academy of Sciences, a Sociedade Brasileira de Anatomia, dentre outras.
Recebeu o Prêmio “Physician’s Recognition Award”, da American Medical Association (1971) e a Medalha de Prata do I Congresso Brasileiro de Criminologia (1973).
Na ocasião de sua candidatura a Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, apresentou memória intitulada “Considerações Morfo-funcionais sobre a Assimetria Bilateral da Face Humana”.
Faleceu em 03 de fevereiro de 1996.
Nasceu em 13 de abril de 1937, no Rio de Janeiro (RJ).
Filho de Carlos Barbosa Giesta Filho e Alba de Barros e Vasconcellos Giesta.
Graduou-se em Medicina 1961, na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Em 1965 obteve o Título de Especialização em Ortopedia na Northwestern University, Chicago, defedendo a tese: “High Displacement Primary Osteotomy of the Hip for Displaced Intracapsular Subcapsular Vertical Fractures of the Neck of the Femur”. Recebeu o Título de Doutor em Medicina, pela UFRJ, em 1971, defendendo a Tese “Condroma Fibromixóide: Caracterização do Comportamento Biológico”. Conquistou, em 1972, após Concurso de Títulos e Provas, a Livre Docência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nomeado Professor Titular de Ortopedia do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, em 1977, após vencer Concurso Público de Títulos e Provas. Na ocasião defendeu a Tese: “Picnodisostose: Determinação do Padrão Histopatológico”.
Participou de Cursos Educação Continuada em: Toronto, Canadá (1965); Wigan, Inglaterra (1972); Edinburgh, Escócia (1972); Miami, Flórida (1974); Basel, Suiça (1981) e Goteborg (1981).
Exerceu a Chefia do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Municipal Miguel Couto (1972-1976).
Organizador e 1º Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Gaffrèe e Guinle de 1977 a 2007. Coordenador do curso de Pós-graduação em Ortopedia da UFRJ (1979-1987). Entre 1989 e 1997, foi Chefe do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Membro do Conselho Universitário da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1986-1997).
Pertence a diversas sociedades científicas, entre as quais: Sociedade Brasileira de Ortopedia; American Academy of Orthopaedic Surgeons; Association for the Study of Internal Fixation; Sociedade Chilena, Argentina e Italiana de Ortopedia; Colégio Anatômico Brasileiro e Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Autor das monografias: “Condroma Fibromixóide – caracterização do comportamento biológico”; “Picnodisostose – determinação do padrão histopatológico”; “A Patelectomia nas Fraturas Articulares da Rótula”; “Estenose do Canal Vertebral Lombar”. Publicou 32 trabalhos científicos sobre Ortopedia e Traumatologia em Revistas Nacionais e Internacionais.
Como Editor Chefe da Revista Brasileira de Ortopedia (1997-2008) a reestruturou e a indexou no SciELO e participou das tratativas que levaram a inclusão da Revista na base PubMed.
Desde 1988, é Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, onde foi Orador Oficial da Academia Nacional de Medicina no biênio 1999-2001 e Presidente da Secção de Cirurgia entre 2001 e 2003.
Na ocasião de sua candidatura a Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, apresentou memória intitulada “Contribuição ao Estudo da Estenose do Canal Lombar”.
Nasceu em 09 de outubro de 1914, em São Paulo (SP).
Filho de José Cavalcanti de Castro Goyanna e Yolanda Carr de Castro Goyanna.
Graduou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), em 1935. Especializou-se em Urologia pela Clínica Mayo, em Minnesota, EUA, em 1945.
O Acadêmico iniciou sua carreira cirúrgica no Serviço do professor Ugo Pinheiro Guimarães, no Hospital Moncorvo Filho, da UFRJ, onde foi Assistente Efetivo, Chefe de Clínica, Professor Adjunto e Chefe de Departamento de Urologia (1946-1970).
Professor Titular de Urologia da Faculdade de Medicina da Fundação Educacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, e Professor Adjunto da Faculdade de Medicina da UFRJ. Integrou ainda a comissão que organizou o Hospital dos Servidores do Estado, do Rio de Janeiro, instituição da qual foi encarregado dos médicos residentes e membro da direção do centro de estudos.
