Memórias afetivas na “Sessão de Saudade”

07/11/2014

Um clima nostálgico, com resgate de memórias afetivas, marcou a “Sessão de Saudade”, promovida pela Academia Nacional de Medicina (ANM), na última quinta-feira, 06 de novembro, para homenagear os acadêmicos falecidos entre os anos de 2010 e 2014. Na abertura, o presidente da ANM, professor Pietro Novellino, explicou que a cerimônia estava sendo realizada para homenagear os acadêmicos falecidos no período em que a entidade estava em obras e, por conta disso, não puderam ser homenageados.

Em mesa presidida pelo professor Novellino e composta pelos acadêmicos Marcos Fernandes de Oliveira Moraes, José Carlos do Valle, José Galvão Alves, Omar Lupi da Rosa Santos e Antonio Egídio Nardi, a “Sessão de Saudade” teve a participação do coral da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que abriu a cerimônia com a ária “Contos de Hoffman, de Jacques Hoffembach.

O primeiro orador foi o acadêmico Daniel Goldberg Tabak, que homenageou o acadêmico Pedro Clóvis Junqueira, falecido em 2010. “Seu nome se confunde com a história da hemoterapia mundial”, disse. O acadêmico Glaciomar Machado, ao homenagear o acadêmico Luiz de Paula Castro, falecido em 2011, citou o apóstolo Paulo, pouco antes de sua morte: “Combati o bom combate, completei acorrida, guardei a fé”. O acadêmico Francisco Sampaio enfatizou o perfil humanista de seu homenageado, o acadêmico Affonso Berardineli Tarantino, falecido este ano. “Foi escritor compulsivo e grande frasista. Escreveu ‘Doenças Pulmonares’, já na sexta edição, que não me canso de ler”, disse.

Sobre o acadêmico Heleno Enéas Chaves Coutinho, falecido em 2011, a quem homenageou, disse o acadêmico Milton Ary Meier: “Foi um pioneiro ao introduzir no Brasil técnicas modernas de cirurgia vascular”. Ao homenagear a acadêmica Anadil Vieira Roseli, falecida em 2012, o acadêmico Carlos Alberto Basílio de Oliveira enfatizou que ela “honrou a medicina brasileira e viverá para sempre na nossa lembrança”. Na homenagem que fez ao acadêmico Levão Bogossian, falecido em 2012, o acadêmico Henrique Murad destacou a sua “combatividade, tanto nas causas ganhas como perdidas”.

Na homenagem que fez ao acadêmico Luiz César Póvoa, falecido em 2012, a acadêmica Mônica Roberto Gadelha lembrou “seu amor pelo Flamengo” e sua luta para que o Brasil fabricasse insulina, que acabou ocorrendo após a sua morte. O acadêmico Orlando Marques Vieira homenageou o acadêmico Salomão Kaiser, falecido em 2013: “por tudo o que fez, a nossa gratidão e saudade”. O acadêmico Karlos Celso de Mesquita homenageou o acadêmico Donato D’Ângelo, falecido este ano, segundo ele, “figura ímpar, das mais elevadas da ortopedia brasileira”.

O acadêmico Arno Von Buettner Ristow homenageou o acadêmico Antonio Luiz Medina lembrando que ele “teve importante carreira no serviço público”, sendo o primeiro cirurgião membro da Academia Nacional de Medicina. Ao homenagear o acadêmico Sérgio D’Avila Aginaga, falecido este ano, o acadêmico Ronaldo Damião lembrou que ele criou uma escola de urologia, não só para formar especialistas, mas também para darem aulas sobre a disciplina nas faculdades de Medicina. “Foi o grande ícone da urologia brasileira”.

Sobre seu homenageado, o acadêmico Helion Póvoa Filho, falecido este ano, o acadêmico Mário Barreto Correa Lima lamentou: “Sentimos que esta casa, que tantos prêmios lhe deu não tivesse outros ainda para conceder-lhe”.

A “Sessão de Saudade” foi encerrada com “Canção da América”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, em que se sobressai a máxima “Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito”.

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