Atualização em Câncer de Mama

A Academia Nacional de Medicina convida a participar de Simpósio a ser realizado no Web Hall da Academia Nacional de Medicina, na plataforma ZOOM Meetings.

https://acknetworks.zoom.us/my/anmbr

 
 

Coordenadores:
Acadêmicos Maurício Magalhães Costa e Paulo Hoff


 
     
  PROGRAMAÇÃO  
     
 
14h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
14h10

Importância da educação comunitária em Saúde
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
14h15

Prevenção primária e rastreio do câncer de mama
Prof. Luiz Henrique GebrimHospital Pérola Byington – SP

   
   
14h35

Genética e câncer de mama?
Profa. Maria Isabel AchatzHospital Sírio e Libanês – SP

   
   
14h55

Como conciliar segurança e estética no tratamento cirúrgico
Prof. Vilmar MarquesSanta Casa SP e Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia

   
   
15h15

Biologia molecular e alvos terapêuticos
Profa. Filomena Carvalho-Professora Associada – USP

   
   
15h35

Terapia com drogas alvo. A cura é possível?
Prof. Gilberto AmorimOnco D’Or, RJ

   
   
15h55

A importância dos grupos de pacientes
Sra. Luciana HoltzInstituto Oncoguia, SP

   
   
16h15

Debate
Coordenação: Acad. Rubens Belfort Jr.
Acad. José Carlos do Valle
Jornalista Ana Lucia Azevedo – O Globo RJ
Jornalista Natalia Cuminalle – SP

   
   
17h Discussão
   
   
17h30 Intervalo
   

Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina
XXX – Ano Acadêmico 191

   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h10

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Ricardo Cruz

   
   
18h15 Comunicações dos Acadêmicos
   
   
18h30

Desafios na Jornada de pacientes com câncer de mama no Brasil
Prof. Carlos Henrique BarriosHospital PUC-RS e Oncoclínicas

   
   
18h45

Breast Health Global Initiative
Prof. Ben Anderson – World Health Organization

   
   
19h

Debatedores
Acadêmicos Paulo Hoff e Maurício Magalhães Costa

   
   
19h15 Discussão com a Bancada Acadêmica
   
   
20h Encerramento
 
 
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CÂNCER DE MAMA: DA PREVENÇÃO AO PAPEL DA MÍDIA

Rastreio e prevenção primária, genética, biologia molecular, drogas alvo, segurança e estética no tratamento cirúrgico, a importância dos grupos de pacientes e o papel da imprensa foram os temas que estiveram na pauta do simpósio online “Atualização em câncer de mama”, promovido pela Academia Nacional de Medicina, no dia 8 de outubro de 2020.

“É importante prestigiar as questões sobre prevenção, diagnóstico e tratamento e as fontes de comunicação necessárias para instruir e educar”, declarou na abertura do encontro, o presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Rubens Belfort Jr. O simpósio teve a coordenação dos acadêmicos Maurício Magalhães Costa e Paulo Hoff.

“Combater o sedentarismo, com a prática de atividade física regular; optar por uma alimentação saudável para o controle da obesidade; consumir com moderação bebidas alcoólicas e tentar diminuir a defasagem entre o rastreio, diagnóstico e o tratamento são medidas importantes de prevenção primária para combater o câncer de mama”, explicou o médico Luiz Henrique Gebrim, do Hospital Pérola Byington de São Paulo.

A Síndrome Li-Fraumeni – uma predisposição rara em mulheres jovens para desenvolver algum tipo de câncer – foi abordada pela professora Maria Isabel Achatz, do Hospital Sírio e Libanês (SP). Segundo a pesquisadora, cerca de 50% das portadoras dessa síndrome têm chances de desenvolver tumores antes dos 40 anos de idade, o que significa 1% da população mundial. Já 90% desse grupo devem desenvolver câncer até 60 anos. A professora explicou ainda que 47% das portadoras dessa síndrome que praticam aleitamento materno, por pelo menos sete meses, não desenvolvem a doença.