Na Clínica Mayo foi Fellow de Cirurgia e em Urologia (1944) e primeiro assistente de Cirurgia Geral (1945 e 1946). Na instituição, obteve ainda o grau de “Master of Sciences”. Representou a Clínica em congressos científicos nos Estados Unidos e foi convidado a integrar a Sociedade Sigma XI. Retornando ao Brasil em 1946, reassumiu suas funções na Clínica Cirúrgica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, dirigida pelo prof. Ugo Pinheiro Guimarães.
O Acadêmico foi Membro de diversas Sociedades Científicas, algumas das quais foi Presidente, como a Associação dos Médicos do Hospital dos Estrangeiros, a Sociedade Brasileira de Esterilidade e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, as duas últimas na Secção de Urologia.
Lecionou nos cursos oficiais ditados na Cadeira de Clinica Cirúrgica, participou de bancas examinadoras, nas provas finais e parciais, e em bancas para revalidação de diplomas. Uma de suas maiores contribuições foi a organização do Departamento de Urologia, instituindo cursos nos quais muitos residentes e estudantes receberam treinamentos completos e em nível elevado.
Publicou mais de 30 títulos de caráter universitário, recebeu prêmios e participou de diversas bancas examinadoras de concursos.
Em sua candidatura a Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, apresentou memória intitulada “Drenagem por Nefrostomia e Sonda Modeladora na Cirurgia Reconstrutiva da Junção Uréto-pélvica e do Ureter”.
Faleceu em 14 de janeiro de 1996.
Nasceu em 21 de abril de 1921, em Vassouras (RJ). Filho de Eduardo Alves Ferreira da Costa e Lucília Noronha da Costa.
Nos últimos anos do curso de Farmácia (1943), foi convidado para ser assistente do Professor Oswaldo de Almeida Costa na “Secção de Análises e Pesquisas” do Laboratório Raul Leite S/A. Em 8 de outubro de 1943, como farmacolando e não farmacêutico fez a sua primeira palestra científica na Associação Brasileira de Farmacêuticos, intitulada “Contribuição ao Estudo Analitico dos Cacodilatos”. Fez provapara cargo de tecnologista-químico do Ministério da Marinha e exerceu o cargo no Laboratório de Provas do Material da Armada. Fundou e dirigiu a Farmácia São Sebastião, de sua propriedade, em Nilópolis, Estado do Rio.
Convidado pela Indústria Química e Farmacêutica Schering S.A. para dirigir a Secção de Análises, ingressou, em 1945, no quadro de Técnico da citada Cia.
Tornou-se membro da Associação Brasileira de Farmacêuticos, da Sociedade Brasileira de Química e Sócio fundador Sindicato de Farmacêuticos do Rio de Janeiro.
Membro Titular
Secção de Medicina
Cadeira No. 52 – Patrono: Paulo de Figueiredo Parreiras Horta
Eleito: 20/05/1999 – Posse: 10/08/1999 – sob a presidência de Aloysio de Salles Fonseca
Saudado por: Yvon Toledo Rodrigues
Antecessor: Eleuthério Brum Negreiros
Nasceu em 13 de outubro de 1941, em Niterói, Rio de Janeiro.
Filho de Jamil Miguel Sabrá e Nilce Caminada Sabrá.
Graduou-se pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1967. Doutorado em Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e três Pós-doutorados nos Estados Unidos: University of Colorado (1974), Wayne State University (1985) e Georgetown University (2006).
Coordenador Acadêmico da Escola de Medicina da Unigranrio, onde desenvolve pesquisas nas áreas de diarreia infecciosa, imunopatologia clínica e alergia. Fez parte do núcleo de trabalho para criação da Escola de Medicina da UNIGRANRIO, sendo responsável por escrever o projeto pedagógico do curso.
Professor Titular de Pediatria da Faculdade de Medicina de Petrópolis até 1985, quando por concurso, ganhou Título de Pediatra da Universidade Federal Fluminense.
Professor Adjunto da UFRJ de 1970 a 2006, ministrando as disciplinas de Pediatria e Gastroenterologia Pediátrica. Chefe de Departamento do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira e, em paralelo, realizava pesquisas na área.
“Visiting Scientist” e “Senior Staff” do ICISI da Georgetown University. Possui especialização em Pediatria, com ênfase em Gastroenterologia Pediátrica (Fellow em Gastroenterologia Pediátrica pela Universidade do Colorado Medical Center) e Alergia Alimentar (Fellow em Imunologia pelo ICISI da Georgetown University).
Responsável pela especialidade de Alegologia e Gastroenterologia da Policlínica de Duque de Caxias.
