João Severiano da Fonseca

Nasceu em 27 de maio de 1835, na vila de Alagoas, hoje município de Marechal Deodoro (AL). Filho de Manuel Mendes da Fonseca e de Rosa Maria Paulina Barros Cavalcanti da Fonseca. Seu irmão, o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, foi o chefe do movimento militar que proclamou a República em 15 de novembro de 1889 e o primeiro presidente do Brasil no novo regime, até 23 de novembro de 1891. Dois outros irmãos também se destacaram no cenário político nacional: o marechal Hermes Ernesto da Fonseca foi presidente de Mato Grosso de 1875 a 1878 e governador da Bahia em 1890, e Pedro Paulino da Fonseca, também militar, foi governador de Alagoas de 1889 a 1890, constituinte de 1891 e senador por Alagoas em 1891.

Ingressando na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1854 participou como acadêmico dos trabalhos de combate à epidemia de cólera-morbo. Concluiu seu curso em 1860 e doutorou-se em 1862 ao defender a tese “Da moléstia em geral” (segundo apontamentos manuscritos na Academia Nacional de Medicina, o título de sua tese seria “Da Morte Real e da Morte Aparente”).

Ainda em 1862 ingressou no Corpo de Saúde do Imperial Exército Brasileiro. Participou da Campanha do Uruguai em 1864, e foi chefe do Corpo de Saúde do Exército e legionário na Guerra do Paraguai (1864-1870), de onde só regressaria em 1871, após o transporte dos soldados feridos. Em 1875 foi posto à disposição do Ministério dos Estrangeiros, como integrante da Comissão Demarcadora de Limites Brasil-Bolívia. A viagem com a comissão duraria cerca de cinco anos. Saindo da Corte em direção à província do Mato Grosso, pelo rio Paraguai, o grupo alcançou o rio Apa, o forte Coimbra e Corumbá, daí seguiu para o rio Verde, chegando ao forte Príncipe da Beira e ao rio Mamoré, até Manaus. Dessa cidade voltou ao Rio de Janeiro pelo litoral.

Atuou como o primeiro cirurgião militar da Corte e prosseguiu na carreira como médico do Hospital Militar. No dia 1º de outubro do ano seguinte ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) com o trabalho “A Gruta do Inferno”.

Após a proclamação da República por Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889, foi promovido no ano seguinte a general de brigada. Ainda em 1890, em 15 de setembro, foi eleito senador constituinte pelo Distrito Federal. Assumindo sua cadeira no Congresso Nacional Constituinte, no Rio de Janeiro, em 15 de novembro, participou dos trabalhos de elaboração da primeira Constituição republicana do Brasil, afinal promulgada em 24 de fevereiro de 1891. No dia seguinte Deodoro foi eleito o primeiro presidente da República.

Com o início, em junho, da legislatura ordinária, João Severiano assumiu sua cadeira no Senado Federal e passou a integrar as comissões de Saúde Pública e de Estatística e Colonização. Exerceu seu mandato até 29 de dezembro de 1891, quando renunciou em solidariedade a Deodoro, que no dia 23 de novembro anterior havia renunciado à presidência da República, sendo substituído pelo vice-presidente Floriano Peixoto.

Reformado no posto de general de divisão em 7 de abril de 1892, por ter assinado, juntamente com outros 12 generais, o manifesto que solicitava a Floriano Peixoto que mandasse proceder a novas eleições. Em 1895, já no governo de Prudente de Morais (1894-1898), foi reintegrado ao Exército por força de ato do Supremo Tribunal Federal, com a função de inspetor geral do Serviço Sanitário do Exército. Tornou-se o primeiro médico a atingir o posto de general no Exército brasileiro.

Eleito Membro Titular na Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro em 1897, apresentando a memória “Climatologia de Mato Grosso”.

Foi também inspetor geral da Repartição do Exército e professor de ciências físicas e naturais no Imperial Colégio Militar e no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Colaborou nas revistas da Academia Nacional de Medicina, da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro, da Sociedade Geográfica de Lisboa, da Sociedade Geográfica de Madri e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Foi fundador do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, patrono da cadeira nº 44 do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGA) e da cadeira 21 da Academia Alagoana de Letras (AAL).

Foi agraciado com a Medalha da Campanha da Guerra do Paraguai; Medalha Geral da Campanha do Paraguai concedida pelo Governo da República Argentina e Medalha concedida ao Exército em operações na República do Uruguai.

Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1897. Em sua homenagem, o nome General Severiano foi dado a uma rua em Botafogo, no Rio de Janeiro. Em 1940 foi escolhido patrono do Serviço de Saúde do Exército. Foi, ainda, escolhido patrono da cadeira 27 da Academia Brasileira de Medicina Militar.

