Augusto Renato Cuissart

Eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1832.

Médico Honorário da Imperial Câmara durante o Reinado de Dom Pedro II, nomeado em 3 de agosto de 1840.

O médico Leopoldo Gamard produziu uma memória almejando a vaga de membro titular à Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro (atual Academia Nacional de Medicina) sobre o magnetismo animal e seu uso em medicina, uma primeira tentativa de formalizar o uso desta controvertida psicoterapia. Como parte do processo para ingressar na instituição, foi solicitado ao Dr. Augusto Cuissart, membro da academia, para avaliar sua dissertação. O parecer foi na 18ª sessão da Sociedade, ocorrida no ano de 1832, e presidida por Francisco Freire Allemão de Cisneiros. O Dr. Augusto Renato Cuissart rejeitou mediante erudito julgamento a tese de Gamard alegando uma “audácia de charlatães”.

“…o magnetismo animal origina novos perigos a moral publica e para a segurança das famílias. Não se pode negar que o magnetismo não exerça grande influencia moral sobre o sonâmbulo. A vontade acha-se para assim dizer adormecida, e não eh apta para resistir as ordens de quem magnetizou. Não se poderão então conhecer o segredo das famílias, e penetrar nos seus interiores mais sagrados e delicados. D’estas relações tão intimas, d’estas impressões estranhas a par de agradáveis surge uma devoção completa e absoluta para o magnetizador. Facilmente vos imaginaes o que deve acontecer quando a doente eh moça e o magnetizador homem prendado.

Não se pode objectar que todos esses perigos vão desaparecer huma vez que os médicos pratiquem pessoalmente o magnetismo. Senhores, isto eh argumentar do impossível. A sciencia que cada dia estudamos não eh sciencia oculta e ninguem nesse recinto se quererá transformar em pelotiqueiro de praças. Eu concluo vetando na rejeição da memória de M. Gamard.” (Cuissart, 1832)

Após essa humilhante rejeição, não mais se ouviu falar no Dr. Gamard, que passaria a exercer o mesmerismo discretamente.

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 24

Membro: Titular

Secção: Medicina

Eleição: 31/03/1832

Posse: 31/03/1832

Sob a presidência: José Francisco Xavier Sigaud

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 24

Membro: Titular

Secção: Medicina

Eleição: 31/03/1832

Posse: 31/03/1832

Sob a presidência: José Francisco Xavier Sigaud

Eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1832.

Médico Honorário da Imperial Câmara durante o Reinado de Dom Pedro II, nomeado em 3 de agosto de 1840.

O médico Leopoldo Gamard produziu uma memória almejando a vaga de membro titular à Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro (atual Academia Nacional de Medicina) sobre o magnetismo animal e seu uso em medicina, uma primeira tentativa de formalizar o uso desta controvertida psicoterapia. Como parte do processo para ingressar na instituição, foi solicitado ao Dr. Augusto Cuissart, membro da academia, para avaliar sua dissertação. O parecer foi na 18ª sessão da Sociedade, ocorrida no ano de 1832, e presidida por Francisco Freire Allemão de Cisneiros. O Dr. Augusto Renato Cuissart rejeitou mediante erudito julgamento a tese de Gamard alegando uma “audácia de charlatães”.

“…o magnetismo animal origina novos perigos a moral publica e para a segurança das famílias. Não se pode negar que o magnetismo não exerça grande influencia moral sobre o sonâmbulo. A vontade acha-se para assim dizer adormecida, e não eh apta para resistir as ordens de quem magnetizou. Não se poderão então conhecer o segredo das famílias, e penetrar nos seus interiores mais sagrados e delicados. D’estas relações tão intimas, d’estas impressões estranhas a par de agradáveis surge uma devoção completa e absoluta para o magnetizador. Facilmente vos imaginaes o que deve acontecer quando a doente eh moça e o magnetizador homem prendado.

Não se pode objectar que todos esses perigos vão desaparecer huma vez que os médicos pratiquem pessoalmente o magnetismo. Senhores, isto eh argumentar do impossível. A sciencia que cada dia estudamos não eh sciencia oculta e ninguem nesse recinto se quererá transformar em pelotiqueiro de praças. Eu concluo vetando na rejeição da memória de M. Gamard.” (Cuissart, 1832)

Após essa humilhante rejeição, não mais se ouviu falar no Dr. Gamard, que passaria a exercer o mesmerismo discretamente.

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