ANM realiza Simpósio sobre Cirurgia Pediátrica

12/04/2018

Em simpósio organizado pelos Acadêmicos Silvano Raia, Pietro Novellino e Rossano Fiorelli na última quinta-feira, 12 de abril, a Academia Nacional de Medicina realizou palestras sobre “Cirurgia Pediátrica no Brasil: passado, presente e futuro”. O Acadêmico e ex-presidente Pietro Novellino deu início à Sessão, convidando o coordenador do evento, Dr. Nicanor Araruna Macedo, para compor a mesa.

Abordando o tema “A história da cirurgia pediátrica no Brasil”, Dr. José Baratela, da Universidade de Santo Amaro, apresentou um breve histórico da especialidade, desde seus primórdios até sua modernização no século XIX. Pontuou episódios marcantes para o desenvolvimento da modalidade, como a primeira realização bem-sucedida da ressecção de Tumor de Wilms (1877), a descoberta do apêndice como causa de inflamações na fossa ilíaca direita e a criação do termo apendicite (1886), e a primeira cirurgia de ressecção em invaginação intestinal (1897).

Acadêmicos Rossano Fiorelli, Pietro Novellino e Antonio Egidio Nardi junto ao Dr. Nicanor Araruna Macedo

Em seguida, citou alguns dos precursores e principais nomes da Cirurgia Pediátrica no Brasil, entre eles os doutores Virgílio Alves de Carvalho Pinto (1913-1983), da Clínica Infantil do Ipiranga, Dr. Octavio Freitas Vaz (1914-2007), do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, e Primo Curti (1918-2012), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Concluiu sua palestra discorrendo sobre os marcos nacionais na história da especialização, a criação das primeiras instituições relacionadas à especialidade no país, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátrica (1964) e a publicação do primeiro livro de texto nacional sobre o tema (1972).

O Dr. Jovelino Quintino, do Hospital Infantil Darcy Vargas, realizou palestra sobre Cirurgia Urológica em recém-nascidos e crianças. Iniciou sua alocução explicando a Uropatia obstrutiva, correspondente ao impedimento funcional ou estrutural do fluxo urinário normal, que pode causar disfunção renal. O médico comentou ainda as formas de diagnosticar a doença, através de cateterismo vesical, cistouretroscopia ou exame de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou pielografia, dependendo do nível da obstrução.

Segundo o especialista, a Hidronefrose neonatal é uma das maiores responsáveis pela obstrução do trato urinário e um dos principais desafios da Urologia Pediátrica. Trata-se da dilatação renal no bacinete, que é constituído por uma série de estruturas responsáveis por recolher a urina produzida no rim e encaminhá-la através do ureter até à bexiga. Em sua conclusão, o médico apresentou alguns casos clínicos da doença e indicou os tratamentos adequados para cada caso, bem como os métodos diagnósticos e a recuperação dos pacientes.

Sobre Cirurgia Gastroenterológica em recém-natos e crianças, o cirurgião Ivens Baker Meio (IPPMG/UFRJ), esclareceu quais doenças demandam este tipo de tratamento, apresentando seus respectivos diagnósticos, etiologias e intervenções adequadas. Dentre os casos clínicos apresentados, figuravam pacientes com artresia do esôfago, estenose hipertrófica do piloro, obstrução duodenal e jejuno-ileal, entercolite necrosante neonatal, entre outros.

O cirurgião Márcio Cunha, do INTO, abordou o tema “Cirurgia Ortopédica em crianças e recém-natos”, na qual elucidou a importância do tratamento em diversas áreas de atuação. Apresentou casos de procedimentos minimamente invasivos, como a cirurgia de pé torto congênito, de geno valgo e fraturas perigosas, bem como cirurgias como a de paralisia cerebral, tumores ósseos e escoliose.

Apresentando casos de cirurgias minimamente invasivas em crianças e recém-nascidos, o Coordenados do Simpósio e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Nicanor Araruna Macedo, finalizou a rodada de palestras. Ressaltou o propósito da cirurgia videoendoscópica em crianças, esclareceu sua origem e apresentou casos clínicos do tratamento.

Em sua conclusão, o especialista apontou como principais vantagens da utilização do procedimento endoscópico a diminuição do desconforto pós-operatório, menor índice de respostas inflamatórias e a redução da possibilidade de hospitalização. Indicou ainda os tipos de doença cujo tratamento é recomendado, entre elas hérnia diafragmática congênita, atresia do esôfago e metástases pulmonares, além de problemas gastrointestinais, do fígado e geniturinários.

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