A Academia Nacional de Medicina realizou, nesta quinta-feira (24), um importante encontro científico voltado à discussão de doenças que continuam a representar sérios desafios à saúde pública: as arboviroses e a malária. O evento foi dividido em duas sessões e reuniu especialistas de renome nacional e internacional, além de autoridades do setor, para debater avanços e estratégias de enfrentamento dessas enfermidades.
A primeira parte da programação foi dedicada ao Simpósio “Atualidades em Arboviroses”, sob a coordenação do Acadêmico Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro e da Professora Doutora Alda Maria da Cruz (Fiocruz/UERJ). O painel apresentou atualizações relevantes sobre dengue e Oropouche, com destaque para os desafios enfrentados em meio ao aumento de casos registrados em diferentes regiões do país.
Na sequência, ocorreu a Sessão em Celebração ao Dia Internacional da Luta Contra a Malária, organizada pelos Acadêmicos Cláudio Tadeu e Celso Ramos Filho. A solenidade contou com a fala de figuras-chave na formulação de políticas públicas em saúde, como o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o Diretor-Geral da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.
Em sua apresentação, o ministro Alexandre Padilha palestrou sobre “As ações da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do MS para a Eliminação da Malária no Brasil”. Ele destacou que o Ministério da Saúde tem intensificado o monitoramento de áreas endêmicas, ampliado o acesso a diagnóstico precoce e tratamento oportuno, e investido na capacitação de profissionais da atenção primária. “Estamos empenhados em eliminar a malária como problema de saúde pública até 2030. Para isso, fortalecemos a vigilância ativa, especialmente na região amazônica, onde se concentram mais de 90% dos casos do país”, afirmou. Padilha também frisou a importância de parcerias com governos locais e instituições de pesquisa, como Fiocruz e Instituto Evandro Chagas.
Já o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, abordou o tema “Perspectivas da Eliminação da Malária nas Américas no Cenário Político Internacional”, via on-line. Em sua análise, ele ressaltou que a eliminação da malária nas Américas depende não apenas de ações técnicas, mas também de um compromisso político contínuo dos países. “A cooperação regional é essencial. Vários países da América Central já demonstraram que é possível alcançar a eliminação, e o Brasil tem um papel estratégico nesse cenário”, afirmou Barbosa. Ele ainda destacou que o fortalecimento dos sistemas de saúde, o enfrentamento das desigualdades sociais e o investimento em inovação — como o uso de tecnologias geoespaciais e novos insumos diagnósticos — são pilares fundamentais para atingir as metas globais estabelecidas pela OMS.
O evento foi marcado pela troca de conhecimentos científicos e pelo compromisso conjunto com a melhoria das ações de prevenção e controle dessas enfermidades, que ainda impactam milhões de pessoas em todo o mundo.