• 1829
  • 1936
  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO JOAQUIM CÂNDIDO
SOARES DE MEIRELLES

Técnica: Óleo Sobre a Tela - 76,0 x 58,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1960

Retrato do Fundador, Acadêmico Joaquim Cândido Soares de Meirelles, meio corpo, meio perfil, fardado e com medalhas ao peito.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO JOAQUIM CÂNDIDO
SOARES DE MEIRELLES

Técnica: Óleo Sobre Tela - 63,0 x 52,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1970

Retrato do Fundador, Acadêmico Joaquim Cândido Soares de Meirelles, meio corpo, meio perfil, com medalhas ao peito.

Joaquim Cândido Soares de Meirelles (Sabará, MG, em 5 de novembro de 1797 – Rio de Janeiro, 13 de julho de 1868) foi um médico cirurgião-mor e político.

Era filho e neto de médicos, tendo sido seu pai o cirurgião Manoel Soares de Meirelles e sua mãe Anna Joaquina de São José Meirelles. Casou-se em primeiras núpcias com Rita Maria Pereira Reis, filha do cirurgião Paulo Rodrigues Pereira e irmã do médico Jacintho Rodrigues Pereira Reis, com quem teve quatro filhos, Saturnino Soares de Meirelles (1828-1909), que foi médico homeopata, Jacintho Rodrigues Soares de Meirelles, oficial de marinha, Nicomedes Rodrigues Soares de Meirelles, médico, e Cândido Rodrigues Soares de Meirelles, bacharel em matemática. Em segundas núpcias casou-se com Maria Cândida Marianna Vahya, tendo tido uma filha, Luisa Cândida Soares de Meirelles.

Formou-se em Medicina em 1822 na então Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (atual UFRJ).

Foi nomeado, em 14 de abril de 1823, cirurgião-mor agregado ao Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, em exercício no Hospital Real Militar de Ouro Preto. Nesta época, organizou o Hospital Real Militar de Ouro Preto, e atuou no combate ao surto epidêmico de varíola ocorrido em 1823.

Por decreto do Governo Imperial, de 29 de janeiro de 1825, Joaquim Cândido Soares de Meirelles foi enviado para uma viagem de aperfeiçoamento de seus estudos médico-cirúrgicos à França.

Neste período de estadia em Paris visitou diversos hospitais militares e obteve o título de Doutor em Medicina Cirúrgica pela Faculdade de Medicina de Paris, onde defendeu duas teses: “Dissertation sur l´histoire de l’eléphantiasis”, apresentada em 10 de janeiro de 1827, e “Dissertation sur les plaies d’armes á feu”, apresentada em 25 de abril de 1827.

Em 30 de junho de 1829, juntamente com os médicos José Francisco Xavier Sigaud, José Martins da Cruz Jobim, Jean Maurice Faivre e Luiz Vicente de Simoni, fundaram a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, depois Academia Imperial de Medicina e atual Academia Nacional de Medicina, da qual foi o primeiro Presidente eleito. Algumas das reuniões preparatórias para a fundação desta sociedade foram realizadas, de 4 a 30 de junho de 1829, em sua residência, na rua da Cadeia nº 161 (atual rua da Assembleia), na cidade do Rio de Janeiro, sendo que em uma destas reuniões foram aprovados os estatutos daquela sociedade. Outras reuniões foram realizadas, entre 8 de fevereiro e 3 de abril de 1830, na residência de Soares de Meirelles, então localizada na Rua Larga de São Joaquim nº 170 (atual Av. Marechal Floriano).

Foi Presidente em 1829-30, 1833, 1835-38, 1845-48.

Em seu mandato, na regência Feijó, elevou a Sociedade à categoria de Academia Imperial de Medicina.

É Patrono e foi Membro Titular da Cadeira Nº 1 da Academia Nacional de Medicina.

Foi nomeado médico da Imperial Câmara em 23 de julho de 1840, mas relata-se que desde o ano de 1826, quando fora chamado para atender a Princesa Imperial D. Januária, já era um médico bem considerado pela família imperial.

Por seu envolvimento em revoltas liberais (Vale do Paraíba paulista, 13/05/1842 e Província de Minas Gerais 10/06/1842), foi preso na Fortaleza de Villegagnon, e foi exonerado em 14 de março de 1842 de seu cargo como médico efetivo da Imperial Câmara. Em 2 de julho de 1842 foi deportado para Lisboa, juntamente com Antônio Paulino Limpo de Abreu (Visconde de Abaeté) e Francisco de Salles Torres Homem (Visconde de Inhomerim), tendo retornado ao Brasil com a promulgação do decreto da anistia em 14 de março de 1844, quando foi reintegrado aos cargos que exercia anteriormente.

Joaquim Cândido Soares de Meirelles foi eleito Deputado da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro (uma legislatura), e Deputado geral pela Província de Minas Gerais (6ª e 7ª legislaturas, em 1845, 1847 e 1848). Como Deputado por Minas Gerais apresentou o projeto que organizou o Corpo de Saúde da Armada, o qual foi submetido à Câmara Geral em 1848. Meirelles também combateu a proposta de fechamento do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, defendeu a difusão da vacina Jenner para o combate da varíola, solicitou subvenção para a Academia Imperial de Medicina e apresentou emendas aos estatutos das escolas de medicina, entre outras propostas.

Foi Comendador da Imperial Ordem da Rosa (2 de dezembro de 1852) e Cavalheiro da Ordem de São Bento de Aviz (8 de novembro de 1860).

Por decreto de 11 de outubro de 1848 foi agraciado como Gentil Homem da Imperial Câmara.

Em 30 de abril de 1862 recebeu a carta de Brasão das Armas da Nobreza e Fidalguia, que concedia o uso de armas à família dos Soares e dos Meirelles, sendo extensivo a seus descendentes.

Foi nomeado Cirurgião-Mor da Armada no posto de Capitão de Mar e Guerra, promovido a Chefe de divisão Graduado da Armada Nacional e Imperial, e primeiro Diretor de Saúde Naval.

Sua participação nas forças armadas marcou profundamente sua trajetória profissional. Participou ainda da Guerra do Paraguai, como membro do Corpo de Saúde da Armada, estando presente, juntamente com o Imperador D. Pedro-II, no ato de rendição dos paraguaios comandados pelo General Estigarribia, em Uruguaiana, em 18 de setembro de 1865. Nesta ocasião foi condecorado com a medalha Comemorativa do rendimento da divisão de Exército do Paraguai, e ainda em Uruguaiana foi acometido de febre tifoide, o que lhe causou paralisia, tendo sido transportado para a cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul), onde se recuperou parcialmente. Regressou à Corte em 02 de maio de 1866 com a saúde já comprometida.

Faleceu na madrugada de 13 de julho de 1868.

Em decorrência de sua atuação no serviço de saúde da Armada brasileira, foi declarado Patrono do Corpo de Saúde da Marinha de Guerra por meio do decreto federal nº 63.684, de 25/11/1968. A data de seu nascimento, 5 de novembro, passou a ser considerada dia festivo para todas as organizações de saúde da Marinha brasileira.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO LUIZ VICENTE DE SIMONI

Técnica: Óleo sobre a tela - 60.0 x 50,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: Meados do século XX

Retrato do Acadêmico Luís Vicente de Simoni em meio corpo, perfil à direita, medalhas ao peito.

Luiz Vicente de Simoni, foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro (atual Academia Nacional de Medicina).

Luiz Vicente de Simoni foi médico e professor. Nasceu em Novi, no Ducado de Gênova (Itália), em 24 de fevereiro de 1792. Era filho de Giovan Battista De Simoni, natural de Gênova e farmacêutico, e de Maria Cherubina De Gaspari.

Simoni formou-se em medicina na Università di Genova, e aperfeiçoou seus estudos na Università de Pavia, em 1817. Veio para o Brasil neste mesmo ano, desembarcando no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1817. Acredita-se que sua vinda tenha sido em decorrência de sua insatisfação com clima político sob o Império Napoleônico.

Em 18 de janeiro de 1818 foi nomeado ajudante médico do hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, função mantida até 1819, quando foi enviado como físico-mor para Moçambique. Em 27 de março de 1826, reassumiu suas funções na Santa Casa. Foi nomeado médico efetivo em 14 de fevereiro de 1827, assumiu a direção de uma das enfermarias de clínica médica, e tornou-se médico facultativo em 1849. Atuou como médico facultativo nesta instituição até 1852, quando passou a assumir, juntamente com José Theodoro da Silva Azambuja, a direção do serviço sanitário da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e encerrou suas atividades no hospital da Santa Casa da Misericórdia em 1860. No período em que atuou no hospital da Santa Casa, também eram médicos e facultativos desta instituição José Martins da Cruz Jobim, Francisco Praxedes de Andrade Pertence, Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, e Luigi Bompani, lente da Università di Modena (Itália).

Em 30 de junho de 1819 foi enviado para Moçambique, então sob colonização portuguesa, como físico-mor, e lá trabalhou no Real Hospital Militar desde 15 de setembro deste ano até 10 de julho de 1821. Sua saída de Moçambique deveu-se à conjuntura política decorrente da revolução liberal ocorrida em 1821, e dadas suas relações próximas com o governador-geral deposto. Regressou, então, ao Brasil, em 3 de agosto de 1821.

No período em que Luiz Vicente de Simoni se encontrava em Moçambique elaborou o “Tratado Medico sobre Clima e Enfermidades de Moçambique” a partir de sua experiência como físico-mor.

Luiz Vicente de Simoni foi um dos fundadores, juntamente com José Francisco Xavier Sigaud, José Martins da Cruz Jobim, João Maurício Faivre e Joaquim Cândido Soares de Meirelles, da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, criada em 30 de junho de 1829, com o objetivo de viabilizar o crescimento das diversas áreas da medicina e ampliar a participação desses profissionais junto ao Governo Imperial em questões referentes à higiene e políticas de saúde pública. A Ata da sessão de inauguração da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1830, foi redigida por Luiz Vicente de Simoni.

Em 1830, Simoni foi autor de um programa para a realização de concurso de memórias que tratassem de qualquer objeto de estudos médicos, principalmente sobre os meios de melhorar a saúde pública no Rio de Janeiro, cujos prêmios eram oferecidos em Medalha de Ouro. Foi Secretário da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro desde a primeira sessão preparatória em 28 de maio de 1829, e ocupou este cargo até o ano de 1872. Em 28 de abril de 1832, por proposta de Octaviano Maria da Rosa, foi aclamado como Secretário Perpétuo, título este confirmado, por portaria governamental assinada por José Lino Coutinho, então Ministro do Império, em 21 de maio de 1832. Por sua atuação como Secretário, registrando e historiando tudo o que se passava naquela Sociedade, foi considerado o “Cronista da Academia”, nas palavras de Alfredo Nascimento, em 1929, na publicação comemorativa do centenário daquela instituição.

Além de Secretário, também foi Orador, tendo sido encarregado de fazer o necrológio dos sócios falecidos nas ocasiões comemorativas da Sociedade. Posteriormente, em 1849, foi redator dos Annaes Brasilienses de Medicina, publicação da então Academia Imperial de Medicina.

Casou-se, em 1833, com Maria Ursolina de Araújo Azambuja. Registra-se que teria tido ao todo 14 filhos.

Em 1839 publicou na Revista Médica Fluminense o artigo intitulado “Importância e necessidade da criação de um manicômio ou estabelecimento especial para o tratamento dos alienados”, no qual defendia a necessidade de construção de um hospital destinado especialmente para os alienados, os quais até então se encontravam recolhidos em condições inadequadas no hospital da Santa Casa da Misericórdia.

No “Relatório sobre duas memórias do Sr. Dr. João Mauricio Faivre: uma acerca das águas thermaes de Caldas Novas na província de Goyaz, e outra acerca da morphéa; lido em sessão pública na Academia Imperial de Medicina”, publicado em 1845. Luiz Vicente de Simoni apresentou sua posição com referência à etiologia da morfeia: “Segundo De Simoni, a hipótese preponderante entre os médicos no Rio de Janeiro era de considerar a morfeia uma afecção das capilaridades do sistema vascular sanguíneo da pele, mas, haveria ainda aqueles que a consideravam uma afecção das capilaridades linfáticas. O próprio De Simoni não concordava com tal hipótese, para quem a elefantíase jamais fora apenas uma «simples inflamação da pele»”.

Exerceu a clínica particular em um consultório instalado na Rua do Ouvidor nº 167, o qual foi transferido posteriormente, em 1855, para a Rua da Carioca nº 1-A. Instalou-se, em 1860, na Rua dos Barbonos (atual Rua Evaristo da Veiga), e em 1863 mudou-se para a Rua da Princesa nº 102. Manteve seu consultório até o ano de 1879, conforme registraram os anúncios, embora já não mais clinicasse.

Foi nomeado pelo Imperador D. Pedro-II, em 1855, professor de língua e literatura italianas do Imperial Colégio Pedro-II, na cidade do Rio de Janeiro, do qual integrava desde 1837 sua Congregação de fundação. Lecionou também a cadeira de língua latina, e foi por alguns anos professor das princesas Izabel e Leopoldina Thereza. Luiz Vicente De Simoni foi autor, além dos trabalhos sobre medicina, de diversos traduções de libretos de ópera e de obras clássicas para o vernáculo. Sua paixão pelo belo canto e pela música lírica se destacaram nos libretos, como o do drama lírico “Marília de Itamaracá, ou a donzella da mangueira”, musicado por Adolpho Maersch, e publicado em 1854.

Luiz Vicente de Simoni integrou, no século XIX, o movimento pela criação do teatro nacional de música, para o qual recebeu o apoio de D. Pedro-II e de Miguel Calmon Du Pin e Almeida, Marquês de Abrantes, tendo culminado com a fundação da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional em 25 de março de 1857. Em 12 de maio de 1860 esta Academia foi extinta e transformada na Ópera Lírica Nacional, na qual foram apresentadas óperas italianas traduzidas por Simoni.

Naturalizou-se como cidadão brasileiro (1855).

Faleceu aos 89 anos, a 10 de setembro de 1881, em sua residência na Travessa Marquês do Paraná nº 10, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro. Seu atestado de óbito foi assinado por José Pereira Rego, então Presidente da Academia Imperial de Medicina, e registrava como causa da morte pneumonia concorrendo com cistite crônica.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO JEAN MAURICE FAIVRE

Técnica: Óleo sobre a tela - 60.0 x 50,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: Séc. XX

Jean Maurice Faivre (Combe Rallard, Jura, França, 21 de setembro de 1795 – Colônia Teresa Cristina, Paraná, 30 de agosto de 1858). Foi um médico naturalista e maçom e formou-se pela Faculdade de Paris, chegando ao Rio de Janeiro em 1826, onde se dedicou ao exercício destas atividades.

Exerceu a profissão na França até os 30 anos. Mudou-se para o Brasil em 1826, e trabalhou no Hospital Militar da Corte, conquistando grande prestígio. Atuou como médico particular da Imperatriz Tereza Cristina, foi educador, sociólogo, filósofo e socialista. Em junho de 1829 participou da fundação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro que, 60 anos depois, passaria a se chamar Academia Nacional de Medicina. Fundador da Colônia Tereza Cristina, no Paraná, foi amigo do Barão de Antonina, de Dom Pedro II, da Imperatriz Teresa Cristina e de Gustave Rumbelsperger (naturalista francês que participou da fundação da Colônia Tereza Cristina). Foi o idealizador da Comissão de Atendimento Gratuito aos Pobres, entre outros.

Jean Maurice Faivre atendeu a Imperatriz Teresa Cristina, José Bonifácio e outros personagens importantes da Corte. Amigo pessoal de Dom Pedro-II, este lhe conferiu a comenda da Imperial Ordem da Rosa e a comenda da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, as duas no grau de Cavaleiro.

Em 1840, já com quarenta e cinco anos, apaixona-se e se casa com Anne Taulois, vinte e cinco anos mais jovem que ele. Ela era prima de 1º grau de Gustave Rumbelsperger, que viria ser seu braço direito e melhor amigo. Em 28 de março de 1841, Anne entra em trabalho de parto e sua filha Marie nasce morta. Cerca de quarenta e quatro dias após, Anne falece. Este desenlace causa profunda dor e transtorno existencial no Dr. Faivre.

Profundamente consternado pela morte da esposa e filha decide realizar viagens, visitando algumas províncias. Esteve durante certo tempo em Mato Grosso. O Ministro da Fazenda, Cândido José de Araújo Viana, o Visconde de Sapucaí, no final de 1841, nomeia Dr. Faivre para realizar um estudo sobre as águas termais de Caldas Novas e Caldas Velhas em Goiás, as quais se diziam ter poderes curativos para a lepra. Depois de dois anos de estudos, Faivre chegou à conclusão que tais águas não curavam a doença, mas que eram excelentes para alguns problemas de pele. Esteve durante sua estadia naquele local, junto aos leprosos que vinham de todas as partes do país, pensando em se curarem nas águas ditas milagrosas. Dr. Faivre estudou a lepra, enviando trabalhos para a Academia de Medicina e para a França. Foram importantes seus estudos sobre lepra. O Dr. Faivre, depois da morte de sua esposa e filha, das quais jamais se esqueceria, resolve abandonar todas as diversões da Corte.

O seu sonho de fundar uma colônia agrícola nos moldes socialistas era antigo. Em suas viagens, conheceu João da Silva Machado, o futuro Barão de Antonina. Um latifundiário, que gozava de prestigio onde era elemento de confiança do governo, e que foi um dos homens que trabalhou para a Emancipação do Paraná. João da Silva Machado tornou-se amigo do Dr. Faivre e nas longas conversas que mantiveram, Faivre se empolgou com as qualidades exuberantes das terras e as grandes possibilidades da exploração fluvial do Rio Ivaí. A convite do futuro Barão, Dr. Faivre visitou as terras tão decantadas. Sonhou mais uma vez e decidiu que seria nestas terras que fundaria a colônia. Seria para ele e para as pessoas que acreditavam nele, o verdadeiro eldorado e um local onde não existissem escravos, onde o índio seria civilizado sem passar pelo estágio de escravidão, onde houvesse felicidade, igualdade e todos fossem iguais a todos, uma concepção verdadeiramente socialista, sem ambições de riquezas pessoais, mas sim riqueza e felicidade para todos. Faivre então tem um plano de retornar à França com a esperança de conseguir adeptos que o acompanhassem na sua aventura. A Imperatriz Teresa Cristina o apoiou, achando que trazendo colonos da Europa para o Brasil seria muito interessante para o país, e assim lhe ofereceu seis contos de reis para pagar parte das despesas. Para juntar mais dinheiro, o Dr. Faivre vende todos os seus bens no Rio de Janeiro. Só não vendeu livros e instrumentos médicos. E, com 20 contos de réis, em maio de 1846, retornou à França, e durante a viagem, traçou o plano de fundação da Vila Agrícola Teresa, em homenagem a Imperatriz Teresa Cristina, que o apoiou financeiramente.

