ANM entra no combate à dengue no Rio

30/04/2013

O Secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, esteve na Academia Nacional de Medicina na sessão do dia 25/04/2013 e pediu auxílio técnico-científico dos acadêmicos para ajudar a combater a epidemia de dengue que todos os anos assola a cidade do Rio de Janeiro.

Durante visita à ANM, Dohmann citou alguns dos problemas enfrentados no combate à dengue na cidade do Rio de Janeiro, como o abandono do cargo público pelos agentes de vigilância sanitária, o que fez necessário a realização de um novo concurso para completar as vagas disponíveis. Além disso, a pouca possibilidade de ação em domicílios privados: “Temos negociado com o Ministério Público, que tem interesse em resolver a situação, mas não há nada na constituição que dê direito ao poder público de entrar em imóveis suspeitos de dengue, a não ser por mandado judicial.”

Por outro lado, o secretário afirmou que tem buscado conversar com autoridades de diversas cidades no mundo que lidam com o mesmo problema e que ainda não foi capaz de achar nenhum caso de sucesso. “Havia uma esperança muito grande com relação à Singapura, onde há punições gravíssimas para as residências reincidentes em focos, com multas altíssimas, até mesmo com privação de liberdade. Mas, ainda assim, há dois anos, eles voltaram a viver uma epidemia de dengue, dentro do ciclo normal da doença”.

“Se hoje me perguntassem o que gostaria de fazer, mas não tenho recursos (o que normalmente é nosso cenário), não saberia responder. Confesso a vocês que não achamos, nessa quantidade enorme de interlocuções que fazemos, nenhuma instituição, pessoa, especialista, país, Ministério ou Secretaria que pudesse, de fato, me dar a receita para a erradicação da dengue numa cidade complexa como o Rio de Janeiro”, afirmou o secretário. “Portanto, aceito o auxilio da Academia Nacional de Medicina, que congrega certamente o que há de melhor em conhecimento técnico na área. Ficaríamos muito satisfeitos se fôssemos adiante num grupo de sessões de trabalho técnico-científico, para ver o que mais a gente pode fazer para avançar no combate à doença. A Secretaria está totalmente aberta à interação. No que a ANM puder nos ajudar, ficaremos absolutamente gratos”.

Dohmann foi convidado pelo acadêmico Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, cujo pai faleceu de dengue no sábado, dia 20 de abril. “Esta é uma situação amoral. Estamos em pleno século XXI, numa cidade prestes a receber uma olimpíada, com 35 mil casos de dengue e seis mortes – subiu para seis por causa do meu pai”, disse Daniel-Ribeiro. “Encaminho uma proposta de que a ANM componha uma comissão com os acadêmicos José Rodrigues Coura, Mário Barreto Correa-Lima e Celso Ramos Filho, para elaborar um documento solicitando informações à Secretaria e ao Ministério de Saúde e propor uma sessão científica que nos explicite os obstáculos para que possamos ajudar a superá-los”.

Para melhorar sua experiência de navegação, utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes. Ao continuar, você concorda com a nossa política de privacidade.