A oncoplastia também esteve no centro das discussões. O médico Vilmar Marques, da Santa Casa de São Paulo e Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia ressaltou a preocupação que o cirurgião atualmente deve ter com o domínio de várias técnicas cirúrgicas para entregar a paciente um bom resultado estético também. “As mutilações e deformidades da mama após a retirada do tumor nas cirurgias convencionais hoje podem ser evitadas através de várias técnicas.”

“Como conseguimos diminuir o abismo entre o SUS e a saúde suplementar no tratamento do câncer? Como ampliar o acesso as terapêuticas com equidade? Não adianta termos drogas de altíssimo custo que o sistema público e as operadoras de saúde não possam absorver. A indústria farmacêutica também precisa colaborar, reduzindo custos de medicamentos, que muitas vezes vêm do mercado americano e essa conta não fecha. Na minha visão, temos que fazer mais parcerias público e privado para ampliar o acesso a novas drogas e terapêuticas para combater o câncer,” enfatizou o médico Gilberto Amorim, do Onco D’Or, do Rio de Janeiro, na palestra “terapia com drogas alvo. A cura é possível?”

Informação de qualidade é poder

A fundadora do Instituto Oncoguia, de São Paulo, Luciana Holtz, fez um breve relato sobre a atuação da ONG, que tem como principal objetivo oferecer informação de qualidade para pessoas com câncer. “O que realmente ajuda e faz diferença na vida de um paciente que está enfrentando um diagnóstico de câncer? A doença ainda é muito marcada de estigma e medo.”

Para Holtz, o cenário não é animador, segundo ela, a previsão é de 660 mil novos casos por ano. “Uma paciente com câncer de mama gasta muito tempo na fila do sistema para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento. E não é um caminho iluminado. É um percurso com muitas dúvidas e medo. Nosso desafio é minimizar a desigualdade e garantir que essa mulher não tenha dor física e emocional”.

A ONG tem vários canais de comunicação com a população e realiza atividades multidisciplinares, além de assessoria e aconselhamento jurídico aos portadores da doença.

“O desafio na cobertura jornalística do câncer é oferecer informação de qualidade e que as pessoas possam entender, lembrando de todos os problemas educacionais e de desigualdade do nosso país”, alertou a jornalista Ana Lúcia Azevedo, do jornal O Globo, durante os debate do simpósio. A repórter especial na área de saúde e ciência também destacou a importância de se comunicar bem a prevenção e os novos tratamentos, mas sem levantar falsas esperanças na população.

“O crescimento das redes sociais abriu canais importantes de comunicação com a sociedade mas, em contrapartida, tivemos um crescimento das fakes news. E, a área de saúde, em especial, é muito prejudicada com falsas notícias. A mídia precisa estar muito atenta e apurar com rigor, mas com isso, perdemos um tempo precioso para desmentir. Tempo que poderia ser investido para gerar mais e mais informação de qualidade”, desabafou a jornalista.

A jornalista Natalia Cuminale, diretora do portal Futuro da Saúde, foi outra convidada para debater o assunto. Cuminale falou sobre a importância da interlocução com médicos, ONGs, academias e entidades de classe da área de saúde para que o jornalista possa levar informação de qualidade para população, uma vez que a notícia impacta a vida das pessoas. Ela também tocou num ponto pouco discutido “precisamos falar sobre custos.

– No Brasil, as pessoas não sabem quanto custa um exame, uma internação. Ninguém fala sobre isso. O papel da imprensa também é de colocar os pingos nos ‘is’. Como vamos engajar a população sem explicar como os sistemas funcionam, tanto no SUS como na saúde suplementar. Precisamos abrir o leque e falar sobre custos”, finalizou.

Nos comentários finais, o presidente da ANM, Rubens Belfort Jr, destacou que “informação de qualidade e relevância social estão em consonância com o compromisso da Academia e, por isso, capitaneado pelo acadêmico Mauricio Magalhães, acabamos de criar o programa “ANM perto de você”. Lá, teremos um canal online permanente de comunicação com a sociedade”, finalizou.



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