Na França, recrutou profissionais de diversas áreas. Voltou ao Brasil com 72 pessoas, desembarcaram no Porto de Antonina, passaram por Curitiba, Ponta Grossa, desceram o Rio Campinas Bellas, atualmente Ivaizinho, onde acamparam a foz, que deságua no Rio Ivaí, onde foi fundada a Colônia.

Em 1847, no Vale do Rio Ivaí, a Colônia Theresa Cristina se desenvolveu rapidamente graças a seus esforços. Muitas famílias brasileiras procuraram estabelecer-se nesta região, todos subordinados ao Dr. Faivre, cuja energia era espantosa. Foi o diretor moral e financeiro da Colônia e ainda mestre dos compatriotas. Todos tinham-lhe grande confiança e dedicavam-lhe sincera estima. Faivre deu andamento ao projeto, que conduziu durante 11 anos.

Doente, recomendou aos amigos, que após a morte dele, o sepultassem debaixo de uma árvore frondosa ao lado de uma fonte – fato que ocorreu no dia 30 de agosto de 1858 aos 63 anos, deixando para o cargo de Diretor, seu braço direito, Gustave Rumbelsperger.

Faivre foi humanitário e médico de prestígio, tanto na França, quanto no Brasil. Mesmo assim optou pelos pobres, que medicava sem receber pagamento.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO JOSÉ FRANCISCO XAVIER SIGAUD

Técnica: Óleo sobre a tela - 61.0 x 49,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: Meados do século XX

José Francisco Xavier Sigaud foi um dos Fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo Presidente em 1830 e 1832, e em 1851-1852, já com o nome de Academia Imperial de Medicina.

José Francisco Xavier Sigaud nasceu em Marselha, França, em 1796.

Era bacharel em letras, e iniciou seus estudos na Faculté de Medicine de Montpellier (França). Doutorou-se em medicina pela Faculté de Médecine de Strasbourg, em 7 de setembro de 1818, com a tese “Recherches et observations sur la phthisie laryngée” (Pesquisas e Observações sobre a Laringite Tuberculosa).

Em decorrência da perseguição política no contexto antibonapartista do reinado (1824-1830) de Charles X na França, Sigaud imigrou para o Brasil, desembarcando na cidade do Rio de Janeiro em 7 de setembro de 1825, onde se estabeleceu.

José Francisco Xavier Sigaud veio recomendado por carta de Ange Hyacinthe Maxence de Damas de Cormaillon, Barão de Damas e então Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, a Jacques-Marie Aymard, Conde de Gestas e Cônsul Geral da França no Brasil. Esta correspondência recomendava Sigaud como médico e naturalista, com interesse em realizar estudos no campo da história natural e clinicar.

Fixando-se no Rio de Janeiro, tornou-se conhecido por sua intensa atividade editorial, desenvolvida em parceria com um compatriota, o livreiro Pierre Plancher.

A dupla Sigaud-Plancher tem grande importância para a história do livro e da imprensa no Brasil do Primeiro Reinado e do período regencial. Foi deles, por exemplo, a iniciativa de fundar, em 1827, o famoso Jornal do Commercio, que se tornaria um dos mais importantes jornais de grande circulação na capital do Império e que existe até os dias de hoje (2016).

Em 1829, José Francisco Xavier Sigaud, juntamente com Joaquim Cândido Soares de Meirelles, José Martins da Cruz Jobim, Luiz Vicente De Simoni e Jean Maurice Faivre, fundou a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, cujas reuniões preparatórias foram realizadas nas residências dos médicos, inclusive na de José Francisco Xavier Sigaud, situada na rua do Rosário, n o 185. Coube a ele, a incumbência da redação do projeto dos estatutos da fundação desta sociedade, e foi, ainda, seu Presidente em várias ocasiões (1º trimestre 1830, 1º e 2º trimestres 1832, 1851-1852).

Foi responsável pela fundação do primeiro periódico médico brasileiro em 1827, que ostentava o extenso título de “O Propagador das Sciencias Medicas ou Anaes de Medicina, Cirurgia e Pharmacia; Para o Império do Brasil e Nações Estrangeiras”. Fundou o jornal da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, intitulado O Semanário de Saúde Pública, lançado em 3 de janeiro de 1831 do qual foi o editor até 1835.

Em 1835 aliou-se novamente a seu amigo Plancher para editar o Diario de Saude ou Ephemerides das sciencias medicas e naturaes do Brazil, que existiu até 1836, tendo como companheiros de redação o médico Francisco de Paula Cândido e Francisco Crispiniano Valdetaro, médico e professor das princesas filhas de D. Pedro II.

Nas páginas deste periódico publicou parte do material que viria a constituir sua obra “Du climat et des maladies du Brésil ou statistique médicale de cet Empire” (1844).

Em 12 de novembro de 1833 foi nomeado, por José Bonifácio de Andrada e Silva, médico honorário da família imperial pelos serviços prestados a D. Pedro II, especialmente no tratamento de uma moléstia que acometera o Imperador. Em 1840 foi efetivado como médico da Imperial Câmara.

Em 15 de julho de 1843 José Francisco Xavier Sigaud viajou para a França, com o intuito de buscar informações sobre a enfermidade (amaurose) que acometera a visão de sua filha e para editar seu livro “Du Climat et des Maladies du Brésil”. Nesta ocasião, em Paris, tendo em vista suas relações com Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e Angel Renzi, respectivamente membro e administrador-tesoureiro do Institut Historique de France, Sigaud foi recebido em uma das sessões desta sociedade, realizada em 17/01/1844, e fez a leitura de sua memória “Sur les progrès de la Géographie au Brésil et sur la necessite de dresser une carte générale de cet Empire”. Esta sua memória foi publicada no periódico L’Investigateur. Journal de institut historique. Contou, também, com a colaboração do escritor e viajante Jean Ferdinand Denis (1798-1890) especialmente pela cessão de documentos raros para sua obra, a qual foi publicada em Paris em 1844. Sua obra, “Du climat et des maladies du Brésil ou statistique médicale de cet Empire”, foi muito bem recebida na França, especialmente na Academie Royal de Médecine de Paris, tendo sido inclusive condecorado com a Cruz da Ordem Real da Legião de Honra.

José Francisco Xavier Sigaud retornou da França para o Brasil em 10 de agosto de 1844, onde sua obra foi igualmente bem recebida, tendo o Imperador distinguindo-o com a nomeação de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, e a Academia Imperial de Medicina o acolhido com elogios.

Participou da criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, estabelecido pelo decreto nº 1.428, de 12 de setembro de 1854. A criação desta instituição foi inspirada no Institut des Enfants Aveugles, em Paris, onde o jovem cego José Álvares de Azevedo, filho de Manoel Álvares de Azevedo, havia estudado. Este ao retornar ao Brasil se ofereceu para ser professor de Adèle Marie Louise Sigaud, filha de Sigaud, cega desde 15 anos de idade, o que motivou a José Francisco Xavier Sigaud a empenhar-se pela criação de uma instituição nos moldes da francesa. Sigaud apresentou o jovem professor ao Imperador D. Pedro-II, de quem Sigaud era médico particular, de forma a estimular a criação de tal instituição. O Imperial Instituto dos Meninos Cegos recebeu o apoio do Imperador D. Pedro-II, e foi inaugurado em 17 de dezembro de 1854 na Chácara, nº 3, do Morro da Saúde, próximo à Praia do Lazareto, na cidade do Rio de Janeiro. Sigaud foi seu primeiro diretor e permaneceu no cargo até a data de sua morte. Adèle Marie Louise Sigaud, sua filha, foi a primeira aluna, e posteriormente professora de primeiras letras e de música do mesmo Instituto.

Em 19 de junho de 1859 foi inaugurado um pedestal em homenagem a Sigaud no salão nobre do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, com os seguintes dizeres: “J. F. X. Sigaud collaborador de J. A. Azevedo na fundação do Instituto dos Meninos Cegos e primeiro director do mesmo Instituto”.

Em 1890 o instituto, então denominado Instituto Benjamin Constant, foi transferido para o prédio na Praia da Saudade (atual Avenida Pasteur, Bairro da Urca), na cidade do Rio de Janeiro, e nas proximidades deste novo prédio posteriormente foi aberta uma rua a qual foi denominada como Rua Dr. Xavier Sigaud.

Recebeu a Cruz da Legião de Honra da França e foi condecorado pelo Imperador D. Pedro-II como Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Membro Titular da Sociedade Real de Medicina de Marselha.

Faleceu em 10 de outubro de 1856, no Rio de Janeiro, pobre, dentro do Instituto Imperial dos Meninos Cegos.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Acadêmico José Martins da CRUZ JOBIM

Técnica: Óleo sobre a tela - 60.0 x 50,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: Séc. XX

José Martins da Cruz Jobim nasceu na cidade do Rio Pardo, na então província do Rio Grande do Sul, em 26 de fevereiro de 1802 e faleceu no Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1878. Foi um médico, professor e político brasileiro do século XIX. Foi um dos pioneiros da Psiquiatria no Brasil.

Foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, criada em 1829 e posteriormente denominada Academia Imperial de Medicina, juntamente com Joaquim Cândido Soares de Meirelles, Luiz Vicente de Simoni, José Francisco Xavier Sigaud e Jean Maurice Faivre. Foi Presidente da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, no 3º trimestre de 1831, 3º e 4º trimestres de 1834. Presidente da Academia Imperial de Medicina em 1839-40 e 1848-51.

Patrono da Cadeira Nº 41 da Academia Nacional de Medicina.

Cruz Jobim era o filho mais velho do tenente português José Martins da Cruz Jobim e de sua primeira esposa, Eugênia Rosa Pereira Fortes. Entre seus irmãos estava Antônio Martins da Cruz Jobim, mais tarde Barão de Cambaí. Filho de pais pobres, mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro para receber uma educação mais aprimorada, tendo sido matriculado no extinto Seminário Episcopal de São José.

Casou-se em 1830 com Maria Amélia Marcondes do Amaral, de família paulista, com quem teve sete filhos. Uma de suas filhas, Luiza Marcondes Jobim, casou-se com Vicente Cândido Figueira Sabóia, posteriormente Visconde de Sabóia, que foi Presidente da Academia Nacional de Medicina de 1891-1892 e é o Patrono da Cadeira Nº 63.

Viajou para a França em 1821 onde ingressou na Faculté de Médecine de Montpellier, tendo se transferido posteriormente para a Faculté de Médecine de Paris, instituição na qual diplomou-se como bacharel em ciências físicas (1826) e doutor em medicina (1828).

Ao retornar ao Brasil, em 5 de março de 1828, foi nomeado médico do Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde chefiou uma de suas enfermarias. Teve presença marcante nesta instituição, exonerando-se de suas funções no ano de 1859. Em 1860 lhe foi concedido o título de primeiro e único médico honorário do Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Dedicou-se também às atividades clínicas em seu consultório particular, situado na rua do Lavradio nº 53, no bairro da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.

José Martins da Cruz Jobim participou de várias comissões organizadas pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo sido, em 1830, indicado como relator da Comissão de Salubridade designada para examinar a situação das prisões, hospitais, casa de expostos e hospícios. Neste mesmo ano integrou a comissão, encarregada pela Câmara dos Deputados, para elaborar um plano para as escolas médicas. O projeto elaborado intitulou-se “Plano de Organização das Escolas Médicas do Império. Redigido pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, por Convite que a Augusta Câmara dos Deputados lhe dirigiu em 07 de outubro de 1830”, e foi apresentado por José Martins da Cruz Jobim à Câmara dos Deputados do Império, sendo votado e aprovado.

A intersecção entre as doenças infecciosas, a pobreza e a doença mental foi um assunto importante para a Neuropsiquiatria brasileira no início do século 19. José Martins da Cruz Jobim estava engajado em uma abordagem higienista baseada em estudos sintomatológicos e anatomopatológicos. Escreveu “Insânia Loquaz” em 1831, o primeiro texto escrito sobre doença mental no Brasil, baseado em dados clínicos e patológicos compatíveis com meningite tuberculosa. Assim, Jobim é considerado um dos pioneiros da Psiquiatria no Brasil e merece o título de primeiro Neuropsiquiatra do Brasil.

Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi lente de Medicina Legal e Toxicologia (1833-1854), e Diretor (1842-1872), tendo sido jubilado e aposentado como diretor em 1872.

Em 1844, José Martins da Cruz Jobim viajou para Nápoles (Itália), como emissário particular de D. Pedro-II junto à Corte do Rei das Duas Sicílias, e no seu retorno foi designado médico da comitiva do Imperador que realizaria sua primeira visita às províncias do sul do império brasileiro. Nesta ocasião, foi nomeado, ainda em Porto Alegre, para o Conselho da Coroa.

Foi Deputado Geral, nas 7ª e 8ª legislaturas, pela província do Rio Grande do Sul (18491851), e Senador do Império pela província do Espírito Santo (01/03/1851), cargo este que assumiu em 6 de maio de 1851 e onde permaneceu até a data de sua morte, em 1878.

Teve o seu necrológio escrito por José Eduardo Teixeira de Souza, orador oficial da Academia Imperial de Medicina, em 30 de junho de 1879, na sessão comemorativa do cinquentenário da Instituição.

Cruz Jobim foi Conselheiro do Imperador. Membro correspondente da Real Academia de Ciências de Nápoles e de Lisboa. Cruz Jobim foi agraciado com as Comendas da Ordem da Rosa e de Cristo, e da Imperial Ordem da Rússia de S. Estanislau.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1878.

Entre as homenagens prestadas a José Martins da Cruz Jobim, destacam-se a emissão de selo comemorativo por ocasião do 150º aniversário de seu nascimento, pelo Departamento dos Correios e Telégrafos (lei nº 1.671, de 12/09/1952), e a mudança do nome da Rua Constantino Alves, situada no bairro de Irajá, na cidade do Rio de Janeiro, para Rua Cruz Jobim (decreto nº 5.224, de 5/04/1935).

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
CONSELHEIRO JOSÉ CORRÊA PICANÇO

Técnica: Óleo sobre a tela - 63.0 x 52,0 cm

Autor: Vicente Mallio

Data: Século XIX

Retrato do Conselheiro José Corrêa Picanço, de frente, meio corpo com casaca preta, duas medalhas ao peito e duas condecorações do lado esquerdo.

José Correia Picanço, primeiro e único Barão de Goiana, nasceu na vila Goiana, então capital de Pernambuco, em 10 de novembro de 1745 e faleceu aos 77 anos, no Rio de Janeiro, em 23 de janeiro de 1823.

No Recife, aprendeu a profissão de cirurgião-barbeiro com o pai, e aos 21 anos foi nomeado cirurgião do “Corpo Avulso de Oficiais de Ordenança dos Estrados e Reformados” por Antônio de Souza Manoel de Menezes, conde de Vila Flor, governador da capitania.

Licenciou-se em cirurgia na Escola Cirúrgica do Hospital São José, em Lisboa, e em seguida viajou para a França, onde em 1768, obteve o grau de “Officier de Santè” pela Universidade de Montpellier. De volta a Portugal, em 1772 ingressou na Universidade de Coimbra como lente da cadeira de Anatomia. Retornou a Montpellier para obter o título de doutor em medicina e, após sua conclusão, de retorno a Lisboa, é nomeado pelo Marquês de Pombal para a Universidade de Coimbra, de onde se jubilou em 1790. Exerceu diversos outros cargos em Portugal, foi cirurgião-mor dos Exércitos do Reino, cirurgião da Real Câmara, primeiro médico da Casa Real e do Conselho de D. João e Deputado da Real Junta do Protomedicato. Participou da junta médica que, em 1792, examinou e declarou insana a rainha D. Maria I.

Retornou ao Brasil com Dom João VI em 1807, obtendo deste autorização para criar o primeiro Curso de Medicina do Brasil. Assim, foi o principal responsável pela implantação do ensino de anatomia e cirurgia no Brasil, criando uma escola de Medicina na Bahia, em fevereiro, e outra no Rio de Janeiro, em novembro de 1808, no Hospital Militar do Morro do Castelo.

Foi Cirurgião-mor do Reino de Portugal, por alvará de 1809.

Acompanhou o parto da Imperatriz Maria Leopoldina, do qual nasceu D. Maria da Glória, futura rainha de Portugal.

Casou com Catarina Brochot, na França, e foi pai do Marechal José Correia Picanço e do Desembargador Antônio Correia Picanço.

Foi pioneiro no uso de cadáveres humanos no ensino de Anatomia.

Dado importantíssimo de sua biografia é o fato de ser considerado o Patrono da Obstetrícia Brasileira, não só por ter sempre realçado ser fundamental essa matéria na instituição dos cursos médicos, como por ter praticado pela primeira vez a cesariana no país, em 1817, no Hospital Militar do Recife, em uma paciente negra, escrava, e que sobreviveu.

Recebeu de D. João, em março de 1821, o título de Barão de Goiana.

