Erro Diagnóstico e Raciocínio Clínico são temas de conferência na ANM

02/08/2018

A segunda parte da Sessão de quinta-feira da Academia Nacional de Medicina, contou com as palestras “Erro Diagnóstico e Raciocínio Clínico” e “Ministério Público e uma Nova Visão de Política Pública”. Os Acadêmicos Pietro Novellino e José Galvão-Alves apresentaram os palestrantes convidados Evandro Tinoco e Eduardo Gussen.

O Professor Titular de Cardiologia da Universidade Federal Fluminense, Evandro Tinoco, apresentou um caso clínico de endocardite infecciosa para discorrer sobre “Erro Diagnóstico e Raciocínio Clínico”. O especialista demonstrou, por meio de dados e pesquisas acadêmicas, que um terço dos pacientes da doença irão morrer no primeiro ano do diagnóstico, e que este é realizado, na maioria das vezes, muito tarde. Segundo ele, o erro diagnóstico é uma das dez principais causas de morte nos Estados Unidos, citando o cirurgião americano Sherwin Nuland, “diagnosticar é a mais crítica das habilidades de um médico”.

De acordo com o cardiologista, o erro se relaciona a situações onde o diagnóstico correto foi perdido, feito tardiamente ou onde houve comunicação não apropriada com o paciente. Tinoco apontou os principais desafios do diagnóstico: as variáveis do paciente, como a doença se manifesta, como é percebida e como é descrita; variáveis do médico, conhecimento e experiência, habilidade de raciocínio clínico, trabalho em time e escuta empática; e complexidade do sistema, pressão para produção, serviços laboratoriais e cultura organizacional. Indicou também as principais causas de erro, entre eles, complexidade e incerteza médica, treinamento inadequado, sobrecarga de trabalho e falta de checagem por parte do médico.

Por fim, ressaltou a importância da participação dos pacientes, o emprego da tecnologia e inovação e o papel dos educadores e das sociedades médicas na transformação desse cenário. Afirmou ainda que erros assistenciais e de diagnóstico matam milhares de pacientes anualmente e devem ser tratados como um problema de segurança do paciente.

Em seguida, o Procurador Geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussen, realizou a palestra “Ministério Público e uma Nova Visão de Política Pública”. Em sua introdução, esclareceu o papel do Ministério Público na fiscalização de ordens jurídicas e guarda dos direitos sociais. O Procurador abordou a transição de um sistema reativo, demandista e de foco judicial, para um sistema preventivo, resolutivo e gestor de políticas públicas, dando destaque para a atuação multidisciplinar envolvendo saúde, educação, cidadania, entre outras áreas.

Em sua conclusão, explicou o conceito de governo aberto, embasado na eficiência, transparência, tecnologia, inovação, integridade e participação cidadã, empregados na administração pública moderna. Por fim, indicou a inteligência de dados como fator chave para investigações e solução de problemas, e apresentou o aplicativo móvel da ouvidoria MP, como um importante passo no auxílio da tecnologia ligada à mobilidade para o melhor atendimento da sociedade.

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