ANM celebra centenário do ensino de Doenças Infecciosas e Parasitárias no Brasil

16/10/2025

A Academia Nacional de Medicina realizou nesta quinta-feira (16), uma sessão especial em homenagem aos cem anos de ensino de Doenças Infecciosas e Parasitárias no Brasil, marco que remonta à criação da cátedra de Moléstias Tropicais por Carlos Chagas, em 1925, na então Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, hoje UFRJ.

Mesa diretora da sessão especial em homenagem aos cem anos de ensino de Doenças Infecciosas e Parasitárias no Brasil

Organizada pelo acadêmico Celso Ferreira Ramos Filho e pela professora Simone Aranha Nouer, a reunião reuniu médicos, professores e pesquisadores para relembrar a trajetória do ensino da infectologia no país e discutir seus rumos para o futuro.

Na abertura, o professor Mariano Zalis, atual chefe do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ, apresentou um panorama dos cem anos de atuação do setor, destacando seu papel na formação médica e na resposta a desafios recentes, como a pandemia de COVID-19. “O departamento cresceu em estrutura e missão. Nosso desafio é continuar formando profissionais capazes de lidar com doenças emergentes, sem perder o olhar humano e crítico”, afirmou.

Em seguida, a professora Simone Petraglia Kropf, da Casa de Oswaldo Cruz, revisitou a história da criação da cátedra de Medicina Tropical e o papel de Carlos Chagas na consolidação da área. Ela lembrou que o cientista enfrentou resistências à época, mas conseguiu mostrar a importância da pesquisa nacional sobre doenças tropicais. “Chagas soube unir ciência e compromisso público. Sua atuação como pesquisador e educador marcou a medicina brasileira”, destacou.

O acadêmico Celso Ferreira Ramos Filho também fez um resgate histórico dos professores que sucederam Chagas, como Moreira da Fonseca, Rodrigues da Silva e José Rodrigues Coura, ressaltando o legado de cada um. “Esses mestres ajudaram a consolidar o ensino e a pesquisa em doenças infecciosas no Brasil, sempre mantendo viva a tradição de excelência que começou com Chagas”, afirmou.

As palestras seguintes trataram da evolução do ensino de graduação e pós-graduação na área, com ênfase em metodologias ativas, novas tecnologias e internacionalização. O professor Luiz Antônio Alves de Lima defendeu o uso de abordagens mais participativas no ensino médico, enquanto a professora Cristina Hofer destacou o papel da pós-graduação na formação de novos pesquisadores. “A inovação tecnológica é bem-vinda, mas o essencial é preservar a sensibilidade e o compromisso ético que sempre marcaram essa área”, pontuou.

Durante o encontro, o professor Mariano Sales entregou à presidente da ANM, acadêmica Eliete Bouskela, um presente que passará a integrar o acervo do Centro de Memória Médica da instituição. Também foi apresentada a proposta de criação de um selo comemorativo dos Correios em alusão ao bicentenário da Academia.

Encerrando a sessão, Eliete Bouskela destacou a importância do evento e da preservação da história médica nacional. “Celebrar esse centenário é reafirmar o papel da medicina como instrumento de transformação social. A trajetória do ensino de doenças infecciosas no Brasil mostra que ciência e humanidade caminham juntas, e esse continuará sendo o nosso norte”, disse a presidente.

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