Centenário de Rubens Maciel: grande dirigente da educação médica brasileira

05/08/2013

Na sessão do dia 2 de agosto de 2013, a Academia Nacional de Medicina comemorou o centenário do acadêmico gaúcho Rubens Mario Garcia Maciel. A homenagem foi feita por seu discípulo, o acadêmico Carlos Gottschall, que relembrou sua trajetória como cardiologista brilhante, administrador exemplar e, acima de tudo, como um grande professor. Alcançou importantes realizações na prática e educação médicas, especialmente com a criação da Enfermaria 29, da Santa Casa de Misericórdia do Rio Grande do Sul; e com sua atuação ativa na estruturação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Nascido em 4 de agosto de 1913, em Santana do Livramento, RS, só começou a frequentar a escola aos 11 anos. Porém, aos 19 ingressou na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, de onde se formou em 1937 como o primeiro aluno da turma e de onde mais tarde se tornou professor. Destacou-se como um excelente cardiologista e trouxe avanços tecnológicos ao RGS, como a eletrocardiografia. Em 1948, criou a famosa Enfermaria 29, da qual foi diretor e onde instituiu um pioneirismo em residência médica e em ensino de pós-graduação. “Foi a maior figura médica e professoral que conheci”, ressaltou Gottschall. “Integrou a pedagogia ao ensino médico, acabando com o ‘olho clínico’”. Assim, formou um grande contingente de proeminentes médicos provenientes de todo o país.

Na década de 50, assumiu cargo como assessor da Capes, para dirigir o então Programa Universitário. Com atuação ativa, revitalizou os centros universitários nacionais. Neste momento, foi um dos signatários do Documento Sucupira, que em 1965 criou e normatizou a Pós-Graduação strictu sensu no Brasil – e que rege até hoje essas atividades, essenciais à produção científica do país. Mais tarde, assessorou a fundação do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde sugeriu que deveria ser regido como Empresa Pública de Direito Privado. Atualmente, a instituição é modelo reconhecido pelo Ministério da Saúde.

Além da forte atuação nacional, também teve papel de destaque internacionalmente, como presidente da Federação Pan-Americana das Faculdades e Escolas de Medicina (Fepafem) e reitor da Universidade Pan-Americana da Saúde. Em 1979, tomou posse na Cadeira nº 41 da Academia Nacional de Medicina e, 11 anos mais tarde, fundou Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina. Também foi fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade de Cardiologia do RS e do Instituto Sul-Rio-Grandense da História da Medicina (atual Fundação Gaúcha da História da Medicina). Rubens Maciel faleceu em 2004, aos 91 anos.

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