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 173

Membro: Titular

Eleição: 21/04/1897

Posse: 02/04/1897

Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Falecimento: 11/12/1897

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 173

Membro: Titular

Eleição: 21/04/1897

Posse: 02/04/1897

Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Falecimento: 11/12/1897

Nasceu em 27 de maio de 1835, na vila de Alagoas, hoje município de Marechal Deodoro (AL). Filho de Manuel Mendes da Fonseca e de Rosa Maria Paulina Barros Cavalcanti da Fonseca. Seu irmão, o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, foi o chefe do movimento militar que proclamou a República em 15 de novembro de 1889 e o primeiro presidente do Brasil no novo regime, até 23 de novembro de 1891. Dois outros irmãos também se destacaram no cenário político nacional: o marechal Hermes Ernesto da Fonseca foi presidente de Mato Grosso de 1875 a 1878 e governador da Bahia em 1890, e Pedro Paulino da Fonseca, também militar, foi governador de Alagoas de 1889 a 1890, constituinte de 1891 e senador por Alagoas em 1891.

Ingressando na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1854 participou como acadêmico dos trabalhos de combate à epidemia de cólera-morbo. Concluiu seu curso em 1860 e doutorou-se em 1862 ao defender a tese “Da moléstia em geral” (segundo apontamentos manuscritos na Academia Nacional de Medicina, o título de sua tese seria “Da Morte Real e da Morte Aparente”).

Ainda em 1862 ingressou no Corpo de Saúde do Imperial Exército Brasileiro. Participou da Campanha do Uruguai em 1864, e foi chefe do Corpo de Saúde do Exército e legionário na Guerra do Paraguai (1864-1870), de onde só regressaria em 1871, após o transporte dos soldados feridos. Em 1875 foi posto à disposição do Ministério dos Estrangeiros, como integrante da Comissão Demarcadora de Limites Brasil-Bolívia. A viagem com a comissão duraria cerca de cinco anos. Saindo da Corte em direção à província do Mato Grosso, pelo rio Paraguai, o grupo alcançou o rio Apa, o forte Coimbra e Corumbá, daí seguiu para o rio Verde, chegando ao forte Príncipe da Beira e ao rio Mamoré, até Manaus. Dessa cidade voltou ao Rio de Janeiro pelo litoral.

Atuou como o primeiro cirurgião militar da Corte e prosseguiu na carreira como médico do Hospital Militar. No dia 1º de outubro do ano seguinte ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) com o trabalho “A Gruta do Inferno”.

Após a proclamação da República por Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889, foi promovido no ano seguinte a general de brigada. Ainda em 1890, em 15 de setembro, foi eleito senador constituinte pelo Distrito Federal. Assumindo sua cadeira no Congresso Nacional Constituinte, no Rio de Janeiro, em 15 de novembro, participou dos trabalhos de elaboração da primeira Constituição republicana do Brasil, afinal promulgada em 24 de fevereiro de 1891. No dia seguinte Deodoro foi eleito o primeiro presidente da República.

Com o início, em junho, da legislatura ordinária, João Severiano assumiu sua cadeira no Senado Federal e passou a integrar as comissões de Saúde Pública e de Estatística e Colonização. Exerceu seu mandato até 29 de dezembro de 1891, quando renunciou em solidariedade a Deodoro, que no dia 23 de novembro anterior havia renunciado à presidência da República, sendo substituído pelo vice-presidente Floriano Peixoto.

Reformado no posto de general de divisão em 7 de abril de 1892, por ter assinado, juntamente com outros 12 generais, o manifesto que solicitava a Floriano Peixoto que mandasse proceder a novas eleições. Em 1895, já no governo de Prudente de Morais (1894-1898), foi reintegrado ao Exército por força de ato do Supremo Tribunal Federal, com a função de inspetor geral do Serviço Sanitário do Exército. Tornou-se o primeiro médico a atingir o posto de general no Exército brasileiro.

Eleito Membro Titular na Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro em 1897, apresentando a memória “Climatologia de Mato Grosso”.

Foi também inspetor geral da Repartição do Exército e professor de ciências físicas e naturais no Imperial Colégio Militar e no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Colaborou nas revistas da Academia Nacional de Medicina, da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro, da Sociedade Geográfica de Lisboa, da Sociedade Geográfica de Madri e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Foi fundador do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, patrono da cadeira nº 44 do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGA) e da cadeira 21 da Academia Alagoana de Letras (AAL).

Foi agraciado com a Medalha da Campanha da Guerra do Paraguai; Medalha Geral da Campanha do Paraguai concedida pelo Governo da República Argentina e Medalha concedida ao Exército em operações na República do Uruguai.

Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1897. Em sua homenagem, o nome General Severiano foi dado a uma rua em Botafogo, no Rio de Janeiro. Em 1940 foi escolhido patrono do Serviço de Saúde do Exército. Foi, ainda, escolhido patrono da cadeira 27 da Academia Brasileira de Medicina Militar.

Para melhorar sua experiência de navegação, utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes. Ao continuar, você concorda com a nossa política de privacidade.