Além de ser considerado o Patrono da Obstetrícia Nacional, Correia Picanço foi aclamado “Patriarca da Medicina Brasileira”, título concedido por aclamação no III Congresso Brasileiro de História da Medicina, realizado em abril de 1958, nas comemorações do 150º aniversário do Ensino Médico no Brasil, em conjunto com o I Congresso Panamericano de História da Medicina, realizado no Rio de Janeiro.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
DOM PEDRO I

Técnica: Óleo sobre tela - 81,0 x 60,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira - cópia de tela
de Simplício de Sá

Data: 1960

Dom Pedro-I foi o primeiro Imperador do Brasil. Seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

Pedro-I (do Brasil) ou Pedro IV (de Portugal), nasceu em Queluz, Portugal, em 12 de outubro de 1798 e faleceu em Queluz em 24 de setembro de 1834. Alcunhado o Libertador, foi o fundador e primeiro soberano do Império do Brasil; antes disso já havia sido proclamado ainda em São Paulo, primeiro Rei do reino independente, que em seguida se tornaria império no Rio de Janeiro. Como D. Pedro IV reinou em Portugal, onde também ficou conhecido como o Libertador, o Liberal e o Rei Soldado.

D. Pedro foi a quarta criança do rei Dom João VI de Portugal e da rainha Carlota Joaquina, e assim membro da Casa de Bragança. Quando seu país foi invadido por tropas francesas em 1807, veio com sua família para o Brasil. Chegou ao Brasil em 1808, com nove anos de idade, em companhia da mãe, D. Carlota Joaquina, e do pai, D. João VI de Portugal.

Desde criança apresentou forte espírito de liderança. Quando aos 22 anos assumiu o governo brasileiro na condição de Príncipe Regente, agiu como brasileiro visando os interesses de nosso povo. Também, por este motivo, decidiu ficar no Brasil quando a Corte portuguesa o chamou de volta a Portugal. Nessa ocasião, conhecido como Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), ele demonstrou seu grande amor pelo Brasil, levando-o a proclamar a nossa independência em 7 de setembro de 1822.

Foi Imperador do Brasil entre 1822 e 1831. D. Pedro-I foi o principal responsável pela consolidação da independência brasileira, embora tenha tido um governo bastante tumultuado em função das revoltas e conflitos ocorridos no Brasil durante seu reinado.

D. Pedro-I foi o soberano que abdicou a duas coroas. Herdou do pai a coroa portuguesa, porém renunciou-a em favor da filha, D. Maria da Glória. Para terminar com as lutas entre brasileiros e portugueses e com os conflitos no Brasil, renunciou à coroa brasileira, passando-a ao filho, Pedro de Alcântara, que seria D. Pedro-II (que tinha apenas cinco anos de idade), em 7 de abril de 1831.

Em Portugal, sua filha D. Maria da Glória encontrava-se com problemas na Corte, pois seu tio D. Miguel tentava apossar-se do trono português. Pedro-I correu em socorro da filha, afastando D. Miguel de suas pretensões políticas.

Faleceu aos 36 anos, em sua cidade natal, em 24 de setembro de 1834.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
D. PEDRO-II do BRASIL

Técnica: Óleo sobre a tela - 75.0 x 62,0 cm

Autor: Vicente Pereira Mallio*

Data: Século XIX

Retrato meio corpo, meio perfil, de D. Pedro-II retratado em idade avançada.

D. Pedro-II – Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris em 5 de dezembro de 1891. Alcunhado o Magnânimo, foi o segundo e último soberano do Império do Brasil, tendo reinado o país durante um período de 58 anos. Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do imperador Pedro-I do Brasil e da imperatriz Dona Maria Leopoldina de Áustria e, portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança.

Ficou órfão de mãe com apenas um ano de idade. Com nove anos perdeu também seu pai. Era o sétimo filho, mas tornou-se herdeiro do trono brasileiro, com a morte de seus irmãos mais velhos. Cresceu aos cuidados da camareira-mor Dona Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte.

Tornou-se príncipe regente aos cinco anos de idade, no dia 7 de abril de 1831, quando seu pai Dom Pedro-I, que vinha enfrentando severa oposição política, acusado de favorecer os interesses portugueses no Brasil independente, abdica do trono e embarca de volta a Portugal. José Bonifácio de Andrada e Silva foi nomeado seu tutor e depois foi substituído por Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho.

Com a abdicação e a menoridade do herdeiro do trono, foi eleita pela Assembleia, obedecendo à Constituição, uma Regência Trina até a maioridade de Dom Pedro-II. Estando o Senado e a Câmara de férias, foi eleita uma Regência Trina Provisória, que permaneceu de 7 de abril a 17 de junho de 1831. Em seguida, foi eleita a Regência Trina Permanente, entre 1831 e 1835. A Regência Una de Feijó governou entre 1835 e 1837. E a Regência Una de Araújo Lima governou entre 1838 e 1840.

Durante a menoridade, Dom Pedro teve aulas com diversos mestres ilustres, escolhidos por seu tutor José Bonifácio. Estudou caligrafia, literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, pintura, música, dança, esgrima e equitação.

Os liberais moderados governavam o País com dificuldades, enfrentando os que preferiam a República. Outro grupo queria a volta de Dom Pedro-I. As crises se acumulavam. Em 1840 os conservadores mantinham a maioria parlamentar e fizeram aprovar a Lei de Interpretação do Ato Adicional que reduzia as conquistas feitas pelos liberais. Esses, inconformados, começaram a luta pela maioridade do imperador, então com 14 anos. No dia 23 de julho de 1840, Dom Pedro-II é coroado Imperador. O ato ficou conhecido como o Golpe da Maioridade.

Os primeiros anos de reinado de Dom Pedro-II foram de aprendizado político. Aplicavase inteiramente aos negócios de Estado, exercia à risca a Constituição. Aos poucos o país se pacificava. No dia 3 de setembro de 1843, Dom Pedro-II esperava no porto sua futura esposa Teresa Cristina de Bourbon. O casamento era um arranjo político com Francisco-I, rei das Duas Sicílias. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Isabel e Leopoldina. A vida na Corte era calma. As portas do Palácio Isabel, hoje Palácio Guanabara, eram abertas quatro vezes por ano, ao corpo diplomático e à nobreza. No início de seu governo Dom Pedro-II fez viagens diplomáticas às províncias onde estavam ocorrendo conflitos. Em 1850, Dom Pedro-II ainda não completara 25 anos, mas seu império já estava consolidado. A constituição de 1824, com as modificações introduzidas pelo Ato Adicional, dava ao Imperador um Governo quase autocrático. Mas Pedro-II optou sempre pela moderação. Os partidos políticos do Império representavam a aristocracia rural, e a técnica política do Imperador era revezar os partidos no poder. Essa política sobreviveu por quase vinte anos.

Dom Pedro-II era acusado de dedicar mais tempo aos livros do que às questões políticas. O império que gozava de certa prosperidade econômica começou a perder o equilíbrio com as guerras na região do Rio da Prata. As forças imperiais lutaram em 1850 contra Rosas e Oribe, e em 1864 contra Aguirre. Em 1865 teve início a Guerra do Paraguai, que durou cinco anos e finalmente o Paraguai foi vencido. Ao terminar a guerra, o movimento abolicionista tomava impulso e no Rio de Janeiro fundava-se em 1870 o Partido Republicano.

Na década de 1870, Dom Pedro-II viajou duas vezes à Europa, deixando sua filha a Princesa Isabel como Regente. Em ambos os momentos a princesa resolveu causas difíceis. Em 1871, assinou a lei do Ventre Livre e em 1875 foi resolvida a Questão Religiosa (entre maçons e a igreja). Em 1886, Dom Pedro-II adoece e parte novamente para a Europa. No dia 13 de maio de 1888, com a Regência da Princesa Isabel, é assinado o decreto que acaba com a escravidão no Brasil.

O ideal republicano que surgiu no Brasil em vários movimentos, como na Guerra dos Farrapos e na Revolução Praieira, só ressurgiu e se fortaleceu após a Guerra do Paraguai. No dia 15 de novembro de 1889, pela conjugação de interesses políticos, o governo imperial foi derrubado. Estava proclamada a República no Brasil. No dia seguinte organizou-se um Governo Provisório, que deu 24 horas para Dom Pedro-II deixar o país.

Dom Pedro de Alcântara embarca com a família para Portugal. Era 17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da República. Chegando em Lisboa no dia 7 de dezembro seguiu para o Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 do mesmo mês. Pedro-II, com 66 anos, segue sozinho para Paris, onde fica hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à Biblioteca Nacional eram seu refúgio.

Certo dia realizou um longo passeio pelo rio Sena em carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa. Ao retornar para o hotel Bedford à noite, sentiu-se resfriado. A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia. O estado de saúde de Pedro-II rapidamente piorou até a sua morte às 00:35 da manhã do dia 5 de dezembro de 1891. Suas últimas palavras foram: “Deus que me conceda esses últimos desejos – paz e prosperidade para o Brasil”. Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador: “É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria”. O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocado dentro do caixão.

Seus restos mortais são transladados para Lisboa, e depositados no convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa. Quando revogada a lei do banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e depositados na Catedral do Rio de Janeiro, em 1921. Em 1925, foram transferidos para a Catedral de Petrópolis (Catedral de São Pedro de Alcântara, dedicada a São Pedro de Alcântara, padroeiro da cidade e da Monarquia Brasileira).

Relação com a Academia Nacional de Medicina (ANM)

Com a Declaração de Maioridade do Imperador D. Pedro-II, este se tornou o maior Patrono da Academia Imperial de Medicina. Durante 50 anos o Imperador D. Pedro-II frequentou as suas sessões e presidiu as solenidades da Academia Imperial de Medicina. A cadeira na qual se sentava existe até hoje perfeitamente preservada na atual Academia Nacional de Medicina. No acervo da ANM estão ainda o Atestado de Óbito original de D. Pedro-II e seus óculos “pince-nez”.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Retrato do Acadêmico ACHILLES DE ARAÚJO

Técnica: Óleo sobre tela - 60.0 x 52,0 cm

Autor: Cândido Portinari

Data: 1928

Achilles Ribeiro de Araújo (Rio de Janeiro, 8 de maio de 1895 – 25 de outubro de 1982) Membro Emérito da Secção de Cirurgia da Academia Nacional de Medicina.

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1917, escreveu tese de doutoramento sob o título: “Do éter no peritônio. Estudo clínico experimental”.

Foi eleito em 24/11/1927 Membro Titular da Academia Nacional de Medicina com a memória “Contribuição ao Estudo da osteo-distrofia fibroquística localizada nos ossos longos”, e tornou-se Membro Emérito em 10/07/1957.

Foi Professor Catedrático de Ortopedia da Faculdade do Brasil (atual UFRJ) e chefiava o Serviço de Ortopedia no Hospital São Francisco. Foi fundador da Sociedade de Ortopedia em 1937, fundou a Revista Brasileira de Ortopedia em 1939 e escreveu um livro intitulado “Na Seara da Ortopedia” em 1980. Foi pioneiro em vários aspectos da ortopedia, utilizando a Fisioterapia (não existia como curso, chamava-se massagista) na recuperação dos pacientes.

Achilles de Araújo dedicou-se à pintura sob a direção de seu avô e conselheiro D. José Bento de Araújo e do pintor Thomás Driendl. Dentre as medalhas e condecorações com que foi distinguido, destacamos: Medalha de Guerra e diploma por ter cooperado no esforço de Guerra do Brasil e Grande Oficial da Ordem do Mérito Médico.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Acadêmico FRANCISCO DE CASTRO

Técnica: Óleo sobre tela - 46.0 x 36,0 cm

Autor: João Baptista da Costa

Data: Final do Século XIX

Acadêmico Francisco de Castro nasceu em Salvador em 17 de setembro de 1857 e faleceu no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1901. Era filho de Joaquim de Castro Guimarães e de Maria Heloísa de Matos. Logo cedo ficou órfão de mãe, e o pai, negociante, empenhou-se em lhe dar esmerada educação, e encaminhou-o para o Ateneu Baiano, após o que ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em março de 1874, formando-se em 1879. Durante o curso acadêmico, deixou-se atrair pelo convívio literário, tendo, entre seus companheiros, Guilherme de Castro Alves, irmão de Castro Alves. A admiração pelo Poeta dos Escravos exerceu decisiva influência na sua poesia, emprestando-lhe a sua feição condoreira (parte de uma escola literária da poesia brasileira, a terceira fase romântica, marcada pela temática social e a defesa de ideias igualitárias).

Destacou-se desde cedo por sua notável inteligência. Foi filósofo, poeta, clínico, cientista e orador.

Candidatou- se à Academia Imperial de Medicina com a memória “Centros Córticos e Psicogênicos” tomando posse em 1881. É Patrono da Cadeira Nº 14 da Academia Nacional de Medicina.

Foi professor da cadeira de Clínica Propedêutica e, em 1901, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Paralelamente ia exercendo a atividade de escritor, em livros de assuntos médicos e proferindo discursos publicados depois de sua morte.

Poeta, ainda inspirado no Romantismo, publicou versos também sob o pseudônimo Luciano de Mendazza. Reuniu-os num volume, ao qual deu o título de “Harmonias Errantes”, livro que mereceu uma introdução de seu amigo Machado de Assis.

Francisco de Castro deixou uma tradição de bondade extrema, e seu grande exemplo foi lembrado por gerações sucessivas de médicos. Muitos o chamavam “o divino Mestre”, conservando o culto de sua figura, que ficou sendo uma espécie de patrono deles todos.

Segundo a Academia Brasileira de Letras, Rui Barbosa se expressou: “Era Castro, em nossa terra, a mais peregrina expressão de cultura intelectual que jamais conheci. Tenho encontrado, em nossos naturais, aliás raramente, artistas e sábios. Mas nele se me deparou, entre brasileiros, o primeiro exemplo e único até hoje, a meu parecer, de um sábio num artista. Em Francisco de Castro brilhava a mesma vocação consumada nas Letras e na Medicina”.

Foi eleito para a Cadeira Nº 13 da Academia Brasileira de Letras, em 10 de agosto de 1899, na sucessão do Visconde de Taunay, não chegou a tomar posse. Deveria ser saudado pelo acadêmico Rui Barbosa.

Era pai do também Acadêmico Aloysio de Castro, da Academia Brasileira de Letras e da Academia Nacional de Medicina.

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Sobre o doador

Acadêmico Aloysio de Castro – Filho do Personagem Retratado Acad. Francisco de Castro O Acadêmico Aloysio de Castro nasceu em 14 de junho de 1881 no Rio de Janeiro. Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1903, defendendo tese intitulada: “Das desordens da marcha e seu valor clínico”.

Foi Professor Catedrático de Patologia Médica e de Clínica Médica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ).

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina com a Memória: “Sobre o Síndrome de Stokes-Adams”, e tomou posse em 21 de julho de 1904, tornando-se Emérito em 23 de novembro de 1933.

Presidiu a ANM de 1937 a 1942 e de 1943 a 1945.

Foi diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro de 1915 a 1925; durante sua gestão foi inaugurado o novo edifício na Avenida Pasteur, e criado o Instituto de Radiologia. O novo Instituto de Radiologia foi inaugurado em 1919 e instalado no Pavilhão “Francisco de Castro”, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde ocupou a 4ª Enfermaria.

Aloysio de Castro foi subcomissário de Higiene e Assistência Pública do Rio de Janeiro, Chefe da 4ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia e Chefe do serviço de Clínica Médica da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.

Professor “Honoris causa” da Faculdade de Medicina de Niterói, Membro da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano e Membro da Academia Brasileira de Letras, da qual foi Presidente em 1930 e em 1951.

Faleceu em 07 de outubro de 1959.

É Patrono da Cadeira Nº 58 da Academia Nacional de Medicina.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
OLYMPIO OLINTO DE OLIVEIRA

Técnica: Óleo sobre tela - 53.0 x 44,5 cm

Autor: Jordão Eduardo de Oliveira Nunes

Data: Século XX

Retrato do Patrono da Cadeira Nº 45 da Academia Nacional de Medicina – Olympio Olinto de Oliveira.

Olympio Olinto de Oliveira (1866-1956) Patrono da Cadeira Nº 45 da Academia Nacional de Medicina.

Nasceu na cidade de Porto Alegre, em 5 de janeiro de 1866. Graduou-se em 12 de janeiro de 1887 pela Faculdade Nacional de Medicina, onde foi discípulo de Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo. A trajetória profissional de Olympio Olinto de Oliveira pode ser dividida em dois tempos. Um, passado em Porto Alegre e outro vivido na cidade do Rio de Janeiro capital da República, onde fez sua formação médica. Nos dois casos, dedicou-se com obstinação e pioneirismo à formação de pediatras e à implementação de políticas públicas de proteção da criança.

No Rio de Janeiro, participou com Fernandes Figueira da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1910.

Assim que se formou, com 21 anos de idade, voltou a residir em Porto Alegre, onde fundou em 1898, em companhia de outros colegas, a terceira Faculdade de Medicina do país. Na época só havia as faculdades da Bahia e do Rio de Janeiro.

Olympio Olinto de Oliveira lecionou química, biologia, anatomia, fisiologia, anatomia patológica, clínica médica, ortopedia pediátrica e clínica pediátrica, inaugurada em 1903. Na oportunidade criou o Instituto Pasteur – para tratamento preventivo da raiva (que teve vida curta).

Em 1890 fundou o dispensário de crianças da Santa Casa da Misericórdia. Clinicava, ainda, no Serviço de Crianças da Santa Casa da Misericórdia. Como muitos médicos do século XIX, percebia sua prática profissional como uma arte, sujeita ao subjetivismo e à sensibilidade humana.

Homem de cultura vasta e diversificada ajudou a organizar a Academia Rio-Grandense de Letras (1901), aonde chegou a ocupar a cadeira 26 (1944). Além disso, colaborou com a criação do Instituto Livre de Belas Artes, em Porto Alegre, que presidiu em 1918. Tinha, ainda, uma coluna no “Correio do Povo” de Porto Alegre, com o pseudônimo de Maurício Bohn.

Em 1918 transferiu-se para o Rio de Janeiro, dando início, junto com outros colegas de faculdade, entre os quais Fernandes Figueira, a intensa atividade em favor da criança, sobretudo no Hospital Artur Bernardes, hoje Instituto Fernandes Figueira, onde atendia crianças e formava pediatras. Lá foram dados os primeiros passos da organização da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Na oportunidade, a Sociedade desenvolvia apenas reuniões científicas, com a participação restrita aos associados residentes na cidade do Rio de Janeiro.

