A Academia Nacional de Medicina realizou, nesta quinta-feira (24), uma sessão especial marcada pela emoção e por reflexões sobre a trajetória profissional de seus membros. Com o tema “Momentos que impactaram na minha vida profissional”, 16 acadêmicos compartilharam experiências pessoais que buscaram inspirar jovens médicos diante dos desafios da carreira.
Abrindo a sessão, o Acadêmico Rossano Fiorelli destacou a influência de seus mestres e sua vivência no Memorial Sloan Kettering, em Nova York. Em seguida, o Acadêmico José Osmar Medina relatou sua trajetória, da juventude como torneiro mecânico à liderança no Hospital do Rim, enfatizando empatia e perseverança.
Professor Walter Zin emocionou ao recordar uma aluna que agradeceu, anos depois, por sua escuta acolhedora; Já o Acadêmico Eduardo Lopes Pontes defendeu a humanização da medicina após vivenciar uma experiência fria na infância; e Doutor Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro relembrou um diagnóstico raro em Paris, exaltando o conhecimento em doenças tropicais.
O Acadêmico Jorge Rezende Filho contou como uma greve universitária o levou a acompanhar seu primeiro parto aos 18 anos. O último relato do primeiro bloco foi do Professor Jorge Kalil, que participou da aprovação de vacinas da Covid-19 nos EUA. Emocionado, lembrou o momento em que os dados positivos da Moderna foram divulgados: “Saí do meu escritório com lágrimas nos olhos. Falei para minha mulher: ‘Estamos salvos. Temos a vacina.’”
Após o intervalo, o Professor Carlos Eduardo Brandão abordou sua atuação no acidente radioativo de Goiânia e na epidemia de AIDS, e o Acadêmico Marcelo Morales falou sobre a criação da Rede Vírus e o desenvolvimento da vacina brasileira Spintek. Doutor Eduardo Benchimol Saad relatou o caso de parada cardíaca do irmão, reforçando a importância dos desfibriladores automáticos.
O Professor José Luiz Gomes do Amaral destacou a compaixão na medicina e sua atuação com grupos marginalizados. Outros acadêmicos abordaram temas como pesquisa científica, diversidade genética e a importância do aprendizado contínuo na ANM.
Encerrando, o organizador o simpósio, Acadêmico José Camargo, falou sobre o equilíbrio entre dever e emoção na prática médica, e o Professor Maurício Magalhães relembrou o gesto de Clementino Fraga, que sentava ao lado dos pacientes como símbolo de respeito.
A sessão terminou com manifestações emocionadas. A presidente e acadêmica Eliete Bouskela declarou: “Raramente chorei tanto em 21 anos de Academia.” O encontro reforçou a importância de atividades com esse formato para a formação ética e humana na medicina.