Em mais uma quinta-feira (08) de simpósio, a Academia Nacional de Medicina reuniu um ilustre grupo de especialistas para abordar o tema Cuidados Paliativos e a Dimensão do Possível, organizado pelo Acadêmico Daniel Tabak e pela Drª. Claudia Burlá.
Dando início às apresentações, a Drª Débora Noal, do Médicos Sem Fronteiras, ministrou a palestra sobre o tema Como Cuidar do Humano em um Mundo Sem Fronteiras?, no qual mostrou um vídeo das primeiras 24 horas após o terremoto no Haiti e conta como foram esses momentos sem assistência especializada. Drª Débora também lembra que paliar não é o fim, e sim o início e o meio também.
A Drª Erika Pallottino abordou um tema muito atual e sensível: Como cuidar do luto dos que ficaram?. Para explicar, depoimentos de pacientes e dos seus parentes foram mostrados, ilustrando um dos focos do seu trabalho. Drª Erika também explicou sobre os níveis de intervenção no cuidado da dor da morte e a sua forma multidimensional de aplicação. Ainda foram abordados dados do luto na pandemia, principalmente com crianças, e de pessoas em processo após a morte do familiar para afirmar que o cuidado paliativo é feito constantemente com quem fica.
Após um breve intervalo, o retorno foi marcado pela apresentação da Drª Maria Goretti Maciel, do Hospital do Servidor Público de São Paulo, com o tema É possível estabelecer um Programa de Cuidados Paliativos em Hospital Geral?. A médica explicou que a origem desses cuidados começou realmente com os pacientes no final da vida e com isso, a ideia ficou presa no imaginário das pessoas. Mas nos últimos 60 anos, houve mudanças significativas nessa área, e atualmente, esse tratamento se estendeu para todos que possuem condições de saúde complicadas, e foi uma assistência essencial durante a pandemia do Covid-19. Drª Maria Goretti contou como foi a introdução dos cuidados paliativos no Hospital do Servidor Público e a facilidade do atendimento com a participação de uma equipe multidisciplinar.
O tema É Possível Cuidar da Dor sem Medo dos Opiódes?, ministrada pelo Dr. Henrique Parsons, da Universidade de Ottawa, no Canadá, começa respondendo a pergunta feita no título e afirmando que é possível sim cuidar da dor sem o uso dessas drogas e que existem diferentes fatores para que elas sejam usadas no paciente. O Dr. Parsons ainda ressaltou a relação entre o vício e o uso dos remédios, além dos fatores de risco. Para evitar isso, é importante que o médico conheça o paciente e saiba a real necessidade dele.
Por fim, a última apresentação da noite foi feita pela Excelentíssima Juíza Drª. Maria Aglaé Tedesco Vilardo, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o tema Quais as Possibilidades e Limites da Autonomia?. Ela explica como é a legislação quanto a isso, os direitos dos pacientes e o impacto nos idosos, principalmente durante a pandemia. Ao final, são dados exemplos de casos que se encaixam para obter um entendimento melhor.
Antes do encerramento, a bancada acadêmica fez perguntas animadamente, tirando dúvidas e trocando informações com os colegas. Para assistir o simpósio na íntegra, visite nosso canal no Youtube.