Suicídio: a visão do psiquiatra

03/09/2012

O professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, Antonio Egidio Nardi, abordou o tema suicídio, pela visão do psiquiatra, na sessão científica da ANM, no dia 23 de agosto de 2012.

Segundo Nardi, este é um tema tabu para todos: sociedade e médicos e, por mais incrível que pareça, só nos últimos cinco anos há uma aula sobre o tema no curso de medicina da UFRJ. Médico com doutorado em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental pela UFRJ (1992) e com Pós-Doutorado no Laboratório de Fisiologia da Respiração no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Nardi falou tanto da origem da palavra, como também sobre a visão do suicídio entre as religiões, especialmente a judaica e cristã; e abordou o tema ainda sob o viéis filosófico e histórico, citando o caso de Getúlio Vargas que raramente é visto do ponto de vista médico, mas sim político.

Coordenador do Laboratório de Pânico e Respiração, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Nardi também tratou do tema sob os aspectos dos pacientes que o veem como uma opção racional, como também pelo prisma dos médicos que observam a vontade e o ato como consequencia de uma doença depressiva.

Durante sua conferência, o psiquiatra também apresentou dados epidemiológicos. Segundo ele, entre os jovens, de cada 200 tentativas de suicídio, uma se concretiza. Entre os idosos, a taxa de risco é bem maior. A diferença entre sexos, também demonstra desigualdades: enquanto entre as mulheres há o maior número de tentantivas; entre os homens ocorre o maior número de casos. Entre as capitais, Florianópolis é o local com maior número de suicídios com uma taxa de 30 casos/100 mil por ano e o Rio de Janeiro, por outro lado, é a capital com menor número 12.6 casos/100 mil ano.

Nardi ainda apontou a eletroconvulsoterapia como indicação para as crises, porém afirmou que não é recomendado como terapia de longo prazo e concluiu que, apesar do tema ainda ser um tabu, a informação é fundamental. O segredo é prevenir com tratamento farmacológico e psicoterápico e terminou sua conferência com uma referência ao quadro O Grito de Edvard Munch.

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