Ensino médico é um dos temas de suma importância para a Academia Nacional de Medicina (ANM) e para as principais entidades médicas e de ensino do Brasil. Com o intuito de debater o momento atual e o futuro das faculdades de medicina no país, a ANM realizou, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), o simpósio Ensino Médico: Presente e Futuro, coordenado pelos Acadêmicos Raul Cutait e Alberto Schanaider. “Eu estou muito interessada neste simpósio porque esse é um dos objetivos maiores da nossa gestão, que é a discussão do nosso ensino médico”, afirmou a Presidente Acad. Eliete Bouskela ao abrir a Sessão Científica.
A Presidente foi a moderadora do primeiro módulo do Simpósio, que discutiu A Situação Atual com três palestras. A primeira delas foi feita pelo Prof. Mario Scheffer, sobre Oferta, Necessidades e Distribuição dos Médicos no Brasil, em que apresentou, principalmente, os efeitos da abertura de cursos de medicina, a concentração de médicos no país atualmente, a expectativa para os próximos 10 anos e as especializações.
O Acadêmico José Luiz Gomes do Amaral deu continuidade no módulo apresentando o tema A Lei dos Mais Médicos e Distribuição dos Médicos no Brasil, no qual ressaltou o início do Programa Mais Médicos, a distribuição desigual de profissionais e os problemas que ele acarretou nos últimos anos, além de mencionar a versão mais recente lançada pelo atual governo. A Professora Helena Sampaio finalizou esse bloco de palestras com o tema Critérios Atuais para Abertura das Faculdades de Medicina, em que dissecou os pontos importantes do edital que prevê a abertura de faculdades de medicina no país.
O segundo módulo da Sessão foi moderado pelo Professor César Eduardo Fernandes, Presidente da AMB, e discutiu a Formação Graduada. O Prof. Milton Arruda, do CFM, abordou a Construção de um Currículo de Graduação Visando o Médico do Futuro, em que destacou os maiores desafios dos cursos de medicina brasileiros atualmente, as diretrizes e as competências gerais do médico do futuro, usando os canadenses como exemplo. Ele ainda frisou a importância da formação pedagógica dos professores dos cursos de medicina.
O Professor Manuel Palacios, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, deu continuidade ao módulo com a apresentação Avaliação dos Alunos pelo ANASEM: Situação Atual, com uma linha do tempo para explicar a necessidade de uma avaliação nacional seriada para os estudantes de medicina, os indicadores para a abertura dos cursos com base no ENADE, e citou as possíveis inovações para as provas e o Revalida. Em seguida, o Professor Gustavo Romão, da AMB apresentou o tema O Exame de Proficiência é o Caminho?, explicando os modelos de formação médica, focando na formação por competência, em que analisa a aquisição das competências, a segurança do paciente e o desempenho profissional após a residência. Por fim, ele responde a pergunta inicial afirmando que é necessário o Exame de Proficiência.
O Professor Julio Braga finalizou o segundo módulo de discussões com o tema Revalidação do Diploma de Formandos no Exterior: Como Conduzir?, abordando a avaliação dos egressos de medicina de faculdades internacionais, como é realizado a prova do revalida atualmente e seus critérios.
O módulo três de discussões foi apresentado na segunda parte do simpósio. Nele, foi debatido a Avaliação e a Acreditação, moderada pelo Acadêmico Raul Cutait. “Estamos todos vivendo um problema dramático. Que médicos estamos jogando no mercado? Que pode ser traduzido por: Como que a população vai pagar com a sua saúde pelo que está sendo lançado no mercado?”, questionou o Acadêmico antes de apresentar o Professor Donizetti Giamberino, do CFM, para a palestra Faculdades de Medicina.
Na apresentação, o Prof. Giamberino explicou que a acreditação é considerada a forma mais eficaz de aprimorar e garantir a qualidade dos cursos de medicina, para formar melhores médicos e melhorar a atenção à saúde da sociedade, e a visão do CFM sobre o assunto, defendendo as escolas médicas de qualidade.
Em seguida, o Acadêmico Alberto Schneider apresentou o tema Estabelecimentos Públicos para Ensino e Treinamento, em que discorreu sobre os requisitos para a abertura de estabelecimentos públicos,os diversos processos de avaliação para a abertura desses centros de treinamento e as diferenças entre as instituições privadas e públicas, ressaltando os cursos privados que abrem sem hospitais próprio e que o ensino público reduz as desigualdades.
Finalizando o Simpósio, a Acadêmica Mônica Gadelha foi a moderadora do tema Residência Médica, com a palestra do Professor Fernando Tallo, da AMB, Fronteira da Qualidade Fragilizada?, sobre as principais mudanças da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde nas políticas da residência médica.
Entre uma apresentação e outra, os moderadores, Acadêmicos e visitantes puderam fazer perguntas aos palestrantes, o que fomentou em uma discussão esclarecedora sobre o assunto e no compartilhamento de opiniões sobre o atual Ensino Médico do país. Para assistir o simpósio na íntegra, clique aqui e aqui.
