Nem todo tremor é Parkinson

06/09/2013

“De cada quatro pacientes com Parkinson, um não possui a doença, toma remédio para o resto da vida sem necessidade e ainda sofre dos efeitos colaterais”, disse o médico Claudio Tinoco, Professor da Universidade Federal Fluminense, em sua conferência intitulada “A medicina nuclear nas síndromes Parksonianas”, na sessão científica da Academia Nacional de Medicina, no dia 05 de setembro de 2013.

Existem dois tipos de Parkinson: o de início jovem e o tardio. Entre os mais jovens acometidos pela doença, a perda é avassaladora, afirmou o médico que também atua no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro. Além disso, é importante ressaltar, embora muitos ainda acreditam o Parkinson ainda seja apenas uma doença. que existem outras moléstias que dão tremores e não são Parkinson, como Parkisonismo atípico, ou a doença induzida por drogas, ou ainda os tremores associados à demência.

Nesse sentido, Tinoco ressaltou a necessidade de se buscar o diagnóstico correto e precoce numa área que passou a ser conhecida, mais recentemente, como neuroprevenção.

Os exames de imagens mais modernos como o radiotraçador, explicou Tinoco, mostram a neurotransmissão. Hoje, a medicina conta com equipamentos de ponta que estudam vários aspectos do cérebro, incluindo as sinapses, os neurônios e a receptação da domapina que está ligada ao circuito da recompensa.

No Brasil, existe apenas um equipamento radiotraçador que verifica o transporte pré-sináptico e se o neurônio está integro ou não. O exame é um tipo de cintilografia cerebral. E através dele, se percebe que quanto maior os sintomas de Parkinson, menor a captação no cérebro pelo radiotraçador. “E neste caminho de diagnóstico, se consegue estabelecer o prognóstico do paciente”, explicou o conferencista. Este equipamento tem uma sensibilidade muito acurada para o diagnóstico do Parkinson.

Após os 40 anos de vida, há uma perda normal de 7% dos neurônios da substância negra, a cada década, disse. E na doença de Parkinson, por algum motivo, que ainda não está claro, a perda se acelera, explicou o palestrante.

Após a conferência, os acadêmicos Sérgio Novis e Gerson Canedo de Magalhães fizeram ponderações sobre sintomas, diagnóstico clínico, diagnóstico diferencial entre as síndromes Parkinsonianas, a importância de exames eficazes e precisos antes de um procedimento cirúrgico e tratamentos com ou não estimuladores cerebrais profundos.

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