Fez sua carreira acadêmica na UFRJ, sendo seu primeiro Pediatra com Dedicação Exclusiva. Tanto na UFRJ quanto na Faculdade de Medicina de Petrópolis, foi Chefe de Departamento e Coordenador Acadêmico – da Graduação em Petrópolis e da Pós-Graduação em Pediatria da UFRJ, programa que dirigiu por 15 anos.
Membro Honorário da Sociedade de Pediatria del Atlantico (1982).
Na ocasião de sua candidatura a Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, apresentou memória intitulada “Contribuição ao Estudo da Resposta Imunológica nos Pacientes Pediátricos com Alergia Alimentar: Evidência de Mecanismo Imunológico Não-I.G.E.”.
PROCESSO SELETIVO PARA O PROGRAMA JOVENS LIDERANÇAS MÉDICAS ANM/BAYER (2021-2026)
A Academia Nacional de Medicina torna público o resultado da seleção do Programa Jovens Lideranças Médicas:
O Programa Jovens Lideranças Médicas é inspirado no “Young Physician Leaders”, da Rede Global de Academias de Medicina (IAMP), que foca na questão do desenvolvimento de qualidades de liderança entre os profissionais de saúde. Desde 2008, o Young Physician Leaders já reuniu mais de 85 médicos com idade de inferior a 40 anos, sendo 9 brasileiros, para participarem de grupos de trabalho e de dinâmicas voltadas para a troca de experiências em formação e treinamento de lideranças.
Academia Nacional de Medicina lançou, em setembro de 2014, o seu próprio programa – o Programa Jovens Lideranças Médicas.
O Programa Jovem Lideranças Médicas (JLM) da Academia Nacional de Medicina (ANM) foi criado com o objetivo de fomentar um ambiente favorável à criação e implantação de ideias transformadoras para a Medicina brasileira. Em conjunto com acadêmicos titulares, o jovem médico membro do programa JLM terá o papel de participar das discussões e das atividades acadêmicas assim como na geração, implantação e viabilização de ações inovadoras no âmbito da ANM.
O que é uma jovem liderança médica? Considera-se que os jovens líderes médicos sejam indivíduos independentes e criadores de novas ideias em seus campos de atuação. Estes indivíduos, com o suporte da ANM, se tornarão norteadores de novos caminhos para a medicina brasileira, de uma forma inspiradora, estimulante e dinâmica.
Patrono: Antonio Austregésilo Rodrigues Lima
Ocupante anterior: José Rodrigues Coura (Falecido em 03/04/2021)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Pedro de Almeida Magalhães
Ocupante anterior: Azor José de Lima (Falecido em 22/08/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Júlio Afrânio Peixoto
Ocupante anterior: Adolpho Hoirisch
(Emérito em 17/10/2019)
Inscrições: 17/10/2019 a 14/01/2020
Candidatos: Roberto de Andrade Medronho
Patrono: Heitor Pereira Carrilho
Ocupante anterior: Fúlvio José Carlos Pileggi (Falecido em 04/04/2021)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: José Thompson Motta
Ocupante anterior: Ernani Vitorino Aboim Silva (Falecido 22/06/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Arnaldo Tertuliano de Oliveira Quintella
Ocupante anterior: Marcos Fernando de Oliveira Moraes (Falecido em 04/05/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: José Antonio de Abreu Fialho
Ocupante anterior: Hiram Silveira Lucas (Falecido em 17/09/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Jesuíno Carlos de Albuquerque
Ocupante anterior: Hildoberto Carneiro de Oliveira (Falecido em 08/06/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Augusto Brant Paes Leme
Ocupante anterior: Ricardo José Lopes da Cruz (Falecido em 08/12/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Antonio Felix Martins (Barão de São Felix)
Ocupante anterior: Ivo Abrahão Nesralla (Falecido em 16/12/2020)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Patrono: Belmiro de Lima Valverde
Ocupante anterior: Carlos Paiva Gonçalves Filho (Falecido em 02/01/2021)
Inscrições: aguarda retorno presencial
Candidatos:
Abaixo você terá acesso ao conteúdo do Estatuto e do Regimento da Academia Nacional de Medicina
A história da Academia Nacional de Medicina confunde-se com a história do Brasil e é parte integrante e atuante na evolução da prática da medicina no país. Fundada sob o reinado do imperador D. Pedro I, em 30 de junho de 1829, mudou de nome duas vezes, mas seu objetivo mantém-se inalterado: o de contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, além de servir como órgão de consulta do Governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica.