No final dos anos 20, criou com Américo Augusto o periódico “Arquivos de Pediatria”. Esta revista científica chegou a ter uma circulação mensal, tratando de temas relacionados com a clínica, a higiene infantil e a puericultura em geral. Sua visão sobre a importância da divulgação científica pediátrica pode ser bem identificada quando afirmou, em um dos Arquivos de Pediatria: “É tempo de se irem agrupando (os pediatras brasileiros) em torno do ideal comum, de se conhecerem e auxiliarem, e de constituírem a grande família da Pediatria Nacional. Que se congreguem as sociedades pediátricas, que se publiquem trabalhos, observações e contribuições, que se reúnam em sessões conjuntas os grupos vizinhos, até que tenhamos, enfim, o nosso Congresso Nacional da especialidade”.

Com a morte de Fernandes Figueira (1928), Olinto de Oliveira assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria. Na oportunidade, fez a reforma do estatuto da Sociedade e dinamizou o “Jornal de Pediatria” – órgão oficial da entidade.

A Era Vargas trouxe Olinto de Oliveira para a cúpula do poder público referente à assistência à criança. Inicialmente, foi Chefe da Inspetoria de Higiene Infantil. Em 1933, convocou e presidiu a “Conferência Nacional de Proteção e Assistência à Infância”, quando os pediatras e sanitaristas brasileiros presentes fizeram sugestões ao governo em relação à saúde infantil. No ano seguinte, esta inspetoria foi transformada na Diretoria de Proteção e Assistência à Infância.

Com o Estado Novo (1937 – 1945), as políticas públicas em favor da criança assumiram uma centralidade inédita na História do Brasil. Em 1940, Olinto de Oliveira criou e dirigiu o “Departamento Nacional da Criança”. Seu objetivo era normatizar nacionalmente o atendimento ao binômio mãe-filho e combater a mortalidade infantil. Olinto de Oliveira projetou para este departamento representações nos diversos estados da federação: os “Departamentos Estaduais da Criança”. Além disso, organizou os “Cursos de Puericultura e Administração”, destinados à formação de puericultores nos serviços regionais. Os profissionais que concluíam o curso, ao retornarem aos estados de origem, assumiam coordenações ou chefias dos Postos de Puericultura. Este curso era ministrado no Hospital Artur Bernardes, atual Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. Nesta mesma época, Olinto de Oliveira remodelou este Hospital, vinculando-o ao próprio “Departamento Nacional da Criança”.

Sua produção científica reúne mais de cem artigos sobre pediatria, higiene e assistência à infância em periódicos científicos brasileiros, franceses e italianos, que traduzem sua interlocução internacional.

Foi Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina, da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade de Pediatria de Paris. É o Patrono da Cadeira Nº 45 da Academia Nacional de Medicina.

Entre seu legado consta seu filho, Mário Olinto de Oliveira, que nasceu em Porto Alegre em 19 de abril de 1898, e seguiu seus passos: foi pediatra e Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.

A contribuição de Olympio Olinto de Oliveira à medicina brasileira fez com que seu nome fosse inscrito, em 1953, no Livro de Mérito dos Grandes Vultos Nacionais.

Olympio Olinto de Oliveira faleceu no Rio de Janeiro no dia 31 de maio de 1956, pouco depois de ter completado 90 anos.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
ACADÊMICO MANOEL DE ABREU

Técnica: Óleo sobre tela - 54.0 x 44,0 cm

Autor: Nina Maria Osborne

Data: Segunda metade do século XX

Manoel Dias de Abreu nasceu em São Paulo em 4 de janeiro de 1891 e faleceu no Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 1962, foi um médico, cientista e inventor brasileiro. Foi o inventor da abreugrafia, que permite o diagnóstico precoce da tuberculose pulmonar e com o tempo passou a ser utilizada para a descoberta de lesões no coração, nos grandes vasos, e de tumores no pulmão.

Em 1950, recebeu a Medalha de Ouro, como médico do ano, no Colégio Americano de Medicina do Tórax. Foi indicado ao Prêmio Nobel de Medicina.

Filho do português Júlio Antunes de Abreu e da paulista Mercedes da Rocha Dias.

Em 1914, conclui a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, determinado a dedicar-se ao estudo da radiologia.

Pouco depois de formado, mudou-se com os pais e os irmãos para a Europa – Lisboa, depois Paris. No Hospital Laennec, dedicou-se à radiologia pulmonar, estudando os significados das diferenças de tons e sombras. Publicou diversos livros em francês, abordando densimetria pulmonar e radiodiagnóstico.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1922, surpreendeu-se com a epidemia de tuberculose que castigava a cidade. Um dos problemas que logo notou era que as pessoas procuravam tratamento quando a doença já havia atingido a fase mais grave, em que o tratamento não é mais eficaz. Graças à sua insistência, foi criado o primeiro serviço carioca de radiologia dedicado à doença. Na época, chefiou o Departamento de Raios-X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose. A seriedade do quadro incentivou-o a intensificar os estudos sobre radiografia do tórax, mas sem resultados animadores.

Manoel de Abreu apresenta seu invento à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1934. A técnica diferenciava da radiografia convencional. Era o resultado da impressão direta dos feixes de raios-X sobre o filme radiológico, após atravessarem o corpo. Na roentgenfotografia, o que se obtém é uma fotografia da imagem que aparece na radioscopia. O processo foi chamado de radiografia indireta do tórax.

Em 1939, o Congresso Brasileiro de Tuberculose torna oficial o nome “abreugrafia” que foi aprovado depois pela União Internacional contra a Tuberculose.

Manoel de Abreu se tornou um dos mais importantes nomes da medicina no Brasil e no mundo. Lecionou Radiologia em diversas instituições científicas no Brasil e no exterior. Foi cavaleiro da Legião de Honra na França.

A abreugrafia foi solicitada como pré-requisito para ingresso em escolas, alistamentos e empregos diversos. Sendo muito alto o grau de radiação usado na abreugrafia, ao longo dos anos outras formas de radiografia foram surgindo. Além da descoberta, Manoel de Abreu deixou vasta literatura científica, publicada no Brasil e no exterior. No dia 4 de janeiro é comemorado o dia Nacional da Abreugrafia.

Manoel de Abreu foi o primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia e Eletrologia, em 1930. Foi indicado, pelo menos cinco vezes, para o Prêmio Nobel de Medicina. Reservou tempo ainda à poesia (publicou, entre outros, o livro “Substâncias”, ilustrado por Di Cavalcanti).

Manoel Dias de Abreu morreu, em 1962, de forma trágica e irônica para um pneumologista, de câncer de pulmão, provavelmente, causado pelo fumo, hábito que mantinha desde longa data.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Retrato do DR. KOCH

Técnica: Óleo sobre tela - 73,0 x 60,0 cm

Autor: Maria Regina Fernandes

Data: Século XX

Heinrich Hermann Robert Koch (Prússia, Clausthal, 11 de dezembro de 1843 – Baden-Baden, Alemanha, 27 de maio de 1910)

Foi um médico alemão que ficou famoso por descobrir o bacilo da tuberculose (1882) e o bacilo da cólera (1883). Ele é considerado o fundador da bacteriologia.

Foi o terceiro de treze irmãos. Depois de terminar seus estudos escolares com louvor, Koch estudou Medicina na Universidade de Göttingen, graduando-se em 1866 como médico. Contudo, sua carreira foi temporariamente interrompida pela guerra francoprussiana. Seu primeiro descobrimento foi o bacilo de antraz (ou carbúnculo). Naquela época, Louis Pasteur havia lançado sua teoria sobre o papel dos germes nas doenças, no entanto, esta teoria foi desconsiderada por importantes patologistas. Foi o trabalho de Koch sobre o antraz que convenceu os mais céticos que muitas enfermidades contagiosas eram desencadeadas por causa dos micro-organismos.

Em 1880, ele foi nomeado membro do Departamento de Saúde Imperial de Berlim, realizando seu descobrimento mais genial, o bacilo da tuberculose (Bacilo de Koch). O trabalho de Koch consistiu em isolar o micro-organismo causador de uma doença e fazê-lo crescer em um cultivo puro. Este tipo de cultivo foi utilizado para induzir a doença em animais de laboratório, isolando novamente o germe dos animais doentes e comparando-o com o germe original.

Na Índia, em Calcutá, Koch isolou e identificou o bacilo da cólera.

Por suas descobertas do bacilo da tuberculose, do vibrião da cólera e da origem da doença do sono, e seus trabalhos epidemiológicos para prevenir a tuberculose, Koch recebeu em 1905 o Prêmio Nobel de Medicina. O pesquisador morreu em Baden-Baden, no dia 27 de maio de 1910.

Provavelmente tão importante quanto seu trabalho na tuberculose são os chamados postulados de Koch, que estabeleceram que para que um organismo seja a causa de uma doença, ele deve ser: encontrado em todos os casos da doença, preparado e mantido em cultivo puro, e deve ser capaz de produzir a infecção original após cultivo em animais experimentais. E, além disso, vale ressaltar que ele pode ser recuperado de um animal experimentalmente infectado e novamente isolado em cultivo puro.

Sobre o Doador

Acadêmico Reginaldo Fernandes de Oliveira Nasceu em 24 de agosto de 1903 em Natal – Rio Grande do Norte. Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro em 1928.

Eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, Cadeira Nº 41, Secção de Medicina, em cerimônia presidida pelo Dr. Café Filho (Vice-Presidente da República), com a Memória: “Função cárdio-respiratória na tuberculose pulmonar”, tomou posse em 27 de agosto de 1953 e tornou-se Emérito em 10 de agosto de 1978.

Foi Senador da República pelo Rio Grande do Norte de 1955 a 1959, Presidente da Comissão de Saúde do Senado Federal; Diretor do Departamento de Tuberculose da P.D.F.; Diretor do Serviço Nacional de Tuberculose; Membro do Conselho Nacional de Saúde, das Sociedades de Tisiologia da Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Venezuela, Peru e México; Membro da American Academy of Tuberculosis; Governador Honorário do American College of chest Physicians; Ex-Conselheiro da Union Internationale contre La Tuberculose e da Union Latino-Americana de Tisiologia e Presidente da Sociedade Brasileira de Tuberculose.

Faleceu em 26/08/1988.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Dr. ARMANDO AGUINÁGA

Técnica: Óleo sobre tela - 86,0 x 62,0 cm

Autor: Karl Ernest Papf

Data: 1894

Armando Palhares Aguinága Foi filho único de Honorina Palhares e Pedro Aguinága.

Nasceu em 10 de janeiro de 1890, na Rua Marquês de Abrantes no Rio de Janeiro. Armando nasceu em berço de ouro. Seus pais estavam casados por 8 anos antes dele nascer. Gostavam de ópera e mantinham ativa vida social. Quando a situação política mudou, também as fortunas da família desapareceram.

Aos 9 anos, Armando viu-se obrigado a ajudar a mãe para o sustento da família. Armando Aguinága ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com 16 anos, em 1906, concluindo o curso em 1911.

Durante o curso, atuou na Santa Casa de Misericórdia, sob a supervisão de Barata Ribeiro, Paes Leme e Carvalho de Azevedo.

Casou-se com a gaúcha Alice de Carvalho d’Avila. Mudaram-se em seguida para o interior de São Paulo, onde conseguiu juntar dinheiro e, mais tarde, mudar-se, já com quatro filhos, para Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo seu filho Hélio Aguinaga, Armando Aguinaga era um dos únicos médicos da cidade de Lençóis Paulista, o que o obrigava a lidar com diversos tipos de patologias e atender pessoas de todas as classes sociais.

Ao chegar ao Rio de Janeiro com seus filhos e esposa, ingressou no Hospital da Gamboa e, sob a supervisão de Nabuco de Gouvêa, chefe do Serviço de Ginecologia e Cirurgia, assumiu a função de médico assistente não remunerado. Também atuava em consultório particular no centro do Rio, situado na Rua da Assembleia, região central.

Armando e Alice tiveram nove filhos: Dalva d’Avila Aguinága – nasceu 4/12/1912, faleceu 2000; Haroldo Aguinága – nasceu 25/5/1914, faleceu 1/6/1952; Hélio Aguinága – nasceu 8/6/1916, faleceu em 07 de maio de 2015; Armando d’Avila Aguinága nasceu 06/1918, faleceu 10/1919; Fernando Aguinága – nasceu 30/8/1920, Sérgio d’Avila Aguinága – nasceu 19/6/1922, faleceu 20 de junho de 2014; – Maria Aguinága nasceu 12/4/1924; Marcello Ávila Aguinága – nasceu 10/6/1928, faleceu 25/5/2006; Vera Marina Ávila Aguinága – nasceu 16/01/33, faleceu 30/5/2005. Hélio Aguinága e Sergio d’Avila Aguinága foram Membros Titulares da Academia Nacional de Medicina.

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Sobre o Doador

Acadêmico Sergio d’Ávila Aguinága Nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1922 e faleceu na mesma cidade em 20 de junho de 2014.

Formado em medicina na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Membro Titular da Academia Nacional de Medicina desde 1980, sendo sua Memória para admissão “O Ureter Pélvico – Tratamento Cirúrgico das Lesões”. Se tornou Membro Emérito em 29 de novembro de 2007. Ocupou vários cargos na Diretoria, como Vice-Presidente entre 1991-93 e Presidente entre 1993-95. Foi livre docente em urologia pela UFRJ e UERJ, professor catedrático de urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professor de urologia da Escola de pós-graduação da PUC-Rio e médico licenciado pela Ordem dos Médicos de Portugal.

Foi membro das seguintes entidades: Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (da qual foi Presidente); do Colégio Internacional de Cirurgiões; da Confederação Americana de Urologia; do American Urological Association; da Sociedade Internacional de Urologia; da Confederação Americana de Urologia; Honorário da Sociedade Mexicana de Urologia; da Academia de Medicina da Polônia; da Real Academia de Medicina da Espanha e das Academias de Medicina do Piauí e Paraíba. Condecorado Comendador da Ordem do Mérito Médico; medalha Amigo da Marinha; Comendador do Mérito Naval e do Mérito Santos Dumont; Cavaleiro da Ordem de Cristo; medalha do Mérito Aeronáutico. Primeiro urologista a ser homenageado com a medalha de Mérito Juscelino Kubitschek, da Sociedade Brasileira de Urologia.

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  • 1946
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Título:
JOSÉ JOAQUIM SEABRA (J.J. SEABRA)

Técnica: Óleo sobre tela - 58,0 x 47,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1964

Retrato de meio corpo e meio perfil, usando terno escuro e camisa branca. No canto inferior direito, a assinatura do autor e a data “Jordão 1964”.

José Joaquim Seabra, conhecido como J. J. Seabra, foi um político e jurista brasileiro. Nasceu em Salvador em 21 de agosto de 1855 e faleceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1942.

Filho de José Joaquim Seabra e de Leopoldina Alves Seabra, foi educado no Colégio Guilherme Pereira Rebelo.

Foi um dos poucos parlamentares a participar do processo de promulgação das duas primeiras constituições republicanas (1891 e 1934).

Governou a Bahia em duas ocasiões, de 1912 a 1916 e de 1920 a 1924. Como entre 1916 e 1920 foi governador Antonio Moniz, seu aliado político, o período do “seabrismo” na Bahia se estende por 12 anos, desde 1912 até 1924. Seabra, ao lado de José Marcelino, Antônio Moniz e Góis Calmon, foi um dos poucos governadores da Bahia que não romperam com seus sucessores (mas, no segundo governo, rompeu com Góis Calmon, antes mesmo deste tomar posse no governo do estado).

Formado em direito pela Faculdade de Direito de Recife em 1877, logo após diplomar-se e mediante concurso, se tornou professor catedrático e diretor geral nesta mesma instituição, tendo para tal abandonado o cargo de promotor de justiça que vinha exercendo havia pouco tempo, para desespero da família.

Ingressando na política, em seu estado natal, Seabra tenta se eleger para a Câmara Baixa nas últimas eleições do Império, em 1889. No ano seguinte, elege-se Deputado para a Constituinte Republicana, e logo após, para a Nova Câmara dos Deputados. No governo Floriano Peixoto fez violenta oposição, chegando a ser exilado na Amazônia (Cucuí), depois Montevidéu, retornando com a anistia de 1895. Nessa ocasião, o seu advogado foi Rui Barbosa, que mais tarde se tornaria seu grande rival na política baiana e brasileira.

Foi Deputado Federal em outras três ocasiões, chegando à liderança do governo durante o mandato de Campos Sales, sendo o último mandato como Deputado Federal de 1916 a 1920, quando volta ao governo baiano pela segunda e última vez.

No governo de Rodrigues Alves ocupou o Ministério da Justiça e Negócios Interiores (1902 – 1906) e, interinamente, o Ministério das Relações Exteriores, de 15 de novembro a 3 de dezembro de 1902. Foi também Ministro da Viação e Obras Públicas (1910 – 1912) na presidência de Hermes da Fonseca, e senador. Foi ainda como Ministro que concorreu ao governo da Bahia, quando aproveitou a maré intervencionista do governo Hermes da Fonseca para, através do bombardeio de Salvador em 1912, impor a vitória aos seus adversários. Em 1922, foi candidato a Vice-Presidente na chapa dissidente “Reação Republicana”, encabeçada por Nilo Peçanha, e apoiado pelas oligarquias situacionistas da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul, derrotada pelo candidato oficial Artur Bernardes. Este, ao final do seu mandato como governador, impôs um exílio pela Europa que terminou no seu regresso em 1926, com a eleição de Washington Luís.

Diferente de outros tantos políticos da República Velha, Seabra não encerrou sua participação na vida pública com a Revolução de 1930, pois ainda que velho, rearticulou-se com antigos adversários na política baiana, tais como os irmãos Mangabeira (Otávio e João), Simões Filho, Pedro Lago, Miguel Calmon e outros para formar o “Autonomismo”, movimento em defesa da autonomia do estado frente ao intervencionismo varguista e a Juracy Magalhães, jovem tenente combatente da Revolução de 1930 e nomeado em 1931 interventor federal na Bahia. Seabra chegou a apoiar a revolução de 1930, na esperança de reverter o ostracismo que sua derrota em 1924 lhe impôs na política do seu estado natal, mas acabou se afastando posteriormente do movimento, por não se sentir prestigiado. Seabra foi um dos dois únicos políticos a figurar nas duas primeiras constituintes da República.

