Impacto da Covid-19 no Ensino de Graduação em Medicina

     
  COORDENADORES  
     
 

Acad. Francisco José Barcellos Sampaio

   
   

Acad. Rui Monteiro de Barros Maciel

 
     
     
  PROGRAMAÇÃO  
     
 
15h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

Coordenadores
Acad.
Francisco Sampaio
Acad.
Rui Maciel

   
   
15h15

Impacto da Covid-19 no Ensino Médico
Prof. Naomar de Almeida Filho
Universidade Federal da Bahia (UFBA)

   
   
15h35

O ambiente educacional e a resposta à pandemia: a experiência da UFRGS
Profa. Cristina Neumann
Coordenadora do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

   
   
15h55

Discussão

   
   
16h10

Ensino remoto para o Curso Médico – Limites
Prof. Alexandre Holthausen Campos
Diretor de Graduação em Medicina, Ensino Einstein

   
   
16h30

Experiência da YDUQS Estácio de Sá
Eduardo Parente – CEO YDUQS
Dr. Silvio Pessanha – Diretor de Medicina da YDUQS

   
   
16h50

Plataformas focadas na experiência do Usuário no Ensino Remoto On-Line
Dr. Lucas Cottini
CEO Jaleko

   
   
17h10

Luiz Fernando B Grell de Moraes
Terceiranista da Escola Paulista de Medicina e
Presidente do IX Brazilian International Congress of Medical Students

   
   
17h20

Discussão

   
   
17h30

Intervalo

   
   
Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina
XX – Ano Acadêmico 191
   
   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h10

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Ricardo Cruz

   
   
18h15

Comunicações dos Acadêmicos

   
   
18h30

Estratégias de Ensino para o Curso Médico Pós-Pandemia
Prof. Milton de Arruda Martins
Professor Titular de Clínica Médica e Coordenador do Curso de Medicina da FMUSP

   
   
19h

Medical Education in Pandemic and Post-Pandemic Times
Nancy Hueppchen
MD Associate Dean of Undergraduate Medical Education The Johns Hopkins University School of Medicine

   
   
19h30

Discussão com a Bancada Acadêmica

   
   
20h

Encerramento

   
 

IMPACTOS DA COVID-19 NO ENSINO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

Impacto da Covid-19 no Ensino da Medicina

Quais são os impactos do ensino remoto para o curso de medicina? Há limites para a formação de médicos através de plataformas online? Quais os desafios e estratégias para cursos médico na pós-pandemia? Estes e outros assuntos foram debatidos em simpósio promovido, no dia 23 de julho de 2020, no Web Hall e pelo Facebook da Academia Nacional de Medicina.

Estima-se que seis milhões de estudantes brasileiros do ensino superior ficaram sem aulas durante a pandemia. Destes, 171 mil são alunos de medicina. Algumas instituições saíram na frente para suprir o vácuo acadêmico com o ensino remoto de emergência como é o caso das escolas de medicina da Universidade de São Paulo, da Unicamp, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ensino Einstein, entre outras.

Entre os debatedores desse simpósio, o professor visitante da USP e representante da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho. Segundo ele, a pandemia acelerou e nos obrigou a pensar na maneira como os alunos estão aprendendo no país. Além de expor deficiências e rupturas necessárias do ecossistema educacional brasileiro muito resistente à mudança; preso ao rigor de uma grade curricular, pedagogias passivas, com baixa inclusão tecnológica no ensino que apontam desigualdades e um racismo estrutural. 

“A pandemia trouxe, não só para a saúde em geral, mas também para a educação, um estímulo de trazer à tona a discussão das desigualdades que, de modo tão estrutural quanto o racismo, organiza a sociedade.”

Para ele o uso da tecnologia, se bem gerenciado por parte das instituições de ensino, torna-se um fator de inclusão e redução desigualdades. 

Ensino híbrido – Para alguns especialistas, o ensino híbrido pode ser um grande legado da pandemia à educação médica no país. Segundo a professora Cristina Neumann, coordenadora do curso de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a instituição tomou diversas iniciativas imediatas que equilibraram o ensino remoto e a prática do internato, propiciando a continuidade do calendário acadêmico com apoio integral dos alunos que demonstram satisfação com as aulas on-line, mas insatisfeitos com a ausência prática das disciplinas. 

O mesmo pensamento foi observado pelo discente da Escola Paulista de Medicina, Luiz Fernando de Moraes, que realizou uma pesquisa com diversos estudantes da área, mostrando que 50% avaliam como bom ou muito bom o ensino remoto que estão tendo, porém 80% disseram aprender mais com aulas presenciais. Entretanto, a maioria afirma recorrer às videoaulas como outro método de ensino. 

Com isso, o ensino híbrido – que mescla aulas remotas, educação à distância com atividades práticas – mostra-se uma grande perspectiva e deve ser mantido no pós-pandemia. A reboque, entram aspectos importantes a serem discutidos como metodologias ativas de aprendizagem, avaliações assíncronas, apoio a alunos e docentes para acesso remoto e uso das ferramentas digitais e a equidade no ensino.  

Cenário da pandemia – Em 72 horas, 10.500 respostas de alunos de 257 entidades médicas (75,4% de todas as escolas médicas do país) responderam a um questionário elaborado pela coordenação do Curso Medicina da Universidade de São Paulo para tentar entender o cenário imposto pela pandemia.

No levantamento, os respondentes opinaram sobre a participação dos estudantes no serviço à população; segurança e aptidão para atender pacientes covid-19; além de questões sobre o que aprendemos e quais as estratégias para o período da pós-pandemia.

Os resultados foram apresentados pelo professor da USP, Milton de Arruda Martins, na mesma sessão científica.

Arruda Martins refletiu sobre o que é essencial para a formação médica: Como podemos aprimorar a prática docente e o diálogo com os estudantes? Como incluir os estudantes com maior vulnerabilidade se 40% são cotista na USP? Segundo ele, a inclusão digital veio para ficar e impôs o enfrentamento do ensino não presencial para os cursos médicos.

Estratégias americanas – A professora Nancy Hueppchen, da Escola de Educação Médica da Johns Hopkins, falou para os acadêmicos e médicos que participaram da sessão que abordou a graduação medicina sobre as estratégias adotadas pela universidade americana para superar as limitações impostas pela pandemia pelo SARS-CoV-2.

Hueppchen ressaltou as lições que estamos aprendendo durante esse período, como acomodar os impactos provocados pelas mudanças e que precisamos planejar o ensino híbrido: presencial e à distância, sincrônica ou assincrônica. Além disso, comentou sobre o incrementando dos centros de simulação, os sistemas de telemedicina, a troca virtual de experiências clínicas e a participação de estudantes voluntários nesse processo, que tem sido multidisciplinar e interprofissional.

Atualmente, a Johns Hopkins adota as principais recomendações do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos com a disponibilidade de testes acurados e equipamentos de proteção individual até a aprovação de uma vacina eficaz contra o novo coronavírus. Mas Nancy questiona quando será seguro que estudantes voltem para os estágios rotatórios na clínica e outras atividades?

A convidada ainda abordou o trabalho de inúmeros voluntários que foram essenciais para que a faculdade não interrompesse suas atividades.

A sessão “Impactos da covid-19 no ensino de graduação em medicina” foi organizada pelos acadêmicos Francisco Sampaio, ex-presidente da ANM, e Rui Monteiro de Barros Maciel.



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