Desde a sua fundação, seus membros se reúnem toda quinta-feira, às 18 horas, para discutir assuntos médicos da atualidade, numa sessão aberta ao público. Esta reunião faz da Academia Nacional de Medicina a mais antiga e única entidade científica dedicada à saúde a reunir-se regular e ininterruptamente por tanto tempo. A Academia também promove congressos nacionais e internacionais, cursos de extensão e atualização e, anualmente, durante a sessão de aniversário, distribui prêmios para médicos e pesquisadores não pertencentes aos seus quadros.
Sem transmissão no momento
A Cirurgia Craniofacial é o tema das conferências da próxima quinta, 26, na Academia Nacional de Medicina (ANM). Os debates começam às 18h, com a conferência Passado, Presente e Futuro da Cirurgia Craniofacial, proferida pelo Acadêmico Ricardo Cruz, seguida da apresentação do Chefe do Departamento Cirurgia Plástica do Centro Médico Langone da Universidade de Nova Iorque, Eduardo Rodrigues, Aesthetic Craniofacial Microsurgical Reconstruction. A mesa será presidida pelo professor Pietro Novellino e os comentários dos Acadêmicos Ivo Pitanguy e Cláudio Cardoso de Castro.
Nesta terça-feira (30/6), a ANM completará 191 anos e, como já é tradição, uma cerimônia solene marcará a comemoração. Considerada a mais antiga instituição na área da saúde em funcionamento permanente, foi criada em 1829 pelo médico cirurgião Joaquim Cândido Soares de Meirelles, sob o nome de Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro.
Durante a cerimônia de aniversário, serão anunciados os ganhadores dos prêmios da ANM. Foram 63 candidaturas – um número recorde -, que concorrem aos nove prêmios nesta edição. As premiações da ANM são também consideradas as mais antigas, pois foram instituídas junto à idealização da instituição.
O grande prêmio Presidente da Academia Nacional de Medicina foi para um grupo que reúne médicos das universidades Federal do Espírito Santo, Federal de São Paulo e da Columbia University sobre avanços para o tratamento da principal doença oftalmológica relacionada à perda da visão em adultos maiores de 55 anos: a Degeneração Macular Relacionada à Idade. O grupo estudou moléculas pró e antiangiogênica que podem contribuir para vascularização ocular e a aplicação dos sistemas CRISPR-Cas para edição do genoma, também conhecida como “cirurgia genômica” no campo da Oftalmologia.
Outro trabalho vencedor da edição do 2020 dos prêmios da ANM aborda as técnicas para transplante de fígado. De um grupo de médicos da Unidade de Transplante de Fígado, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, da Universidade do Estado de Pernambuco, o trabalho original acompanhou 87 pacientes submetidos ao procedimento, entre 2018 e janeiro de 2020. Foram analisadas duas técnicas cirúrgicas e diversos parâmetros entre os pacientes. Os resultados contribuem para indicar qual técnica gera menos instabilidade pós-cirurgica e que leva ao melhor funcionamento do enxerto após o transplante. Este trabalho venceu na categoria Prêmio Presidente José Cardoso de Moura Brasil.
Na categoria Madame Durocher, o trabalho vencedor relata a experiência de dois casos de transplante uterino com doadoras falecidas, sendo que um obteve sucesso com o nascimento da criança na 36 semana de gravidez e discute os aspectos que contribuíram para o insucesso do outro caso. Participaram da equipe cinco médicos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
História – Fundada no reinado do imperador D. Pedro I, a Academia Nacional de Medicina (ANM), de forma frequente, recebia D. Pedro II que, por mais de 50 anos, foi um assíduo ouvinte das conferências sobre ciência e saúde. Sua cadeira permanece no Salão Nobre da ANM, até os dias atuais. Com enfermidade avançada, no dia 30 de junho de 1889, presidiu pela última vez, a sessão de aniversário da instituição.
Em 2020, com a chegada da pandemia pelo novo coronavírus, suas habituais sessões científicas foram transferidas para o universo online, no qual o atual presidente, professor da Unifesp e oftalmologista, Rubens Belfort Jr., estabeleceu um gabinete de crise que aborda, exclusivamente, vários aspectos do SARS-CoV-2, desde março. Já os tradicionais chás acadêmicos foram suspensos pela primeira vez.