É lembrado pela ampla obra de reurbanização empreendida na capital baiana, pela oratória, gestos largos e suas controvérsias políticas.

O município baiano de Seabra foi nomeado em sua memória.

A Avenida J. J. Seabra, em Salvador, cujo entorno é conhecido como Baixa dos Sapateiros, e possui importância histórica na cidade, também foi uma homenagem ao político. No Rio de Janeiro, no bairro da Lagoa, foi homenageado também com nome de rua (rua J. J. Seabra).

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  • 1838
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  • 1936

Título:
PRESIDENTE RODRIGUES ALVES

Técnica: Óleo sobre tela - 60,0 x 49,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1964

Retrato do Presidente Rodrigues Alves de meio corpo, de frente, terno escuro com a faixa presidencial, usando “pince-nez”.

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu na Fazenda do Pinheiro Velho,

Guaratinguetá, São Paulo, no dia 7 de julho de 1848 e morreu no Rio de Janeiro, no dia 16 de janeiro de 1919.

Em 1866 ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1870, já formado, funda junto com Rui Barbosa e Luiz Gama, a Fraternidade Primavera, associação abolicionista para advogar causas dos escravos. Em novembro desse mesmo ano, entra para o partido “A Opinião Conservadora”.

Exerce as funções de promotor de justiça e juiz municipal em Guaratinguetá. É eleito Deputado provincial para a Assembleia Legislativa Paulista, e exerce o cargo entre 1872 e 1975. Em 1875, casa-se com sua prima Ana Guilhermina de Oliveira Borges. Com a sogra e o irmão cria uma firma destinada à expansão da cultura cafeeira. Empresário de sucesso do ramo do café, tornou-se a terceira maior fortuna do país; a fazenda onde morava tinha quatrocentos cômodos.

Entre 1878 e 1879, exerce o segundo mandato na Assembleia Paulista. Terminada a legislatura, volta para Guaratinguetá. Em 1885 é eleito Deputado geral. Em 1887 é nomeado Presidente de São Paulo, onde permanece até 1889. Pelos relevantes serviços prestados ao Império, recebe da Princesa Isabel, então regente, o título de Conselheiro. Entre os anos de 1888 e 1889, exerce novamente o cargo de Deputado provincial. Rodrigues Alves é chamado para assumir a pasta da Fazenda e segue para o Rio de Janeiro. Nessa época morre sua esposa, deixando oito filhos. Em 1892, pede demissão do cargo, mas depois de dois anos, retorna ao cargo, chamado pelo Presidente Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente Presidente de São Paulo.

Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República em 1º de março de 1902, obtendo 592.039 votos contra 42.542 de seu principal competidor Quintino Bocaiúva. O Vice-Presidente eleito foi Francisco Silviano de Almeida Brandão, que faleceu, sendo substituído por Afonso Pena.

Seu governo foi destacado pela campanha de vacina obrigatória (que ocasionou a Revolta da Vacina), promovida pelo médico sanitarista e ministro da Saúde Oswaldo Cruz, combatendo ativamente a peste bubônica e a febre amarela, e pela reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro, realizada sob os planos do prefeito do Rio de Janeiro, o engenheiro Pereira Passos, que incluiu, além do remodelamento da cidade, a melhoria de estradas de ferro e a construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1903, Rodrigues Alves comprou da Bolívia a região do Acre, pelo Tratado de Petrópolis – processo conduzido pelo então diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), Ministro das Relações Exteriores. A Bolívia recebeu uma compensação no valor de dois milhões de libras esterlinas, além da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

Fundou a Faculdade de Medicina de São Paulo, implantada em 1903.

Em 1906, com o fim do mandato presidencial, Rodrigues Alves volta para Guaratinguetá. Deixou a presidência com grande prestígio, sendo chamado “o grande Presidente”.

No dia 1º de março de 1912, é pela terceira vez eleito presidente do Estado de São Paulo. Durante o mandato construiu escolas por todo o Estado.

Em 1918, Rodrigues Alves é eleito novamente para a Presidência do País, mas doente fica impedido de assumir o cargo, que é assumido interinamente por Delfim Moreira (Vice-Presidente) de 15 de novembro de 1918 a 28 de julho de 1919.

Foram convocadas novas eleições e Epitácio Pessoa foi indicado candidato a presidente quando representava o Brasil na Conferência de Versalhes. Nas eleições de 13 de abril de 1919, Epitácio Pessoa obteve 286.373 votos contra 116.414 votos dados ao já septuagenário Rui Barbosa, vencendo as eleições sem nem ter saído da França. Retornou ao Brasil em 21 de junho de 1919. Sua eleição interrompeu a sequência de candidatos que vinham dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais.

Francisco de Paula Rodrigues Alves morreu no Rio de Janeiro, dia 16 de janeiro de 1919.

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  • 1838
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Título:
PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS

Técnica: Óleo sobre tela - 62,0 x 50,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1964

Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja (RS) e faleceu em 24 de agosto de 1954, na cidade do Rio de Janeiro.

Matriculou-se em 1904 na Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre, atual UFRGS e bacharelou-se em direito em 1907. Trabalhou inicialmente como promotor público junto ao fórum de Porto Alegre, mas decidiu retornar à sua cidade natal para exercer a advocacia. A orientação filosófica, como muitos de seu estado e de sua época, era o positivismo e o castilhismo, a doutrina e o estilo político de Júlio Prates de Castilhos.

Casou-se, em São Borja, na casa de residência do Tenente Antônio Sarmanho, em 4 de março de 1911, com Darcy Lima Sarmanho, de quinze anos de idade, com quem teve cinco filhos: Lutero Vargas, Getulinho, que morreu cedo, Alzira Vargas, Jandira e Manuel Sarmanho Vargas, o “Maneco”, que em 1997 cometeu suicídio da mesma forma que o pai.

Foi o Presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. Foi Presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.

Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, sendo o líder civil da Revolução que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último Presidente, Washington Luís, e impedindo a posse do Presidente eleito em 1º de março de 1930, Júlio Prestes.

Seus quinze anos de governo seguintes caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo.

Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.

Getúlio Vargas também investiu muito na área de infraestrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco – Chesf (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.

Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha “Petróleo é Nosso” que resultaria na criação da Petrobrás.

Em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história: “Deixo a vida para entrar na História.” Até hoje o suicídio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão política por parte da imprensa e dos militares. A situação econômica do país não era positiva o que gerava muito descontentamento entre a população.

Embora tenha sido um ditador e tendo governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um Presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infraestrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua política econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros.

Resumo da Carreira Política de Getúlio Vargas:

1909 – Eleito Deputado Estadual no Rio Grande do Sul
1913 – Reeleito Deputado Estadual, renunciou pouco tempo depois de empossado, em protesto às atitudes tomadas pelo então Presidente do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, nas eleições de Cachoeira do Sul
1917 – Retornou à Assembleia Legislativa
1919 e 1921 – Reeleito Deputado Estadual
1924 a 1926 – Deputado Federal
1926 a 1927 – Ministro da Fazenda
1928 a 1930 – Governador do Rio Grande do Sul
1930 a 1945 – Presidente do Brasil
1951 a 1954 – Presidente do Brasil

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PRESIDENTE EURICO GASPAR DUTRA

Técnica: Óleo sobre tela - 62,0 x 50,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1964

Eurico Gaspar Dutra nasceu em Cuiabá, no Mato Grosso, em 18 de junho de 1883 e faleceu no Rio de janeiro em 11 de junho de 1974.

Filho de José Florêncio Dutra, comerciante modesto e ex-combatente na Guerra do Paraguai, Eurico Gaspar Dutra foi Presidente do Brasil de 31 de janeiro de 1946 a 31 de janeiro de 1951. Militar, foi eleito Presidente por uma coligação partidária formada pelo PSD (Partido Social Democrático) e pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), com o apoio do ex-ditador Getúlio Vargas, de quem fora Ministro da Guerra durante nove anos.

Seu governo promoveu a abertura democrática, mas manteve restrições aos direitos dos trabalhadores. Por pressão das oligarquias industriais foi instituído o congelamento do salário mínimo, fato que gerou uma série de greves dos trabalhadores.

Resumo das principais realizações e acontecimentos no governo Dutra:

  • Proibição dos jogos de azar em todo o território nacional em abril de 1946, sendo a maior repercussão o fechamento dos cassinos;
  • Fechamento do Partido Comunista Brasileiro e cassação dos mandatos dos parlamentares deste partido (7 de maio de 1947);
  • Rompimento das relações com a União Soviética e alinhamento com os Estados Unidos da América (1948);
  • Instalação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em 1948;
  • Fechamento de sindicatos e prisão de sindicalistas que faziam oposição ao governo;
  • Criação da Escola Superior de Guerra voltada para a formação de oficiais militares (1949);
  • Criação de incentivos que favoreceu a instalação no país de grandes empresas estrangeiras;
  • Criou o Plano SALTE (focado nas áreas de Saúde, Alimentação, Transportes e Energia), entretanto, com falta de recursos financeiros, poucas ações do plano viraram realidade;
  • Visitou os Estados Unidos em 1950, onde tratou de questões diplomáticas, políticas e econômicas;
  • Construção da rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro (atual rodovia Presidente Dutra), inaugurada em janeiro de 1951.
  • Construção da rodovia ligando a Bahia ao Rio de Janeiro (Rio-Bahia); Durante seu governo foi criado o Estatuto do Petróleo, voltado para a criação de refinarias e aquisição de navios petroleiros; Criou uma bem-sucedida campanha de alfabetização de adultos, campanhas pela erradicação da malária e da tuberculose e reformulação do ensino primário.

Dutra deixou a presidência em 1951, mas três anos depois participou da conspiração que derrubou o governo democrático de Vargas. Em 1964, apoiou o golpe militar que depôs o Presidente João Goulart e manteve expectativa de voltar à presidência, mas já estava por demais afastado do grupo militar dominante, sendo preterido por Castelo Branco.

Faleceu no Rio de Janeiro em 1974, com 91 anos, sendo o segundo mais longevo de todos os Presidentes brasileiros, ficando atrás somente de Venceslau Brás, que faleceu com 98 anos em 1966.

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Título:
PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK

Técnica: Óleo sobre tela - 62,0 x 51,0 cm

Autor: Jordão de Oliveira

Data: 1964

Juscelino Kubitschek de Oliveira, também conhecido como JK, nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902 e faleceu em Resende, Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1976, vítima de um acidente automobilístico na rodovia Presidente Dutra, quando viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro.

Foi um médico, oficial da Polícia Militar Mineira e político brasileiro, que ocupou a Presidência da República entre 31 de janeiro de 1956 e 31 de janeiro de 1961.

Filho do caixeiro-viajante João César de Oliveira, ficou órfão de pai aos 3 anos, quando o senhor João Cesar morreu vítima de tuberculose. A única renda da família passou a ser a de sua mãe, Júlia Kubitschek (1873 – 1971), que era professora e possuía ascendência checa (seu sobrenome é uma germanização do original tcheco Kubíček) e etnia cigana – JK foi o único Presidente de origem cigana em todo o mundo. Viúva aos 28 anos, Júlia não quis se casar novamente, dedicando-se aos dois filhos, Maria da Conceição, apelidada de Naná, nascida em 1901, e JK, o Nonô. Júlia havia perdido um bebê nos primeiros meses de vida, cujo nome era Eufrosina, nascida em 1900.

Juscelino estudou no Seminário de Diamantina, onde concluiu o curso de humanidades. Em 1919, presta concurso público para telegrafista e no ano seguinte vai morar em Belo Horizonte.

Em 1922, ingressa no curso de Medicina da Universidade Federal de Belo Horizonte. Em 1927, conclui o curso. Estudou cirurgia em Paris com o professor Maurice Chevassu e estagiou no hospital Charité de Berlim em 1930.

De volta a Minas Gerais, casou-se com Sarah Lemos em 1931. Foi nomeado capitão-médico da polícia mineira, chefiando o hospital de sangue de Passa Quatro, onde se distinguiu como cirurgião durante a revolução 1932.

Do casamento com Sarah Lemos, teve a filha Márcia, tendo também adotado Maria Estela, quando esta tinha cinco anos de idade.

Durante seu mandato como Presidente da República, construiu Brasília, a nova capital do País, inaugurada no dia 21 de abril de 1960.

Ingressou na política como Chefe de Gabinete de Benedito Valadares, na ocasião interventor federal em Minas Gerais, em 1934. No mesmo ano, elegeu-se Deputado Federal, mas perdeu o mandato em 1937, com o advento do Estado Novo. Foi prefeito de Belo Horizonte entre 1940 e 1945, numa administração, que projetou o nome do ainda desconhecido arquiteto Oscar Niemeyer, com as obras do bairro da Pampulha. Foi eleito Deputado Federal pelo PSD em 1946, e governador de Minas Gerais em 1950, criou as Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), e construiu cinco usinas para a produção de energia elétrica, elevando em trinta vezes o potencial instalado do estado.

Com o apoio do PSD e do PTB, e com a oposição na União Democrática Nacional (UDN) e de alguns setores militares, foi eleito Presidente da República em 1955, sendo seu Vice- João Goulart, mas sua posse só foi garantida após a intervenção do então Ministro da Guerra, General Teixeira Lott, em novembro daquele ano.

Juscelino Kubitschek estabeleceu um Plano de Metas, com 31 objetivos, dos quais eram prioritários: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Construiu duas usinas hidrelétricas, Três Marias e Furnas. Abriu grandes rodovias e pavimentou as já existentes, como a ligação entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a construção das estradas Belo Horizonte-Brasília, Belém-Brasília e Brasília-Acre.

A construção de Brasília era o objetivo central do Plano de Metas do governo. Já na constituição de 1891, estava estabelecido o local, no planalto central do país, onde deveria ser construída a nova capital do Brasil. O nome Brasília havia sido sugerido por José Bonifácio. Os planos urbanísticos e arquitetônicos foram concebidos pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Foram mil dias de obras e no dia 21 de abril de 1960, Juscelino inaugura Brasília.

Após passar o governo para Jânio Quadros e eleger-se senador por Goiás, indicado pela convenção nacional do PSD em 1964, é cassado pelo governo militar e tem seus direitos políticos suspensos por dez anos. Exilado, viveu em Nova York e depois em Paris. De volta ao Brasil, ingressou na empresa privada e começou a escrever suas memórias, intitulada “Meu Caminho para Brasília”, em cinco volumes. Em 1975, tornase membro da Academia Mineira de Letras.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
1ª ENFERMARIA DA SANTA CASA DO RIO DE JANEIRO – J. A. ABREU FIALHO

Técnica: Óleo sobre tela - 88,0 x 125,0 cm

Autor: Roberto Fantuzzi

Data: 1931

Sobre o Quadro

1ª Enfermaria da Santa Casa do Rio de Janeiro – J. A. Abreu Fialho. A pintura representa o Acadêmico José Antônio de Abreu Fialho examinando um paciente, observado por Oftalmologistas da 1ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. No primeiro plano, vemos diversos instrumentos oftalmológicos sobre uma mesa, e um carro de hospital contendo remédios e aparelhos médicos. À esquerda observamos uma operação cirúrgica oftalmológica; reparem na beleza da luminosidade do quadro neste ponto, representando o foco cirúrgico.

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Sobre o Personagem

José Antônio de Abreu Fialho, nasceu em Aracaju, Sergipe, no dia 20 de janeiro de 1874, sendo seus pais Tito de Abreu Fialho e Maria José de Abreu Fialho.

É o patrono da Cadeira Nº 71 da Academia Nacional de Medicina.

Realizou os preparatórios no Imperial Colégio Pedro-II, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e foi diplomado em 16 de janeiro de 1897.

Sua tese de doutoramento versou sobre “A oculística perante a patologia: perturbações oculares nas moléstias cerebrais” e constitui um marco na história da oftalmologia brasileira. Um ano após a formatura, foi nomeado, mediante concurso, professor substituto da clínica de moléstias dos olhos da Faculdade de Medicina, ocasião em que defendeu tese sobre “Estudo físico-clínico da nutrição ocular”. Na mesma ocasião, foi nomeado médico oftalmologista dos hospitais da Sociedade Portuguesa de Beneficência, da Santa Casa de Misericórdia, da Penitenciária Estadual e do Hospital São Francisco de Paula.

Em 1901 e 1902 permaneceu na Europa, onde frequentou o mais conceituado centro de oftalmologia do Velho Continente, a Clínica Fuchs, localizada na capital vienense. Ao regressar ao Brasil, foi considerado o mais destacado oftalmologista do país.

José Antônio de Abreu Fialho foi uma das lideranças históricas da Oftalmologia Brasileira, Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1899, foi Catedrático de Oftalmologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1906, reformulou o Serviço de Oftalmologia do Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro em 1910 e o ensino de sua disciplina na Faculdade em 1914.

Professor de invejáveis qualidades, realizou vários melhoramentos em sua cátedra, transformando-se em verdadeiro ídolo para alunos, colegas e clientes.

Em 1907 foi comissionado para nova viagem de estudos à Europa, ocasião em que frequentou hospitais de Berlim, Paris, Viena e outros centros científicos.

Além de catedrático da Faculdade de Medicina (da qual foi, por 4 anos, operoso diretor), em 1922 fundou e presidiu a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Foi escritor notável, sobretudo de fábulas, pelo que mereceu elogios de Anastásio Bonsucesso e de outros mestres daquele gênero literário.

Além das letras vernáculas, incursionou com sucesso na literatura hispânica, sendo, inclusive, Vice-Presidente da Casa de Cervantes.

Dominando várias línguas, lia autores estrangeiros no original, especialmente alemães, tendo publicado trabalhos no idioma germânico e presidiu a Sociedade Brasileira de Cultura Alemã.

Sua clínica foi a maior do Rio de Janeiro. “Por aproximadamente quarenta anos, a despeito de suas intensas e múltiplas atividades, Abreu Fialho manteve repleto o seu consultório na Rua dos Ourives. Estima-se que atendeu, em toda a sua vida médica, cerca de quatrocentos mil clientes, divididos entre a sua clínica e o hospital, de várias raças e níveis socioeconômicos, oriundos de vários lugares”.

