Hipertensão, estresse e uso de anabolizantes na disfunção erétil

22/11/2013

Estudar a composição e a organização das estruturas do pênis com foco em algumas das causas da disfunção erétil tem sido objeto de estudo do grupo do professor Diogo Benchimol de Souza, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A composição e organização do pênis estão intimamente relacionadas com a disfunção. Benchimol esteve na última sessão de recentes progressos da Academia Nacional de Medicina, no dia 14/11/2013, e falou de algumas pesquisas realizadas na Unidade Urogenital da Uerj.

O estresse associado à disfunção erétil foi um dos temas discutidos. Tido como a doença do século, o estresse sempre foi associado à disfunção erétil e para provar essa correlação o grupo de Benchimol utilizou então modelo de conteção, no qual ratos permanecem em ambiente fechado por duas horas, durante dois meses. Após esse período, foi analisada a testosterona sérica e feita análise comparativa do corpo cavernoso desses animais com ratos controle. Foi observada uma diminuição da testosterona em mais de 50% dos animais submetidos a esse modelo. Foi encontrada também uma diminuição das fibras musculares no corpo cavernoso peniano. Como conclusão do estudo, foi comprovado que o estresse crônico provoca mudanças estruturais no corpo cavernoso e, provavelmente, está envolvido na fisiopatologia da disfunção erétil.

O grupo ainda estudou a hipertensão arterial associada à disfunção erétil. Existem evidências que as lesões vaculares estejam envolvidas na disfunção erétil, mas especificamente com tecido cavernoso ainda não havia estudo descrito na literatura científica. A pesquisa da Uerj mostrou que o uso de medicamento adequado, no caso enalapril, pode contribuir para reverter o problema.

Numa outra diretriz, o grupo da Uerj também investiga o uso abusivo de anabolizantes e o efeito sobre a estrutura peniana. Esses esteróides são utilizados de forma abusiva por atletas ou por pessoas que desejam uma melhora na aparência física. Depois das análises, verificou-se que o uso de altas doses desses hormônios altera a estrutura do corpo cavernoso e que pode estar envolvido na disfunção erétil.

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