Risco de Ebola no Brasil é baixo, mas Brasil deve prevenir

19/09/2014

A atual epidemia de Ebola na África já atinge 5.347 pessoas e há pelo menos 2.630 óbitos, segundo o infectologista Thiago Mamede, conferencista da última quinta, 18, na Academia Nacional de Medicina. A sessão foi presidida pelo acadêmico José Galvão Alves, em substituição ao presidente da ANM, Professor Pietro Novellino, que participava do XIV Congresso Internacional de Cirurgia Experimental – da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia (SOBRADPEC) e I Fórum de Pesquisa em Cirurgia Translacional – da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM. O acadêmico Omar Lupi da Rosa Santos foi o secretário-executivo.

Apresentado pelo acadêmico José Rodrigues Coura, o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz considerou remoto o risco de uma epidemia no Brasil, dado que a transmissão do vírus se dá apenas por meio de pessoa com sintomas da doença e, sendo assim, o controle pode ser feito por barreira de isolamento. Segundo o médico, não há tratamento especifico para o vírus e, apesar da perspectiva de a doença evoluir para a cura, o índice de óbitos é elevado. Outro fator apontado por ele para a baixa probabilidade de contágio no País é o fato de que o vírus, segundo os últimos estudos, já estaria se adaptando ao organismo humano, o que reduziria os índices de letalidade.

O infectologista Thiago Mamede explicou que o vírus Ebola vive nos morcegos frutíferos e é transmitido por suas fezes a outros animais que, por sua vez, em contato com humanos, transmitem a doença. Os primeiros sinais do vírus foram detectados em 1976, no Zaire (hoje Congo), aparecendo depois no Sudão, Uganda, Gabão e Republica Dominicana. A epidemia atual, a mais longa que já houve, atinge principalmente a Libéria, com 1.459 casos, mas há pessoas infectadas em Serra Leoa, Nigéria e Senegal (um caso de não residente).

Apesar do baixo risco de epidemia no Brasil, houve consenso entre os acadêmicos de que as autoridades de saúde brasileiras devem redobrar a atenção, principalmente nas fronteiras de entrada no País. O acadêmico José Carlos do Vale alertou para o risco de contágio por conta da entrada de africanos que estão chegando ao Acre, muitos senegaleses e da Costa do Marfim. “As autoridades não estão tomando providencias”, advertiu.

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