Assinala Almeida que “Abreu Fialho era capaz de extrair um sorriso de todos, inclusive dos mais carrancudos clientes! ”. E acrescenta: “Permitam-me narrar um interessante episódio, testemunhado pelo seu filho Sylvio, quando Abreu Fialho enfrentou o paciente mais casmurro de sua carreira. Tratava-se de um padre taciturno, que insistia em responder monossilabicamente as questões. A consulta chegava praticamente ao fim e o sacerdote não cedia espaço para conversação, prosseguindo na sua atitude de misantropo. O médico parecia derrotado; finalmente, seu lema havia falhado. Eis que o célebre oftalmologista começa a costumeira receita. Mas, ao entregá-la ao padre, o sacerdote abre um largo sorriso: estava escrita em latim! E, coincidentemente, ambos haviam tido o mesmo professor no Imperial Colégio D. Pedro-II, o que lhe permitiu encetar um amistoso colóquio” (Ibidem).

Por ocasião da sucessão de Graco Cardoso no governo de Sergipe, o Presidente Arthur Bernardes (que presidiu o Brasil de 1922 a 1926) procurando um sergipano ilustre não envolvido com as lutas políticas do seu estado, lembrou-se do professor Abreu Fialho o qual, de imediato, não aceitou o cargo, oferecendo como justificativa o fato de “não conhecer Sergipe, pois de Sergipe se afastou há muitos anos”. Anos mais tarde, Sylvio de Abreu Fialho, filho do epigrafado, assim explicou: “Meu pai não nasceu para apajear poderosos ao troco de honrarias”.

O grande sergipano faleceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de março de 1940, ocasião em que recebeu o tributo de seus amigos, colegas, clientes e admiradores.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
1ª ENFERMARIA DA SANTA CASA DO RIO DE JANEIRO – J. A. ABREU FIALHO

Técnica: Óleo sobre tela - 88,0 x 125,0 cm

Autor: Roberto Fantuzzi

Data: 1931

1 – Paiva Gonçalves
2 – Sylvio de Abreu Fialho
3 – João Gervais
4 – Olga Gervais
5 – J.A. de Abreu Fialho (Professor Catedrático)
6 – Mário de Góis
7 – Martinho di Ciero
8 – Leal Junior (Chefe de Clínica)
9 – Herminio Conde
10 – Amelio Tavares
11 – Oswaldo Abreu Fialho

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
LIÇÕES DE CLÍNICA OBSTÉTRICA

Técnica: Óleo sobre a tela - 115.0 x 146,0 cm

Autor: Roberto Fantuzzi

Data: 1931

Sobre o Quadro

Lições de Clínica Obstétrica

A pintura representa o Acadêmico FERNANDO Augusto Ribeiro de MAGALHÃES examinando uma gestante, sendo observado por médicos-assistentes e alunos. Identifica-se os médicos Octavio Rodrigues Lima (filho de Antonio Rodrigues Lima, Fundador e primeiro Diretor da Maternidade Escola de Laranjeiras, a primeira Maternidade-Escola do Brasil, e também Diretor de 1944 a 1971) e Nuno Magalhães (filho de Fernando Magalhães).

Sobre o Personagem

O Acadêmico Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães, nasceu no Rio de Janeiro a 18 de fevereiro de 1878 e faleceu no Rio de Janeiro a 10 de janeiro de 1944, aos 66 anos. Fez o curso de humanidades no Colégio Pedro-II, matriculando-se na Faculdade de Medicina, que concluiu em 1899.

Passou a integrar o Corpo Docente da Faculdade, da qual foi diretor, sendo catedrático e livre-docente de clínica obstétrica.

Participou ativamente do movimento realizado na década de vinte, pela Associação Brasileira de Educação (ABE), em prol da criação da universidade. Depois da Revolução de 30, teve atuações destacadas nas IV e V Conferências Nacionais de Educação, realizadas respectivamente em 1931 e 1932. Em maio de 1933, foi eleito Deputado pelo Estado do Rio de Janeiro à Assembleia Nacional Constituinte. Buscava-se um entendimento entre os partidários da Escola Nova e a liderança católica, afinal alcançado, graças ao que a Constituição de 34 pode refletir esse entendimento.

Foi reitor da Universidade do Rio de Janeiro, na década de trinta (1931 a 1934), estabelecimento a partir do qual constituiu-se a Universidade do Brasil.

Exerceu a presidência da Academia Brasileira de Letras (em 1929, 1931 e 1932), membro titular e patrono da cadeira Nº 67 da Academia Nacional de Medicina, do Conselho Nacional de Ensino; da Sociedade de Medicina e Cirurgia; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; da Liga de Defesa Nacional, da Academia das Ciências de Lisboa; da Société Obstétrique de Paris e de inúmeras outras associações médicas, nacionais e estrangeiras. Doutor honoris causa das Universidades de Coimbra e de Lisboa; e prêmios Alvarenga e Madame Durocher da Academia Nacional de Medicina.

Deixou uma vasta obra médica, da qual se destacam os seis volumes de Clínica Obstétrica, as Lições de Clínica Obstétrica, A Obstetrícia no Brasil, Síntese Obstétrica e Obstétrica forense, e mais de 200 trabalhos esparsos sobre assuntos médicos. Foi um ilustre orador.

Uma das conferências mais interessantes de Fernando de Magalhães foi proferida no Centro Acadêmico Oswaldo Cruz em 1918, tendo como tema “Vocação Médica”, referindo que “o que determina o pauperismo profissional é a falta de unção vocativa que obriga o sacrifício, impõe o trabalho e exige a coragem. A indolência e a tibieza preferem abordoar-se no túmulo das grandes coletividades, abrigo dos perturbadores do bom costume e do pensamento puro. Se me ouvirdes, eu apontarei esse caminho como os da dissolução, onde o sacerdócio talvez seja lapidado por anacrônico, decrépito, ridículo ou visionário. No mister da nossa profissão sereis os semeadores da boa palavra e da boa doutrina, dareis vigor ao combalido, força ao inerme, saúde ao doente, alento ao fraco, ensino ao inculto, crença ao insensível, opinião ao inútil, liberdade ao indivíduo, consciência ao cidadão”.

Foi o fundador da Pró-Matre, entidade beneficente que ele dirigiu por muitos anos, com altruísmo, enlevo e dedicação.

Seu nome foi concedido inicialmente à Maternidade Suburbana (concebida pelo Dr. Herculano Pinheiro) localizada no bairro de Cascadura. No ano de 1958 passou a denominar a Maternidade instalada no bairro de São Cristóvão, criada no ano de 1955.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
LIÇÕES DE CLÍNICA OBSTÉTRICA

Técnica: Óleo sobre a tela - 115.0 x 146,0 cm

Autor: Roberto Fantuzzi

Data: 1931

1 Acad. Prof. Fernando Magalhães
2 Dr. Nuno Magalhães
3 Dr. Octavio Rodrigues Lima

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
SILOGEU BRASILEIRO

Técnica: Óleo sobre tela - 52,0 x 75,0 cm

Autor: Nina Maria Osborne

Data: Século XX

Sobre o Silogeu Brasileiro

Funcionou como sede da Academia Nacional de Medicina durante o período de 1904 a 1958. Quando o prédio foi construído era chamado “Edifício do Caes da Lapa”. Alfredo Nascimento, Presidente da ANM na época propôs na sessão de 09/07/1904 a mudança deste nome para Silogeu Brasileiro (se escrevia Silogeu – O Centenário da ANM, pp. 185-186). A ANM instalou-se no Silogeu (Av. Augusto Severo, 14) em 30/06/1904, comemorando um aniversário, permanecendo nele até 06/11/1958, quando se mudou para sua atual sede situada à Rua General Justo, 365, Centro, Rio de Janeiro.

O prédio foi construído entre 1902 e 1906, durante as reformas do Prefeito Pereira Passos, para abrigar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Academia de Medicina e o Instituto dos Advogados, próximo ao Passeio Público. Para esse edifício tão multidisciplinar, deu-se o nome de Silogeu Brasileiro (a palavra “silogeu” fora criada em 1901, para designar locais onde estudos de diferentes naturezas fossem realizados conjuntamente). Foi demolido no início da década de 1970 para o alargamento da Rua Teixeira de Freitas, contígua ao Passeio Público.

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Sobre o Doador

Acadêmico Carlos Osborne da Costa, Membro Titular da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina. Nasceu no dia 24 de janeiro de 1899, em Curitiba, Paraná, filho de Manuel Ciríaco da Costa e de D. Colombina Carnaciali da Costa. Formou-se pela faculdade do Rio de Janeiro, no ano de 1921.

A eleição para a Academia Nacional de Medicina ocorreu em sessão de 22/11/1945, tendo lugar a cerimônia de posse em sessão presidida pelo Presidente Acadêmico Antônio Austregésilo, em 23 de maio de 1946. Pronunciou a oração de paraninfo o Acadêmico Arnaldo de Moraes e a comissão convidada pelo Presidente para acompanhar o novo Titular ao recinto era composta pelos Acadêmicos Abel de Oliveira, Souza Araujo e Aleixo de Vasconcelos.

Faleceu em 6 de janeiro de 1979.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
SILOGEU BRASILEIRO – Vista da Fachada em estilo expressionista

Técnica: Óleo sobre tela - 81,0 x 64,5 cm

Autor: Alberto Costa Dezon

Data: Século XX

Sobre o Silogeu Brasileiro

Funcionou como sede da Academia Nacional de Medicina durante o período de 1904 a 1958. Quando o prédio foi construído era chamado “Edifício do Caes da Lapa”. Alfredo Nascimento, Presidente da ANM na época propôs na sessão de 09/07/1904 a mudança deste nome para Silogeu Brasileiro (se escrevia Sillogeu – O Centenário da ANM, pp. 185-186). A ANM instalou-se no Silogeu (Av. Augusto Severo, 14) em 30/06/1904, comemorando um aniversário, permanecendo nele até 06/11/1958, quando se mudou para sua atual sede situada à Rua General Justo, 365, Centro, Rio de Janeiro.

O prédio foi construído entre 1902 e 1906, durante as reformas do Prefeito Pereira Passos, para abrigar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Academia de Medicina e o Instituto dos Advogados, próximo ao Passeio Público. Para esse edifício tão multidisciplinar, deu-se o nome de Silogeu Brasileiro (a palavra “silogeu” fora criada em 1901, para designar locais onde estudos de diferentes naturezas fossem realizados conjuntamente). Foi demolido no início da década de 1970 para o alargamento da Rua Teixeira de Freitas, contígua ao Passeio Público.

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Sobre o “Expressionismo”

O expressionismo foi um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e início do século XX como uma reação à objetividade do impressionismo, apresentando características que ressaltavam a subjetividade e os lirismos particulares da escolha de cores.

Suas origens são os desdobramentos do pós-impressionismo, principalmente através de Vincent Van Gogh, Edvard Munch e Paul Klee. De fato, a noção do expressionismo foi empregada pela primeira vez em 1911, na revista Der Sturm (‘A Tempestade’), marcando uma oposição clara ao impressionismo francês.

A visão expressionista encontra suas fontes na defesa à expressão do irracional, dos impulsos e das paixões individuais. No expressionismo não há uma preocupação em relação à objetividade da expressão, mas sim com a exteriorização da reflexão individual e subjetiva dos artistas. Em outras palavras, não se pretende, simplesmente, absorver o mundo e reproduzi-lo, mas sim, recriá-lo. Entre suas características, podemos citar: o distanciamento da figuratividade, o uso de traços e cores fortes, a imitação das artes primitivas etc.

Tal movimento desenvolveu-se grandemente na Alemanha, especificamente no período após a Primeira Guerra Mundial, sendo um importante instrumento para a realização de denúncias sociais, especialmente em um momento que, politicamente, os valores humanos eram o que menos importava. Na América Latina, o movimento manifestou-se como uma via de protesto político.

O expressionismo também foi marcante na literatura, cinema e teatro.

No Brasil, o movimento encontrou sua máxima representação através da pintura, especialmente por meio de artistas como Anita Malfatti, Lasar Segall e Oswaldo Goeldi. Goeldi fazia parte do mesmo grupo “rebelde” de Alberto Dezon, autor deste quadro do Silogeu, que defendia a Arte Moderna.

Cândido Portinari também se destacou como expressionista ao retratar em suas telas a migração do povo nordestino para as grandes cidades e a vida dos agricultores, operários e desfavorecidos em geral.

Sobre o Doador

Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de maio de 1896. Doutorou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1918.

Eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina com a Memória: “Tumores da bexiga (Tratamento dos blastomas vesicais por via transuretral)” foi empossado em 26 de junho de 1930, tornou-se Emérito em 1980 e foi Presidente nos biênios 1951/53 e 1953/1955.

O Presidente Álvaro Cumplido de Sant’Anna foi o grande realizador da construção do atual prédio sede da Academia Nacional de Medicina, que hoje recebe o seu nome. Foi reeleito para o biênio seguinte (1953/55), por alteração dos estatutos, a fim de completar seu trabalho. Livre-docente em Microbiologia pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ), Professor Catedrático de Urologia pela Faculdade de Ciências Médicas (atual UERJ) da qual foi Diretor, foi Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia e Presidente Permanente da Confederação Americana de Urologia. Presidente de Honra da Associação Espanhola de Urologia. Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro, Comendador da Ordem de Isabel a Católica da Espanha, Grã-Cruz da Ordem do Mérito Médico, Medalha de Honra do Ministério da Guerra da França, Medalha da Vitória e Cruz de Campanha do governo do Brasil.

Faleceu em 28 de agosto 1980.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
REFÚGIO DE GUERRA

Técnica: Óleo sobre tela - 76.0 x 58,0 cm

Autor: Baptista da Costa

Data: 1901

Sobre o Quadro

O quadro Refúgio de Guerra foi pintado em 1901 por Baptista da Costa inspirado por um discurso do Presidente da República em exercício, Manuel Vitorino Pereira, na Associação dos Empregados do Comércio, proferido no dia 22 de setembro de 1901. Na ocasião, Manuel Vitorino Pereira que era Vice-Presidente, ocupava a Presidência porque Prudente de Morais se encontrava em tratamento médico.

No discurso mencionado, o Presidente Manuel Vitorino disse que “sonhava viver o dia em que a paz dominasse e as crianças em folguedos nas praias brincariam, em meio às flores que recobririam os canhões da guerra e observariam velas de embarcações de passeio ao longe e não navios de guerra”.

O pintor Baptista da Costa, que assistiu ao discurso, transportou esta imaginação para a tela e doou a obra ao Presidente Manuel Vitorino Pereira.

Sobre o Personagem

Manuel Vitorino Pereira (Salvador, 30 de janeiro de 1853 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1902) foi um político brasileiro.

Nasceu no mesmo prédio onde funcionava a oficina de marcenaria de seu pai, na Rua da Preguiça, que hoje leva seu nome. Filho de José Vitorino Pereira e D. Carolina Maria Franco Pereira, Manuel Vitorino teve uma infância pobre. Ajudou o pai na oficina, e após o expediente dedicava-se a estudar à luz de candeeiro de querosene. Começou a frequentar aulas particulares noturnas com professores que preparavam candidatos à Faculdade de Medicina.

Em dois anos, estava apto a prestar os exames. Aos 15 anos, tendo adquirido com muito esforço e dedicação um preparo preliminar, fez os exames gerais preparatórios, de série integral, no Ginásio da Bahia. Aprovado com distinção, conseguiu matricularse, logo depois, na Faculdade de Medicina daquela Província.

Manuel Vitorino foi Governador da Bahia e Vice-Presidente da República durante o mandato de Prudente de Morais. Foi Presidente da República (interino) por quatro meses, tendo sido o único baiano a assumir a Presidência da República do Brasil. Durante sua interinidade na Presidência da República, transferiu a sede do governo, do Palácio Itamaraty para o Palácio do Catete, que ele adquirira. O Presidente da República, Manuel Vitorino Pereira, era cirurgião geral e foi Membro Honorário de nossa Academia Nacional de Medicina, sendo o patrono da Cadeira 19.

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Sobre o Doador

Sergio Augusto Pereira Novis nasceu no Rio de Janeiro no dia 16 de maio de 1940.

É Membro Titular da Cadeira Nº 2 da Secção de Medicina, cujo patrono é Miguel da Silva Pereira. Foi eleito para a vaga após o falecimento de Milton Fontes Magarão (Sergipe, 8 de março de 1903 – Rio de Janeiro, 15 de março de 1986), que foi um médico tisiologista e bacteriologista brasileiro.

Novis tomou posse na Academia Nacional de Medicina em 23 de junho de 1987 e foi saudado pelo Acad. Deolindo Augusto de Nunes Couto.

Diplomado em Medicina em 1963, na Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), especializou-se em neurologia pela Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) em 1964. Livre-Docente e Professor Titular – UFRJ e Professor Emérito em 2011, Titular de Neurologia da Escola de Medicina Souza Marques e da PUC, exerce a função de neurologista clínico e, atende na Clínica São Vicente no RJ e em consultório particular. Pesquisa sobre acidentes vasculares encefálicos, esclerose múltipla e neuroaids.

É Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia, da qual foi Presidente entre os anos 1989 e 1990. Também é Membro Titular da American Academy of Neurology e da Societé Française de Neurologie.

Ocorre que Manuel Vitorino Pereira era bisavô do Acadêmico Sérgio Augusto Pereira Novis, que por ocasião de sua morte, conversou com todos os herdeiros, e com sua generosidade e amor pela ANM, doou o quadro para nosso acervo.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
NU FEMININO – Mulher nua, em escorço,
sobre cama turca

Técnica: Óleo sobre tela - 80,0 x 100,0 cm

Autor: Francisco Acquarone

Data: Primeira metade do século XX

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAISAGEM CAMPESTRE

Técnica: Óleo sobre tela - 49.0 x 58,0 cm

Autor: Paul Gagarin

Data: 1942

Obra restaurada por Mauro Lino do Nascimento, professor da EBA/UFRJ, em julho/ agosto de 2004.

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Sobre o Doador

Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de maio de 1896 e faleceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto 1980.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAISAGEM

Técnica: Óleo sobre tela - 39.5 x 49,5 cm

Autor: Paul Gagarin

Data: 1951

(Obra restaurada por Mauro Lino do Nascimento, professor da Escola de Belas Artes/ UFRJ, em julho/agosto de 2004).

