Em uma noite marcada por tradição acadêmica e expectativa para um novo ciclo, o Acadêmico Antonio Egídio Nardi foi eleito presidente da Academia Nacional de Medicina para o biênio 2026–2027, sucedendo a Presidente Eliete Bouskela, a primeira mulher a presidir a instituição em seus 196 anos de história. A votação ocorreu em Sessão Plenária realizada nesta quinta-feira (27), definindo também os demais membros da nova Diretoria.

Para a Diretoria foram eleitos os Acadêmicos Giovanni Guido Cerri (Primeiro Vice-Presidente), José Galvão-Alves (Segundo Vice-Presidente), Maurício Magalhães Costa (Secretário-Geral), Jerson Lima da Silva (Primeiro Secretário), Rossano Fiorelli (Segundo Secretário), Omar Lupi (Tesoureiro) e José Horácio Aboudib Jr. (Primeiro Tesoureiro).
Assumem ainda funções essenciais para a preservação do patrimônio histórico e científico da instituição os Acadêmicos Natalino Salgado Filho (Diretor da Biblioteca), Arno von Ristow (Diretor do Arquivo) e Eloisa Bonfá (Diretora do Museu). As Seções também ganham novos presidentes: Acads. Rui Maciel (Medicina), Carlos Giesta (Cirurgia) e Wanderley de Souza (Ciências Aplicadas). A Diretoria será completada pelo Acadêmico José de Jesus Camargo, eleito Orador.
Perguntado sobre a continuidade das pautas debatidas ao longo da gestão da Presidente Eliete Bouskela, o Acad. assegurou que muitos dos temas permanecerão no centro das discussões. “As pautas debatidas durante o biênio 2024–2025 serão mantidas, principalmente no que diz respeito ao ensino da medicina, que exige constante atenção da Academia.”
O presidente eleito também adiantou que novas agendas farão parte da atuação da ANM:
“A medicina está em permanente evolução. A tecnologia já faz parte da prática médica: a inteligência artificial é uma realidade, assim como a cirurgia robótica e outras inovações. Cabe à Academia estar sempre na vanguarda da assistência médica.”
Com a escolha oficializada, ele inicia um novo capítulo em sua trajetória dentro da ANM, Instituição da qual é membro titular desde 2012, ocupante da Cadeira nº 3, cujo patrono é Agostinho José de Souza Lima, e de número acadêmico 651.
Nascido no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1959, Nardi graduou-se em Medicina pela UFRJ, onde também concluiu o mestrado e o doutorado em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental. Realizou pós-doutorado no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e tornou-se Livre-Docente pela UniRio, título posteriormente reconhecido pela Universidade de Lisboa. É Professor Titular da Faculdade de Medicina da UFRJ desde 2010 e atual chefe do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da instituição.
Fundador do Laboratório de Pânico & Respiração e do Ambulatório de Depressão Resistente do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Nardi se consolidou como uma das vozes mais influentes da psiquiatria brasileira. Seus estudos abrangem desde o transtorno de pânico, incluindo pesquisas pioneiras com realidade virtual e neuroimagem, até investigações sobre agorafobia, depressão resistente e terapias cognitivas aplicadas ao transtorno bipolar. Sua contribuição acadêmica inclui mais de 900 artigos publicados, dezenas de livros e a formação de mais de 100 pesquisadores entre pós-doutores, doutores e mestres.
No cenário científico, Nardi integra diversas academias nacionais e internacionais e atuou em duas gestões como Primeiro Vice-Presidente da ANM (2017–2019 e 2024–2025). É editor-chefe do Brazilian Journal of Psychiatry, periódico de destaque global, e do Jornal Brasileiro de Psiquiatria, além de colaborar com agências de fomento como o CNPq e a CAPES.