Dr. Paulo Saldiva é empossado Membro Titular da ANM

07/08/2018

Na noite da última terça-feira, 7 de agosto, o patologista Paulo Hilário Nascimento Saldiva tomou posse como Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em cerimônia solene. O médico passará a ocupar a Cadeira de nº 98, da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina – ocupada anteriormente pelo Acadêmico João Pedro Escobar Marques-Pereira, falecido em 6 de junho de 2017 – cujo Patrono é Adolpho Frederico Luna Freire.

Acad. Paulo Saldiva (ao centro), com comissão de honra formada pelos Acads. Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, Ricardo Cruz, Silvano Raia, José Osmar Medina de Abreu Pestana, Carlos Alberto Basílio e Rubens Belfort

O Anfiteatro Miguel Couto, repleto de Acadêmicos, familiares e amigos do homenageado, recebeu Comissão de Honra formada pelos Acadêmicos Silvano Raia, Carlos Alberto Basílio de Oliveira, Rubens Belfort Jr., Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, José Medina Pestana e Ricardo Cruz. Sua consagração como Membro Titular aconteceu após juramento Acadêmico e entrega do colar, medalha e Diploma Acadêmicos pelo 1º Vice-Presidente da instituição, Acad.Antônio Egídio Nardi.

1º Vice-Presidente, Acad. Antonio Egídio Nardi, e o novel Acadêmico

O discurso de saudação ficou a cargo do Acadêmico Walter Araújo Zin, que declarou grande júbilo pela responsabilidade de saudar o mais novo Membro Titular da Academia. Destacando o extenso currículo do homenageado, sua carreira profissional e sua trajetória de vida, o Acadêmico explicitou alguns traços marcantes da personalidade de Paulo Saldiva, entre eles sua conduta, integridade e inquietude, que o estimularam a traçar o caminho da pesquisa científica, e citou Fernando Pessoa para representar tais características “tenho na vida o interesse de um decifrador de charadas. Paro, decifro e passo adiante”.

O Acadêmico relembrou o início da parceria profissional – que já rendeu 39 artigos científicos plenos, o primeiro em 1987 -, e que se mantém até hoje. Afirmou ainda que, para além de sua excepcionalidade enquanto pesquisador, uma das principais qualidades do Professor Saldiva é sua generosidade aliada à inabalável paixão por tudo que executa. Desejou-lhe então as boas-vindas à instituição e concluiu “ocupai com carinho e orgulho a Cadeira de nº 98, inabalavelmente ligada ao vosso nome, sorvendo de nossa companhia e conosco dividindo vossos saberes, vossa sensibilidade e vossa filosofia”.

Acad. Walter Araújo Zin em seu discurso de saudação a Paulo Saldiva

Em seguida, o novel Acadêmico proferiu seu discurso de posse, afirmando ser esse um dos momentos mais emocionantes de sua vida e que guardaria para sempre em sua alma cada palavra dita. Cumprimentou os confrades Acadêmicos e agradeceu ao Presidente Jorge Alberto Costa e Silva e ao Vice-Presidente Antônio Egídio Nardi, por sua acolhedora recepção. Versou brevemente a respeito da história da instituição e da Cadeira nº 98, cujo Patrono é o Adolpho Frederico Luna Freire – médico diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que colaborou com Oswaldo Cruz no combate à febre amarela.

Versou também sobre seus antecessores na Cadeira nº 98: Alfredo da Silva Moreira, Olyntho Luna Freire de Pillar, Domingos de Paola, José Clemente Magalhães Pinto e João Pedro Escobar Marques-Pereira, seu antecessor, falecido em 06 de junho de 2017. Dr. Paulo Saldiva ressaltou então a honra de integrar o notável grupo e afirmou “pesada a minha sorte, quis o destino improvável, fazer-me ser sucessor de tal criatura notável. Há que se acrescentar a essa pesada missão, quando se tem a visão, da vida dos meus predecessores, que, em notável sucessão, enriqueceram esta nobre Academia, mercê dos seus próprios valores”.

Concluindo sua mensagem, fez especial saudação a seus familiares, colegas de profissão, amigos e confrades, afirmando que “por aqui passaram almas generosas, expoentes da Medicina, professores de alta competência e estima, cada um aliando a sabedoria com a humildade daquele que ama e verdadeiramente ensina”. Agradeceu o auxílio daqueles com quem conviveu ao longo de sua carreira e formação, e finalmente, dirigindo algumas palavras à própria instituição, declarou “enfim chegou o dia em que me recebeste generosa, minha nobre e augusta Academia”. Prometeu honrar com suas ações e futuro a memória da casa que, segundo ele, é o berço de cultura e tradição, honrando o País desde a sua fundação. A Academia Nacional de Medicina, segundo Paulo Saldiva, dita os rumos da Medicina, escreve a história de nossos médicos e desta profissão bendita que nos comove.

O empossado, Paulo Saldiva, durante seu discurso de posse

O 1º Vice-Presidente, Acad. Antonio Egídio Nardi, representando o Presidente Acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva, cumprimentou os presentes e o homenageado da noite, ressaltando a honra e responsabilidade conferida a ele de substituir o Presidente na cerimônia, ao que expressou “este momento ficará gravado em minha memória e em meu coração”. Na sequência, leu a mensagem preparada pelo Acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva, que em seu discurso desculpou-se pela ausência e ressaltou a brilhante carreira de médico do homenageado como patologista e pesquisador, versando sobre a grande personalidade que se tornou como cientista e mensageiro da urbanização em saúde, propagando a ideia de transformação dos fatores negativos para a saúde em fatores positivos.

Em sua conclusão, o Presidente abordou o difícil momento histórico vivido pelo país, e o compromisso que a Academia tem para com o concurso do pensamento e da consciência individual. Parabenizou a luta do novel Acadêmico em busca da união entre progresso tecnológico e científico com a perspectiva humanista, declarando ser orgulho e uma satisfação para esta instituição quase bicentenária recebê-lo. Expressou também suas expectativas para as contribuições que Dr. Paulo Saldiva trará à instituição com sua visão global e holística para melhoria de condições de saúde do povo brasileiro, citando o pensador Gurdjieff: “Se queremos mudar o curso de nossa vida, precisamos conhecer as forças que atuam sobre nós e a partir dessa consciência criar meios de nos libertarmos dessas forças”. Em seguida, o 1º Vice-Presidente, Acad. Antônio Egídio Nardi, solicitou à Comissão de Honra que conduzisse o Acadêmico ao Salão Nobre, encerrando a solenidade e dando início ao tradicional coquetel de recepção.

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