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Sobre o Doador

Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de maio de 1896 e faleceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto 1980.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAISAGEM ANDINA

Técnica: Óleo sobre tela - 72,0 x 93,0 cm

Autor: Ramos Catalan

Data: Século XX

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Sobre o Doador

Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de maio de 1896 e faleceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto 1980.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAINEL-I – D. JOÃO VI

Técnica: Óleo sobre tela - 280,0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1977

Outorga da licença para o funcionamento da primeira Faculdade de Medicina, em Salvador, feita pelo Príncipe Regente D. João.

Sobre a obra

O principal tema da obra é a figura de D. João VI a bordo da nau que o trouxe ao Brasil em colóquio com o Dr. José Corrêa Picanço (Marquês de Goiana), ambos representados em tamanho natural, tendo este nas mãos a minuta do decreto que o autoriza a clinicar no Brasil e fundar a Faculdade de Medicina, a 1ª na Bahia, cujo edifício é visto em alegoria no segundo plano, formando composição com o todo.

Em finais de 1807, Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a Corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses. A esquadra portuguesa partiu do porto de Lisboa em 29 de novembro de 1807.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAINEL-I – D. JOÃO VI

Técnica: Óleo sobre tela - 280.0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1977

1 – Duas damas
2 – Príncipe da Beira
3 – Capitão Manoel do Canto
4 – Dr. José Corrêa Picanço
5 – Frei Custódio Campos Oliveira
6 – D. João (Príncipe Regente);
7 – D. Fernando José de Portugal.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Painel-II – FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE
DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO

Técnica: Óleo sobre tela - 280,0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1976

A assinatura da ata de fundação da Academia Nacional de Medicina.

Sobre a obra

Esta obra tem como tema central uma reunião na casa de Joaquim Cândido Soares de Meirelles, onde se realizou a 1ª sessão da reunião preparatória para a instalação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, no dia 28 de maio de 1829. Aparece como destaque as figuras de José Martins da Cruz Jobim, Jean Maurice Faivre, José Francisco Xavier Sigaud, Luiz Vicente De-Simoni (Secretário Geral) e Joaquim Cândido Soares de Meirelles (Presidente).

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Painel-II – FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE
DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO

Técnica: Óleo sobre tela - 280,0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1976

1 – José Martins da Cruz Jobim
2 – Jean Maurice Faivre
3 – José Francisco Xavier Sigaud
4 – Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles
5 – Luiz Vicente De-Simoni.

  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAINEL-III – CIENTISTAS E PESQUISADORES ILUSTRES

Técnica: Óleo sobre tela - 280,0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1977

Implantação da Medicina Experimental no Brasil.

Sobre a obra

Nesta obra a composição baseia-se nos Institutos de Medicina Experimental: Manguinhos, Emílio Ribas, Oswaldo Cruz, Biológico, Faculdade da Praia Vermelha etc.

Destaque, ao fundo, para o Instituto Oswaldo Cruz e o Butantan, representados pelos seus prédios-símbolo e o Instituto de Bacteriologia do Estado de SP.

Como tema central figuram os expoentes da medicina no Brasil, tais como: Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Carlos Chagas, Vital Brazil, Oswaldo Cruz, entre outros de não menos importância.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
PAINEL-III – CIENTISTAS E PESQUISADORES ILUSTRES

Técnica: Óleo sobre tela - 280,0 x 420,0 cm

Autor: Arlindo Castellani de Carli - Castellane

Data: 1977

1 – Adolpho Lutz
2 – Emílio Marcondes Ribas
3 – Carlos Chagas
4 – João Florêncio Gomes
5 – Vital Brazil
6 – J. Celestino Bourroul
7 – Gaspar de Oliveira Vianna
8 – Henrique da Rocha Lima
9 – Henrique de Figueiredo Vasconcellos
10 – Cardoso Fontes
11 – Oswaldo Cruz
12 – Alcides Godoy
13 – Arthur Neiva
14 – Miguel Ozório de Almeida
15 – Henrique de Beaurepaire Rohan Aragão
16 – Otto Edward Henry Wucherer
17 – John Ligertwood Paterson
18 – José Francisco da Silva Lima
19 – Pirajá da Silva
20 – Heraclides de Souza Araújo
21 – Olympio Oliveira Ribeiro da Fonseca Filho

  • 1838
  • 1946

Título:
Jordão de Oliveira

Jordão de Oliveira (Jordão Eduardo de Oliveira Nunes) foi pintor, professor, poeta e escritor (13 de outubro de 1900, Aracaju, SE – 8 de abril de 1980, Rio de Janeiro, RJ).
De origem humilde, descobriu-se artista em Aracaju, onde iniciou os primeiros estudos e fez os primeiros desenhos em crayon, sob a influência do mestre Quintino Marques, realizando nesse período sua primeira exposição individual.
Mudou-se para Recife e, posteriormente, em 1921, para o Rio de Janeiro, onde viveu até o seu falecimento.
No Rio de Janeiro, estudou na Escola Nacional de Belas Artes, com mestres como Baptista da Costa, Lucílio Albuquerque e Rodolfo Chamberland, tornando-se, em 1930, docente de pintura e catedrático de modelo vivo na respeitável Instituição (Escola Nacional de Belas Artes), tendo sido dos professores mais queridos da Instituição. Em 1937, assumiu a presidência da Sociedade de Belas Artes.

De 1924 a 1978, participou de diversas exposições pelo país e no exterior, a exemplo dos salões de arte de Rosário de Santa Fé, na Argentina e da Feira Internacional de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Jordão de Oliveira foi presença de destaque nos Salões Nacionais de Belas Artes, promovidos pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, nos quais conquistou, entre outros: em 1933, o prêmio de “Viagem ao Exterior”, o mais cobiçado deles e em 1938, a Medalha de Ouro. Em 1944, foi júri do Salão Estadual de São Paulo e do Salão Nacional de Belas Artes.

Suas obras estão espalhadas em importantes espaços: o Museu Nacional de Belas Artes, o Palácio do Catete, a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, a Ordem Terceira da Candelária, o Palácio do Rio Negro, o Museu Imperial de Petrópolis, RJ; o Palácio do Ingá (Palácio Nilo Peçanha – denominação oficial – outrora sede do governo do Estado do Rio de Janeiro, atual Museu de História e Artes do Estado do Rio de Janeiro – Museu do Ingá, em Niterói); a Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP e, ainda: os Ministérios da Aeronáutica e da Agricultura; as Faculdades de Medicina e Odontologia da Universidade do Brasil e a Faculdade Nacional de Direito. Grande parte de suas obras encontra-se hoje na Pinacoteca que recebeu seu nome, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe – IHGS, em Aracaju, SE. Em 1978, Jordão de Oliveira realizou sua última exposição individual, na Galeria Horácio Hora, em Aracaju, sob a Curadoria de Luiz Adelmo. Em 2012, participou in memoriam, da coletiva “Coleção Mário Britto”, edição especial Mostra Aracaju, SE.

Em Sergipe, o hall de entrada do Museu-Palácio Olímpio Campos abriga dois importantes painéis encomendados durante o Governo Leandro Maciel (1955-1959) e desenvolvidos na década de sessenta, no Governo de Luiz Garcia. Neles, Jordão retrata elementos da base econômica de desenvolvimento do Estado. Em 1980, foi inaugurada a Galeria Jordão de Oliveira na Biblioteca da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE.

Como escritor, Jordão de Oliveira publicou três livros: em 1975, “Caminhos Perdidos” (memórias); em 1976, “A Cor das Coisas” (poemas) e, em 1980, “Delta” (poemas). Comentando seu livro de estreia, o romancista baiano Jorge Amado, em carta enviada ao poeta-pintor diz o seguinte: “…Tudo é bonito em seu livro, como em sua pintura. Há páginas que são obras-primas como a Carta de Mamãe no capítulo 44. Que livro mais bonito seu Jordão! Não importa o rótulo, de memória ou romance é a presença de um homem de verdadeira grandeza”.

Depois de sua morte, em 1982, através da Lei nº 365/82, a Rua Bojuru, na Ilha do Governador, na qual o pintor residiu por muitos anos, passou a ser chamada Rua Jordão de Oliveira.

A obra de Jordão revela beleza e sintonizada harmonia entre inspiração e técnica acadêmica. De sua paleta, não saem cores vivas, porque é na densidade dos tons ocres e escuros que ele encontra a luminosidade vista em suas deslumbrantes paisagens. Retratista, em sua iconografia foi encontrada pessoas comuns, mas, sobretudo, personalidades importantes. Sobre a obra de Jordão de Oliveira, escreveu no Dicionário Brasileiro de Artista, o respeitado crítico de Artes Walmir Ayala: “Seu colorido discreto completa na sua obra o equilíbrio das massas e as sutilezas de luz e sombra. Sem demonstrar preferências por um único gênero, consegue interpretar seus modelos com semelhança e sem amaneiramentos de forma e suas paisagens reproduzem aspectos de horizonte amplo, de perspectiva bem compreendida.

Título:
Vicente Mallio

Vicente Pereira Mallio foi um pintor açoriano do século XIX, filho do pintor Vicente Mallio. Vicente Pereira Mallio (1º de abril de 1832, Açores – 8 de julho de 1892, Rio de Janeiro), era retratista por excelência, foi pintor conhecido no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, retratando personalidades importantes da Corte como D. Pedro-II, a Princesa Isabel e a Imperatriz Teresa Cristina, obras que constam do acervo do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.

Título:
Cândido Portinari

Cândido Portinari (Brodowski, São Paulo, 30 de dezembro de 1903 – Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) foi um artista plástico brasileiro. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária.

Desde criança, manifestava vocação artística e começou a pintar aos 9 anos.

Aos 15 anos, após um aprendizado com decoradores ambulantes, partiu para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura.

Matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes. Seu estilo foi tolhido, nesta época, por orientação acadêmica, mas logo se libertou dessa influência.

Em 1928, Portinari conquistou o Prêmio de Viagem à Europa, com o “Retrato de Olegário Mariano”. Esse fato é um marco decisivo na trajetória artística e existencial do jovem pintor. Permaneceu em Paris durante todo o ano de 1930.

Portinari retornou, saudoso à sua pátria em 1931, e começou a pôr em prática a decisão de retratar nas suas telas o Brasil – a história, o povo, a cultura, a flora e a fauna. Seus quadros, gravuras, murais buscam revelar a alma brasileira. Preocupado, também, com aqueles que sofrem, Portinari mostra em cores fortes a pobreza, as dificuldades e a dor. Sua expressão plástica, aos poucos, vai superando o academicismo de sua formação, fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista moderna. Segundo o escritor Antonio Callado, sua obra constitui um monumental livro de arte que ensina os brasileiros a amarem mais sua terra.

Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Cândido Portinari participou da elite intelectual brasileira numa época em que se verifica uma notável mudança na atitude estética e na cultura do País. Este seleto grupo refletia, ainda, sobre os problemas do mundo e da realidade nacional. A escalada do nazifascismo e os horrores da guerra, bem como o contato próximo com as históricas mazelas do Brasil reforçavam ainda mais o caráter trágico da vertente social da obra de Portinari e isso o conduziu à militância política.

Portinari se filiou ao Partido Comunista e se candidatou a Deputado Federal, a seguir a senador, porém, não se elegeu em nenhuma das duas candidaturas. Mais tarde, com o acirramento da repressão política, exilou-se por certo tempo no Uruguai.

Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como “O Lavrador de Café”, até gigantescos murais, como os painéis “Guerra e Paz”, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956, e que, em dezembro de 2010, retornaram ao Brasil para restauro e ficaram em exibição até regressarem aos EUA e serem reinaugurados, recentemente (setembro de 2015) na sede da ONU.

Portinari é considerado um dos artistas mais prestigiados do Brasil e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.

Título:
Simplício Rodrigues de Sá

Simplício Rodrigues de Sá (São Nicolau Tolentino, Cabo Verde, 1785 – Rio de Janeiro, 1839) foi um pintor e professor português. Nascido em Cabo Verde, morou em Lisboa, onde teria estudado. Em 1809 transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Embora já atuasse como pintor, tornou-se discípulo de Jean Baptiste Debret, integrando o primeiro grupo de alunos do pintor francês, antes da inauguração oficial da Academia Imperial de Belas Artes, a partir de 1826.

Em 23 de novembro de 1820, graças a seu prestígio junto a Debret, tornou-se professor substituto da Academia Imperial pensionado com a quantia de trezentos mil reis anuais. Foi nomeado Pintor da Real Câmara e tornou-se professor de artes da princesa Dona Maria da Glória, futura rainha de Portugal. Por seus serviços, o imperador Dom Pedro-I lhe confere o Hábito da Ordem de Cristo, em 1826, e a mercê de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Em 1831, quando Debret voltou para Paris, Simplício ocupou seu lugar na Academia Imperial, como professor de pintura histórica.

Em 1833, tornou-se mestre de desenho de Dom Pedro-II e de suas irmãs. Com a morte de Henrique José da Silva, passou a ocupar a cadeira de desenho na Academia.

Participou das duas primeiras exposições abertas ao público organizadas pela Academia nos anos de 1829 e 1839, apresentando um retrato de Pedro-I.

Faleceu no Rio de Janeiro em março de 1839.

Título:
João Baptista da Costa

João Baptista da Costa (Itaguaí, 24 de novembro de 1865 – Rio de Janeiro, 20 de abril de 1926) foi um pintor, desenhista, professor e ilustrador brasileiro.

Após uma infância pobre passada no Asilo de Meninos Desvalidos, no Rio de Janeiro, Batista da Costa ingressou em 1885 na Academia Imperial de Belas Artes, com o apoio do Barão de Mamoré, Ministro do Império, onde foi aluno de Zeferino da Costa e de Rodolfo Amoedo.
Em 1894, João Baptista da Costa conquistou com o quadro “Em Repouso” o Prêmio de Viagem à Europa na primeira Exposição Geral de Belas Artes do período republicano. Seguiu em 1896 para Paris, onde estudou na Academia Julian.

Retornando ao Brasil em 1898, expôs na Casa Postal, no Rio de Janeiro, apresentando a sua produção europeia.
Em 1900, ganhou Medalha de Ouro de segunda classe na Exposição Geral de Belas Artes.
Em 1904, recebeu a Medalha de Ouro de primeira classe com o quadro “Fim de Jornada”.
A partir de 1906, foi professor na Escola Nacional de Belas Artes, instituição que dirigiu a partir de 1915 e onde trabalhou até a sua morte.

João Baptista da Costa foi um exímio paisagista, um dos maiores da pintura brasileira.

Título:
Nina Maria Osborne

Nina Maria Osborne (1909, Angustura, Minas Gerais). Considerada grande artista, nas artes plásticas, Nina Maria Osborne tornou-se pintora e tapeceira. Vinda para o Rio de Janeiro fez seus estudos de pintura com Georgina de Albuquerque, Carlos Chambelland e Cordélia Elóide de Andrade, depois de haver começado a pintar em 1930.

Participou pela 1a vez do Salão da Sociedade Brasileira de Belas Artes em 1948. Em 1968, recebeu “Menção Honrosa” do Salão Nacional de Belas Artes. Juntamente com as pintoras Laurita Couto Pereira de Freitas, Edi Carvalho de Miranda e Eli da Silva Rocha, apresentou seus trabalhos na Galeria Visconti, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1952, realizando exposições individuais no Rio de Janeiro (1956-1962).

Posteriormente passou a dedicar-se à tapeçaria. Os temas de maior persistência na sua pintura são as flores e as paisagens. Sua pintura é neoclássica, com acento impressionista.

Título:
Karl Ernst Papf

Karl Ernst Papf ou Ernesto Papf (Dresden, Alemanha, 17 de março de 1833 — São Paulo, 16 de março de 1910) foi um fotógrafo, pintor e desenhista saxão que se transferiu para o Brasil em 1867.

Karl Ernst Papf era filho de uma família de mineiros saxões, possivelmente procedentes da cidade de Freiberg. Com cerca de dezessete anos, frequentava a academia de pintura de sua cidade natal, época em que obteve grande sucesso com uma de suas obras, denominada A Saudação do Mineiro (Glück Auf!). Dois anos mais tarde já se tem notícia de um retrato pintado pelo jovem artista, então com dezenove anos de idade, ao qual denominou Lembranças Paternas. Ainda na Alemanha, casou-se com Sofia Schaedlich, nascendo no ano seguinte (1863) seu primeiro filho, e único deste casamento, Jorge Henrique Papf.

Papf e sua família partiram de Hamburgo, em setembro de 1867, a bordo do navio Oneida, com destino ao Brasil. Nesta mesma embarcação, encontrava-se o fotógrafo alemão Albert Henschel, com quem Papf iniciaria seu trabalho na área de fotografia. Passando por Lisboa e Tenerife, tendo o pintor realizado pelo menos uma paisagem neste último local, e depois por Cabo Verde, aportaram finalmente em Recife, onde Papf se instalou, iniciando seu trabalho na recém-inaugurada firma Photographia Alemã. É bastante provável que dentre as razões da viagem de Papf para o Brasil, a mais plausível seja a de que ele tenha vindo como contratado do fotógrafo Albert Henschel, destinado a cumprir uma precisa finalidade: a de fornecer às atividades de fotografia da firma Henschel & Cia um estatuto comercial que a nova tecnologia ainda não possuía na América do Sul.