De 1829 a 2020, a Academia elegeu apenas um seleto grupo de 674 médicos brasileiros que ocupam uma das 100 cadeiras divididas entre as três Secções de Cirurgia, de Medicina e Ciências Aplicadas à Medicina.
Histórias pitorescas recheiam a trajetória da Academia Nacional de Medicina como a entrada da primeira mulher, Marie Josephine Mathilde Durocher, eleita em 1871. Parisiense, veio para o Brasil aos sete anos e, já naturalizada, matriculou-se no curso de Partos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1833. Para trabalhar como parteira e não sofrer descriminação, adotou uma indumentária masculinizada, vestindo-se de preto, com casaco, gravata, cartola e saia e esclareceu em uma publicação de 1871:
“Como primeira brasileira formada parteira, aos vinte e quatro anos, eu decidi que estava autorizada, ou melhor, obrigada a servir como um modelo para aqueles que viriam depois de mim.”
Famosas também foram as atuações da Academia Nacional de Medicina nas campanhas de saneamento, vacinação e durante o enfrentamento de outras epidemias como a de febre amarela, no início do século passado, e a pandemia de 1917. Credenciais que atraem novos médicos para o seu Programa de Jovens Lideranças Médicas. Outras iniciativas da ANM também são relevantes para a história da medicina em nosso país. A criação do Arquivo, cujo rico acervo possui informações relacionadas não só à história da medicina e da ciência brasileira com as fotos de Madamme Durocher, a parteira da família real portuguesa, mas também importantes acontecimentos da história política e social do país como o atestado de óbito do Imperador D. Pedro II; e a Biblioteca repleta de obras raras que contam os avanços ao longo desses quase dois séculos.
Serviço:
Dia: 30/06 – terça-feira
Horário: das 18:00 às 20:00
Local: Web Hall da ANM na plataforma zoom meeting https://acknetworks.zoom.us/my/anmbr
Na sessão do dia 8/11 a Academia Nacional de Medicina comemorou o centenário do acadêmico José Paula Lopes Pontes, com apresentações de quatro acadêmicos: seu fi lho Eduardo Lopes Pontes e os discípulos José Augusto da Silva Messias, Glaciomar Machado e José Galvão Alves.
Como orador oficial, Messias relembrou um pouco da biografia de Lopes Pontes, nascido em Minas Gerais em 2 de novembro de 1912. Tornou-se doutor em Medicina em 1933 pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil e membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 15 de junho de 1967. Na palestra, também ressaltou seu espírito realizador e de liderança como professor da Universidade do Brasil e médico.
Em seguida, o acadêmico Glauciomar Machado emocionou-se ao relembrar o tempo em que conheceu seu mestre e amigo, que “exercia com toda elegância e sapiência a arte da gastroscopia”, exame que na época era de extrema complexidade, devido às dificuldades dos materiais então disponíveis.
Já o acadêmico José Galvão Alves ressaltou a força com que Lopes Pontes defendeu seus alunos no início da década de 1970, quando a polícia invadiu a faculdade de medicina: “Nos meus garotos ninguém toca”. Assim, em plena ditadura, promoveu um ambiente agradável e liberal, um grande centro de gastroenterologia, que contribuiu muito para a formação dos profissionais na área e para a democracia na medicina nacional.
Por fim, seu filho Eduardo Lopes Pontes ressaltou o caráter humanístico do pai como um dos principais ensinamentos e agradeceu a homenagem, em nome de sua família.
O médico José Osmar Medina Pestana foi empossado como membro Titular da Academia Nacional de Medicina, na Secção de Medicina, no dia 10 de abril de 2012, tendo como Patrono Antônio Fernandes Figueira.
Durante a cerimônia que se realizou no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, Medina recebeu o diploma das mão do acadêmico Antônio Medina e foi saudado pelo acadêmico Rubens Belfort Jr.
Em seu discurso, Belfort ressaltou a trajetória do novo acadêmico, o que contribuiu para que vencesse, segundo ele, “o difícil, complexo e multifacetado processo de seleção que consiste não apenas na análise fria de memorial, mas a análise do ser humano como um todo. A competência médica é critério mínimo de inclusão, mas o candidato também deve apresentar preparo técnico e em pesquisa, além de reputação internacional que o projete como liderança na sociedade.” Belfort ainda destacou em seu discurso que Medina é, sem dúvida, um gigante na área de transplantes renal, mas não só isso, pois também tem liderança na área de bioética. “Simplificador, realizador, líder que sabe maximizar e discutir ideias como os grandes, não fatos como os mediocres ou pessoas como os pequenos”, finalizou o acadêmico
Desde 1990, Medina é chefe da divisão de transplante renal da Universidade Federal de São Paulo. Atualmente, é professor Titular de nefrologia e responsável pelo maior programa de transplante renal do mundo – realizando mais de 400 transplantes por ano desde 1999, sendo que apenas no ano de 2011 houve um salto enorme com a realização de 1.030 novos transplantes.
