Nesta sexta-feira (07), a Academia Nacional de Medicina marcou presença na FISWeek 2025 com uma programação especial conduzida pelos integrantes do Programa Jovens Lideranças Médicas. O encontro reuniu jovens médicos, acadêmicos e especialistas em torno de temas que exploraram os rumos da inovação, da inteligência artificial e da formação médica no século XXI.
A abertura contou com a participação da presidente da ANM, Acadêmica Eliete Bouskela, que moderou o primeiro painel, “Desafios da Inteligência Artificial Aplicada à Medicina”, ao lado do Dr. José de Arimateia Batista Araújo Filho. O debate abordou as transformações provocadas pelas novas tecnologias e os riscos associados ao uso indiscriminado de ferramentas como a inteligência artificial (IA) no ambiente médico.
Para a presidente Eliete Bouskela, o avanço tecnológico exige senso crítico e responsabilidade:
“Hoje, o paciente já chega ao consultório dizendo o que quer fazer e o médico precisa construir uma parceria, não uma relação de autoridade. Mas, ao mesmo tempo, estamos diante de uma torre de Babel, onde muita informação circula sem filtro. Se a gente não usar responsabilidade, corremos o risco de, ao invés de melhorar, piorar a situação.”
O painel contou ainda com as participações dos Drs. Felipe Cezar Cabral, Thiago Henrique Roza e Isabela Werneck da Cunha, que trouxeram visões complementares sobre o impacto da IA no aprendizado, na prática clínica e nas relações humanas.
“A IA é uma ferramenta poderosa, mas deve ser usada para aquilo que você domina — ou para aprender o que ainda não domina”, destacou o Dr. Felipe Cabral. “Hoje, com a IA, é possível obter e filtrar centenas de artigos científicos em segundos, algo que antes levava meses de pesquisa.”
O Dr. Thiago Henrique Roza chamou atenção para os efeitos sociais do uso intensivo da tecnologia:
“Vivemos uma pandemia de solidão. As inteligências artificiais criam uma ilusão de intimidade, mas as pessoas estão perdendo habilidades sociais e de conexão. Isso se traduz em uma sociedade cada vez mais isolada, mesmo diante da aparente proximidade digital.”
Na sequência, o painel “Empreendedorismo na Saúde: Desafios e Oportunidades”, moderado pela Acadêmica Fernanda Moll e pelo Dr. Ricardo Farias Jr., discutiu modelos de inovação e negócios no setor, ressaltando a importância do pensamento estratégico e da colaboração interdisciplinar.
Já o painel “Educação Médica: Tradição e Inovação”, conduzido pelo Acadêmico Tarcísio Eloy Pessoa e pelo Dr. Matheus Torsani, promoveu reflexões sobre as transformações no ensino da medicina e os novos perfis profissionais exigidos pelo cenário tecnológico.
Encerrando a programação, o painel “Inovação na Prática Clínica”, moderado pelo Acadêmico Waldemar Naves do Amaral e pelo Dr. Thiago Cabral, destacou exemplos de soluções tecnológicas aplicadas à rotina assistencial, reforçando o papel do médico como agente de integração entre ciência e humanidade.
O evento foi organizado pelos Drs. Gustavo Rosa Gameiro, Mariana Petaccia de Macedo, Ricardo Farias Jr., Matheus Torsani e pelo Acadêmico Maurício Magalhães, todos integrantes do Programa JLM.
Para o grupo, a participação na FISWeek representa um marco simbólico na trajetória do programa, consolidando a presença da Academia Nacional de Medicina nas discussões sobre o futuro da saúde no Brasil.
“A missão das Jovens Lideranças é criar pontes — entre gerações, áreas e ideias. É assim que construímos inovação de verdade”, resumiu o Dr. Matheus Torsani ao final do encontro.
Com 14 palcos simultâneos e a presença das principais empresas e instituições do setor, a FISWeek 2025 reafirmou-se como o maior evento de inovação, criatividade e tendências em saúde do país. A participação da ANM reforçou o compromisso da instituição em formar novas lideranças médicas e estimular o pensamento crítico diante das transformações tecnológicas e sociais que moldam o futuro da medicina.