Após trabalhar em Pernambuco, Papf foi transferido para a filial da Photographia Alemã em Salvador, instalada também em 1867. Durante sua estada no Nordeste, que durou cerca de dez anos, Ernst Papf realizou, de acordo com anotações do próprio punho em diário, diversos retratos por encomenda de Henschel.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro em meados de 1877, pintando inúmeros retratos, inclusive da Família Imperial, sobressaindo os da princesa Isabel, do conde d’Eu e do príncipe do Grão-Pará. No ano seguinte, o pintor já fixara residência em Niterói, na região de São Domingos, onde pintou sua paisagem mais importante, a Praia do Cavalão. O local fixado nesta tela é um trecho da encosta da atual Estrada Fróes, que liga Icaraí a São Francisco pelo litoral, na cidade fluminense. Ainda em Niterói, neste mesmo ano, falece sua esposa Sofia, casando-se o artista pela segunda vez, com sua sobrinha Helene Schaedlich. Um ano mais tarde, participou da Exposição Geral da Academia Imperial das Belas Artes, sendo desta época sua tela Vista da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Passando a residir em Petrópolis a partir de 1880, Papf manteve ainda vínculo com a firma de Henschel no Rio de Janeiro. Em 1881, apresentou trabalhos na Exposição de História do Brasil, no Rio de Janeiro, e no ano seguinte, expôs treze pinturas, dentre retratos, paisagens, marinhas e naturezas mortas, na famosa Exposição da Sociedade Propagadora das Belas Artes, realizada no Imperial Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Continuou a trabalhar com fotografia, mantendo ateliê na Cidade Imperial, na Rua Barão do Amazonas. Data de 1884, ano em que expõe na Glace Élégante, no Rio de Janeiro, a abertura de sua própria firma, a Photographia Papf, sediada em Petrópolis.

Na cidade imperial, adquiriu em 1886 a casa que até hoje pertence à família, à Rua Costa Gama (atual Rua Santos Dumont), onde dedicou-se também ao cultivo de orquídeas, frequentemente presentes em suas pinturas. Neste mesmo ano participou da Primeira Exposição Industrial e Artística de Petrópolis, organizada pelo professor Henrique Kopke, no Palácio de Cristal, recebendo Medalha de Ouro na categoria de pintura a óleo. Sem abandonar a fotografia, Papf prosseguiu a execução de diversas telas de representação paisagística, dentre elas Vista do Rio de Janeiro tomada da Serra de Petrópolis.

Estava escrito, porém, que Petrópolis não seria a morada definitiva do pintor. Embora todo o prestígio social e artístico alcançado, em 1900 arrumou ele armas e bagagens e mudou-se para São Paulo. Lá continuou pintando, até que a 10 de março de 1910, a morte o surpreendeu em plena atividade artística.

Título:
Roberto Fantuzzi

Roberto Fantuzzi (Reggio Emilia, Itália, 1893 – Caracas, Venezuela, 1976). Pintor de profissão, veio para a Argentina no navio Augustus tendo embarcado em Gênova. Foi conhecido como o pintor de Papas e de Presidentes e servindo como soldado na Segunda Guerra Mundial, encontrou também fama para suas pinturas dos combatentes.

Foi pintor de grande valor e de fama internacional. Se formou em Reggio Emilia, Florença e Roma, e aumenta sua bagagem artística em França, Espanha, Holanda e Inglaterra. De 1918 a 1937 vive e trabalha na América do Sul, especialmente na Argentina e Uruguai. Regressa à Itália, para a Santa Sé, entre 1938 e 1947 realiza os retratos oficiais de Pio XI e Pio XII, além de outras importantes obras que estão em local de destaque na Cidade do Vaticano. De Pio XII pinta também outro retrato que é utilizado para o medalhão que forma parte do mosaico com as imagens de todos os papas no interior na Basílica de São Pedro. Em 1948, novamente na Argentina, se especializa em grupos de médicos e de anatomia. Em 1952 o embaixador da Venezuela em Buenos Aires – o Acadêmico Dr. Julio de Armas convida Fantuzzi para ir a Caracas para pintar também grupo médicos venezuelanos. O clima de Caracas e o calor de sua gente o convencem a se estabelecer definitivamente na “ciudad de los techos rojos”, onde morreu em 1976.

Título:
Alberto Costa Dezon

Alberto Costa Dezon (Rio de Janeiro, 1897 – 1979). Nas artes plásticas destacou-se como pintor e desenhista. Estudou na Suíça, Alemanha e Estados Unidos. Retornando ao Rio de Janeiro, exerceu atividade de poeta e paralelamente começou a pintar e desenhar, frequentando o núcleo Bernardelli (Fundado em 12 de junho de 1931, com o objetivo de criar uma alternativa para o ensino oficial da Escola Nacional de Belas Artes, enfatizando a liberdade de expressão artística. O nome do grupo foi escolhido em homenagem aos irmãos Rodolfo Bernardelli e Henrique Bernardelli, que também fundaram um curso independente no final do século XIX). Recebeu a Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Artes de 1949 como desenhista e participou entre os anos de 1952 e 1964, oito vezes de exposições no Salão Nacional de Belas Artes. Manteve há alguns anos no Rio de Janeiro a Galeria Dezon. Sua pintura caracterizou-se pela abordagem expressionista de paisagens e figuras.

Na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) na classe Curso Livre lecionado por Modesto Brocos y Gomes havia um grupo rebelde para a velha tradição do estudioso, e, juntos, começaram a luta pela Arte Moderna. O grupo teve a participação de Eugênio de Proença Sigaud, Quirino Campofiorito, Reis Júnior, Oswaldo Goeldi e Alberto Dezon.

Título:
Francisco Acquarone

Francisco Acquarone (Rio de Janeiro 1898, Rio de Janeiro 1954). Foi um historiador, pintor, desenhista, caricaturista, ilustrador, professor, crítico, escritor e jornalista.

Cursou a Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno dos pintores Baptista da Costa, Modesto Brocos, Rodolfo Chambelland e Rodolfo Amoedo. Dedicou-se à pintura, desenho, caricatura e ilustração. Trabalhou como jornalista e ilustrador do periódico Dom Quixote, a partir de 1918. Posteriormente, colaborou com retratos e ilustrações a bico-de-pena e crayon para periódicos como O Jornal, A Noite e Dom Casmurro, revista de cultura voltada para a divulgação das artes plásticas.

Participou do Salão de Belas Artes, entre 1926 e 1941, com paisagens, retratos, pinturas históricas e de gênero. Tornou-se conhecido principalmente por sua atuação como historiador da arte e publica títulos como Mestres da Pintura no Brasil, em parceria com Queirós Vieira; História da Arte no Brasil, em 1939; Obras-Primas de Rodolfo Amoedo, Mestre da Pintura Brasileira, em 1941; e Primores da Pintura no Brasil (1942), entre outros.

Como pintor, Francisco Acquarone interessou-se por paisagens e cenas populares e históricas. Suas publicações revelam o objetivo de tornar o conhecimento da arte acessível ao grande público, em edições com ilustrações coloridas, de página inteira, com biografias breves e comentários sobre obras escolhidas. No livro Primores da Pintura no Brasil, pode-se perceber a sensibilidade do autor em relação à pintura brasileira do século XIX: ele recuperou os escritos do crítico Gonzaga Duque e valorizou a produção de artistas como Arthur Timótheo da Costa e Rodolfo Amoedo.

Título:
Paul Gagarin

Paul (Paulo) Gagarin (1885, São Petersburgo, Rússia – 1980, Rio de Janeiro, RJ) Pintor. Filho de um ex-governador de São Petersburgo.

Estudou no Liceu e na Universidade de São Petersburgo e foi também oficial da artilharia russa.
Com a declaração de guerra em 1914, transferiu-se inicialmente para a França e veio para o Brasil como copeiro em um navio que aportou no Rio de Janeiro, onde se naturalizou e fixou residência em 1921.

No ano seguinte, realizou sua primeira exposição no saguão da Associação dos Empregados do Comércio. Em 1925, ganhou menção honrosa no Salão Nacional de Belas Artes, e, no mesmo Salão, entre outras premiações, também obteve a grande Medalha de Prata e Medalha de Ouro. Em 1941, no Salão Paulista de Belas Artes, conquistou a grande Medalha de Prata.

Artista autodidata, Gagarin encantou-se com a exuberância da flora tropical e as cores do litoral brasileiro, e os representou num estilo próximo dos pós-impressionistas. Em uma de suas entrevistas disse: “Acredite, nunca estudei pintura. Não tive mestres. O meu mestre foi a natureza opulenta do Brasil”.

Título:
Ramos Catalan

Benito Ramos Catalan, pintor chileno, foi um dos maiores artistas do Chile e da América Latina.

Benito Ramos Catalan nasceu no dia 27 de dezembro de 1882 na cidade de Talca no
Chile.
Frequentou a escola Liceu de Homens, e formou-se em contabilidade no Instituto Comercial de Talca. Morou em Santiago e no ano de 1916 foi inspetor da Escola Normal na cidade de Victoria. Em 1900, conheceu Paul Burchard, considerado seu mestre espiritual, onde amadureceu sua vocação pela pintura, e durante dois anos teve aulas com ele, aprendendo as técnicas necessárias para desenvolver seu estilo artístico como pintor.

Seus temas tinham títulos como era a estrela da natureza, o mistério da floresta, a paisagem do centro sul, nos montes solitários, a vida continua, sem esquecer-se da figura humana.

Quando morou em Santiago em 1904, estudou com Pedro Lira e Alberto Valenzuela Llanos, posteriormente ingressando na Academia de Belas Artes, onde teve por mestre o espanhol Fernando Álvarez de Sotomayor, onde dele aprendeu o naturalismo e a liberdade de cor.
Em 1940 trabalhou na Escola de Belas Artes de Viña del Mar, onde dava aulas de workshops de pintura e desenho.

Sempre usava cores complementares, alternando o traço de cor pura em suas obras de arte, e também a cor de luz usada especialmente para reforçar o tema pintado. Tinha uma excelente variedade de tons pasteis, como branco, amarelo claro, azul, laranja, azul aguado, lilás e violeta, imprimindo assim uma paisagem refinada. Em suas pinturas, o contraste entre a árvore em primeiro plano escuro e circular e o segundo, mais distante e luminoso, mostra a intenção de destacar o valor da paisagem, revelado pelas sombras da árvore, funcionando como uma janela aberta convidando a explorar a paisagem diferente.
Estratégia Visual

O pintor popularmente conhecido por seu amor à pintura de paisagem cabana rural tipicamente chilena e fundo de montanhas e pores do sol cheio de sentimentalismo. Apesar de estar associado com a pintura de paisagem, foi também o autor de retratos, alcançado batalhas navais.
Ramos Catalan manteve o curioso hábito de assinar as suas obras de três maneiras
diferentes de acordo com uma catalogação pessoal que lhes deu valor.

Título:
Arlindo Castellani de Carli – Castellane

Arlindo Castellani de Carli, ou simplesmente Castellane, descendente de italianos, nasceu em São Paulo em 6 de setembro de 1910, vindo a falecer na mesma cidade, em 6 de julho de 1985.

Castellane tem quadros expostos em várias partes do mundo, ornamentando as paredes de museus, instituições culturais e cientificas e coleções particulares.
Analisando os painéis do Salão Nobre da Academia Nacional de Medicina, observa-se a sensibilidade cultural do pintor, ao unir nos painéis, grupos e personagens com importância no objetivo artístico-histórico desejado, sempre deixando marcada uma memória cultural ou cientifica dos personagens de cada painel.

Desde cedo, Castellane mostrou sua aptidão para a escultura e, depois, para a pintura. Aos 15 anos, matriculou-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e lá encontrou bons professores, entre estes, o grande mestre veneziano Enrico Vio, que lhe passou, ao longo do tempo, os segredos da arte de pintar, com especial dedicação para o desenvolvimento de paisagens e no aprendizado da complicada e difícil arte da reprodução da figura humana.

No decorrer de sua carreira artística, Castellane voltou-se para a pintura antiga, mas criando seu próprio estilo que denominou como Axiomismo, que Geraldo Dutra de Morais define como “baseado fundamentalmente na matemática, na filosofia e na psicologia, que consiste em reunir, intencionalmente, numa mesma composição, diversas normas, tendências e técnicas, as quais se mesclam e se confundem graciosamente, enriquecendo a temática, tornando-a um todo indivisível, de grande beleza plástica e cromática”.

Segundo Geraldo Dutra de Moraes, no livro “A estilística do axiomismo na pintura de Castellane” … a notoriedade de Castellane mais se acentua na retratística, devido aos seus profundos conhecimentos de anatomia, de caracterologia e de psicanálise.
Como todo movimento inovador, suas ideias encontraram forte reação nos meios artísticos e pouca receptividade entre seus discípulos. Pretendendo ser uma fusão de vários estilos, como classicismo, impressionismo, expressionismo, abstracionismo etc., o axiomismo perdeu sua identidade e acabou por desaparecer com a morte do pintor.

Castellane dedicou-se a vários gêneros, como pintura histórica, pintura de retratos, imagens religiosas, nus etc., mas foi nos retratos que mostrou o melhor de sua sensibilidade e expressividade.

  • 1829
  • 1936

Título:
Referências Bibliográficas

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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862001000100010

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Ferreira LO. José Francisco Xavier Sigaud: um personagem esquecido, uma obra reveladora. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 5: 1, 1998.

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  • 1838
  • 1946
  • 1829
  • 1936

Título:
Acadêmico Francisco J. B. Sampaio

Presidente da Academia Nacional
de Medicina (2015-2017)

Nasceu no Rio de Janeiro em 04 de outubro de 1954. Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1983. Professor Titular do Centro Biomédico da UERJ, desde 1995, onde criou e coordena desde 1989 a Unidade de Pesquisa Urogenital. É urologista praticante e possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia / Associação Médica Brasileira, por concurso de Provas e Títulos, desde 1987.

É Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão do UGB/FERP, Volta Redonda, RJ.

Pesquisador 1A do CNPq (desde 1986, sem interrupção) e Cientista de Nosso Estado da FAPERJ.

Possui inserção na orientação de pós-graduação stricto sensu, tendo orientado e coorientado, desde 1990, 49 alunos de Mestrado, 37 alunos de Doutorado e 3 Supervisões de Pós-Doutorado.

Na graduação orientou mais de 100 bolsistas de Iniciação Científica.

Criou e coordena o Programa de Pós-Graduação em Cirurgia, Departamento de Cirurgia, da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ (Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas).

Coordenador da Área de Medicina-III, do Sistema de Pós-Graduação da CAPES / MEC – 2005-2007 e 2008-2011.

Editor Chefe do International Braz J Urol, revista oficial da Sociedade Brasileira de Urologia, de Janeiro de 2000 a Janeiro de 2010.

Membro do Corpo Editorial e Revisor ad-hoc de diversos periódicos internacionais de urologia, andrologia, cirurgia e morfologia.

Possui mais de 200 artigos científicos completos em revistas de circulação internacional, de impacto, indexadas noPubMed/Medline. Possui um livro médico de Anatomia Urológica publicado nos EUA, New York, pela ThiemeVerlag, e dois livros publicados no Brasil. Possui mais de 20 capítulos de livros no exterior e mais de 60 capítulos de livros no Brasil.

Alguns Prêmios e Homenagens:

1987 Prêmio e Medalha “Alberto Gentile”, pela Obtenção do 1o. lugar no Concurso para Título de Especialista em Urologia, Sociedade Brasileira de Urologia.

1999 Paraninfo – Residentes de Urologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

2000 Professor Visitante, Disciplina de Urologia, Universidade Federal de São Paulo.

2001 Título e Medalha do Mérito Pedro Ernesto, Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

2002 Professor Visitante, Disciplina de Urologia, PUC do Rio Grande do Sul.

2002 Professor Visitante de Urologia, Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre.

2002 Título e Medalha Tiradentes, Assembleia dos Deputados do Rio de Janeiro.

2003 Professor Visitante, Disciplina de Urologia, UFRGS.

2005 Professor Visitante, Divisão de Urologia, Faculdade de Medicina, USP.

2005 Paraninfo dos Formandos (Residentes e Pós-Graduandos) da Disciplina de Urologia e do Programa de Pós-Graduação em Urologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

2007 Homenagem Especial, Patrono da III Maratona Urológica do Rio de Janeiro.

2007 Prêmio – “Cistoscópio de Ouro” – concedido pela Divisão de Urologia da Universidade de São Paulo, pela Contribuição Acadêmica e Formação de Discípulos na Área de Urologia.

2008 Visiting Professor, Division of Urology, University of Minnesota, USA.

2008 Visiting Professor, Faculty of Medicine Ramathibodi Hospital, Mahidol University, Bangkok, Thailand.

2008 Honorary Speaker, Phaitun Gojaseni Lecture (Open Lecture), 20th Thai Urological Association and Asian Congress of Urology, Pattaya, Thailand.

2008 Prêmio Análise em Medicina 2008, Revista Análise. Mais Admirados pelos Colegas – Especialidade Urologia.

2010 Homenagem pelo trabalho realizado como Coordenador de Área – Cirurgia, Comitê de Avaliação da Medicina III, CAPES / MEC.

2011 Medalha Juscelino Kubitschek, da Sociedade Brasileira de Urologia.

  • 1838
  • 1946
Joaquim Cândido Soares de Meirelles
Retrato do Fundador, Acadêmico Joaquim Cândido Soares de Meirelles, meio corpo, meio perfil, com medalhas ao peito. Joaquim Cândido Soares de Meirelles (Sabará, MG, em 5 de novembro de 1797 - Rio de Janeiro, 13 de julho de 1868) foi um médico cirurgião-mor e político. Era filho e neto de médicos, tendo sido seu pai o cirurgião Manoel Soares de Meirelles e sua mãe Anna Joaquina de São José Meirelles. Casou-se em primeiras núpcias com Rita Maria Pereira Reis, filha do cirurgião Paulo Rodrigues Pereira e irmã do médico Jacintho Rodrigues Pereira Reis, com quem teve quatro filhos, Saturnino Soares de Meirelles (1828-1909), que foi médico homeopata, Jacintho Rodrigues Soares de Meirelles, oficial de marinha, Nicomedes Rodrigues Soares de Meirelles, médico, e Cândido Rodrigues Soares de Meirelles, bacharel em matemática. Em segundas núpcias casou-se com Maria Cândida Marianna Vahya, tendo tido uma filha, Luisa Cândida Soares de Meirelles. Formou-se em Medicina em 1822 na então Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (atual UFRJ).
Luiz Vicente de Simoni
José Francisco Xavier Sigaud
José Corrêa Picanço
Achilles Ribeiro de Araújo
OLYMPIO OLINTO DE OLIVEIRA
MANOEL DE ABREU
DR. KOCH
ARMANDO AGUINAGA
Jordão de Oliveira
Cândido Portinari
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Francisco J. B. Sampaio