Medina, em seu discurso de posse, destacou o significado da cerimônia e dessa nova etapa em sua vida, que muito o honra e o orgulha. Aproveitou a ocasião para agradece aos companheiros e familiares e lembrar aspectos da história dessa quase bicentenária instituição “Menos de 700 médicos alcançaram o privilégio de ocuparem uma das suas 100 cadeiras. Entendo a responsabilidade de ocupar a cadeira 50, cujo patrono Antônio Fernandes Figueira e meus antecessores, todos, médicos desacomodados e empreendedores que dedicaram coragem a sua rotina”, ressaltou.
Trajetória – O novo acadêmico é presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Desde 2004, é membro do Royal College of Surgeons, no Reino Unido. Também realiza trabalho voluntário médico, em sua cidade natal, Ipaussu (SP), onde, na juventude, foi torneiro mecânico antes de ingressar na Escola de Medicina em São Paulo. O curso de medicina foi concluído em 1979. Logo após concluir seu doutorado, em 1987, Medina mudou-se para Cleveland, nos EUA, onde trabalhou com Donald Steinmueler, como nefrologista no transplante clínico. Em 1989, transferiu-se novamente, desta vez para Oxford, no Reino Unido, a fim de fazer pesquisa experimental de transplante, com Peter Morris e Margaret Dallman.
Nos últimos 15 anos, o novo acadêmico publicou 110 trabalhos internacionais. As duas principais publicações são uma na The Lancet sobre Doação de órgãos no Brasil, e outra na Transplantation, intitulada “Organization of the high-volume kidney transplant program – The Assembly Line Approach”. Desde 2005, dedica parte do seu tempo à orientação de estudantes de medicina de baixa renda e também ao desenvolvimento de programas para incentivar a doação de órgãos.
História – O patrono da cadeira 50, Antônio Fernandes Figueira, nasceu em 1863, no Rio de Janeiro. Filho de pais pobres, órfão de mãe logo ao nascer, adotou a pediatria quando morou no interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Durante esses anos, publicou seu primeiro livro e artigos relacionadas à saúde infantil, dentre os quais o “Diagnóstico das cardiopatias infantis”, que lhe valeu o Prêmio Visconde de Alvarenga, da Academia Nacional de Medicina.
Em 1900, concluiu sua célebre obra “Elementos de Semiologia Infantil”, que, publicada em francês (1903), projetou seu nome em todo o mundo. Fernandes Figueira, foi admitido, em 1903, como Titular da Academia Nacional de Medicina. Convidado por Oswaldo Cruz entrou para a Saúde Pública. Na ocasião, dirigiu a enfermaria de doenças infecciosas de crianças do Hospital São Sebastião. Na oportunidade, introduziu a prática de internar crianças com suas mães, uma ideia revolucionária para aqueles tempos, visando diminuir as altas taxas de mortalidade infantil. Fernandes Figueira faleceu no dia 12 de março de 1928.
Aos Ilustres Acadêmicos
Na 16ª Sessão Ordinária do dia 27 de outubro o Presidente Marcos Moraes comunicou a antecipação e a extensão do recesso anual nas atividades da Academia. Assim sendo, não haverá sessões ordinárias nos meses de novembro até abril de 2012. Esta resolução, decidida em reunião da diretoria, é devida às obras de reforma do edifício sede. Os trabalhos estão adiantados e, com exceção do 6º andar e dos salões do andar histórico, os demais já estão com a fase de demolição interna concluída. Estamos agora entrando na fase de mudanças estruturais para reforma das vigas afetadas e das colunas de serviço, como água, esgoto, rede elétrica e elevadores. Esse projeto contempla também a construção de banheiros adequados em todos os andares, o que era uma carência reconhecida.
Contamos com a compreensão de todos pelos inconvenientes mas, temos certeza, ao término das obras teremos um prédio mais bonito, mais confortável e eficiente, certamente motivo de orgulho para a Academia e a cidade.
Milton Meier1º Secretário