Cândido Barata Ribeiro

O Dr. Cândido Barata Ribeiro nasceu no dia 11 de março de 1843, em Salvador, no Estado da Bahia, filho de José Maria Cândido Ribeiro e de D. Veridiana Barata Ribeiro e neto do médico, político e jornalista Cipriano José Barata de Almeida, um dos heróis da Independência do Brasil.

Mudou-se com seus pais para o Rio de janeiro, em 1853, e matriculou-se no Mosteiro de São Bento, onde fez os cursos preparatórios. Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1867, defendendo tese intitulada “Das causas e tratamento da retenção da urina”. Em seu curso médico, foi interno de Clínica Médica e Cirúrgica e preparador do Gabinete Anatômico da Faculdade.

Depois de formado, passou a residir na cidade de Campinas, província de São Paulo, sendo nomeado Diretor do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital de Caridade da mesma cidade, onde clinicou e fundou a Escola Correia de Melo, para crianças pobres. Em decreto de 10 de janeiro de 1874, foi nomeado Comissário Vacinador da província de São Paulo.

Transferindo sua residência para a capital do Império, entrou em concurso destinado ao magistério da Faculdade de Medicina, sendo nomeado Lente Catedrático, em decreto de 25 de março de 1883. Foi, ainda, Professor na Cadeira de Clínica de Moléstia de Crianças e Médico da 22ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Desenvolveu estudos sobre o pé torto congênito, a tuberculose óssea e articular e as deformidades raquíticas com a utilização combinada, ou não, de aparelhos gessados.

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1897, apresentando Memória “Endireitamento forçado dos cifóticos”.

É Patrono da Cadeira 78 da Secção de Cirurgia.

Em sua vida política, o Dr. Barata Ribeiro foi Presidente da Intendência Municipal do Distrito Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado por Floriano Peixoto; Presidente do Conselho Municipal do Rio de Janeiro; Senador pelo Distrito Federal, sendo reconhecido a 25 de maio do ano seguinte e exercido o mandato até 1909; e ainda, Administrador da Prefeitura do mesmo Distrito.

Na história republicana brasileira, ao longo de 123 anos (1889 a 2023), o Senado rejeitou apenas cinco indicações presidenciais, negando aprovação a atos de nomeação para o cargo de ministro do STF.

Os vetos a Barata Ribeiro, Innocêncio Galvão de Queiroz, Ewerton Quadros, Antônio Sève Navarro e Demosthenes da Silveira Lobo se deram todos durante o governo Floriano Peixoto (1891 a 1894).

Entre os que amargaram a rejeição, Cândido Barata Ribeiro protagonizou um dos casos mais atípicos: ocupou o cargo por 10 meses (25/11/1893 – 24/09/1894) antes que a Comissão de Justiça e Legislação do Senado o considerasse desprovido de “notável saber jurídico” para exercer a função.

Com a instauração da República, foi o primeiro Prefeito do Distrito Federal, nomeado em 17 de dezembro de 1892 pelo Presidente Floriano Peixoto (1891-1894), embora, desde dezembro de 1891, já atuasse na prática como administrador da cidade, na condição de Presidente do Conselho de Intendentes Municipais. Em 26 de maio de 1893 foi vetado pelo Senado para o Supremo Tribunal Federal (STF) devido a problemas políticos relacionados às suas medidas disciplinadoras dos costumes e hábitos do comércio.

O fato mais marcante de sua gestão como prefeito talvez seja de 1893, quando decidiu fazer uma grande “operação de limpeza” demolindo estalagens anti-higiênicas e cortiços no centro do Rio de Janeiro. O maior deles, com cerca de 4 mil pessoas, chamava-se Cabeça-de-Porco, na atual Zona Portuário do Rio de Janeiro (que pode ter inspirado o romance “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo). Como este, havia quase 600 cortiços no centro da cidade, que abrigavam cerca de 25% da população carioca. Os despejados acabaram migrando para os morros próximos, inclusive o Morro da Favella (hoje Morro da Providência), dando origem à primeira favela brasileira (e à própria expressão “favela”).

É autor de vários trabalhos, tais como “Relatório médico sobre o hospital público da cidade de São Paulo durante a epidemia de Varíola” (1874), “Medidas sanitárias que devem ser aconselhadas para impedir o desenvolvimento e a propagação da febre amarela na cidade do Rio de janeiro” (1877), “Jurisprudência médica” (1888), “Anestesia pela injeção de cocaína no espaço subaracnoideano lombar” (1900), “Ressecção do apêndice ileocecal” (1901) e “Talha hipogástrica”.

Além disso, Barata Ribeiro foi conhecido como grande escritor literário, tendo escrito obras de drama como “O segredo do lar”, “O divórcio”, “A mucama”, “O soldado brasileiro”, “O anjo do lar”, “Mulheres que morrem”, bem como publicações mais acadêmicas, como “O crime de Campinas” e “Exposição de motivos sobre a suspensão do ato do Conselho Municipal acerca do concurso para escolas municipais”

Ele também ficou conhecido como um forte abolicionista, que subscreveu o Manifesto de 1878 a favor da libertação total dos escravos.

O Dr. Barata Ribeiro faleceu em 10 de fevereiro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade e foi sepultado no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Seu nome foi dado a uma das principais ruas de Copacabana pela Prefeitura do antigo Distrito Federal e ao Hospital Municipal Barata Ribeiro, referência em Ortopedia, Cirurgia Plástica e Odontologia para pacientes especiais do município do Rio de Janeiro localizados no bairro da Mangueira.

Acad. Francisco Sampaio

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 178

Cadeira: 78 Cândido Barata Ribeiro

Cadeira homenageado: 78

Membro: Titular

Secção: Cirurgia

Eleição: 18/11/1897

Posse: 25/11/1897

Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Saudado: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Falecimento: 10/02/1910

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 178

Cadeira: 78 Cândido Barata Ribeiro

Cadeira homenageado: 78

Membro: Titular

Secção: Cirurgia

Eleição: 18/11/1897

Posse: 25/11/1897

Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Saudado: Antonio José Pereira da Silva Araújo

Falecimento: 10/02/1910

O Dr. Cândido Barata Ribeiro nasceu no dia 11 de março de 1843, em Salvador, no Estado da Bahia, filho de José Maria Cândido Ribeiro e de D. Veridiana Barata Ribeiro e neto do médico, político e jornalista Cipriano José Barata de Almeida, um dos heróis da Independência do Brasil.

Mudou-se com seus pais para o Rio de janeiro, em 1853, e matriculou-se no Mosteiro de São Bento, onde fez os cursos preparatórios. Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1867, defendendo tese intitulada “Das causas e tratamento da retenção da urina”. Em seu curso médico, foi interno de Clínica Médica e Cirúrgica e preparador do Gabinete Anatômico da Faculdade.

Depois de formado, passou a residir na cidade de Campinas, província de São Paulo, sendo nomeado Diretor do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital de Caridade da mesma cidade, onde clinicou e fundou a Escola Correia de Melo, para crianças pobres. Em decreto de 10 de janeiro de 1874, foi nomeado Comissário Vacinador da província de São Paulo.

Transferindo sua residência para a capital do Império, entrou em concurso destinado ao magistério da Faculdade de Medicina, sendo nomeado Lente Catedrático, em decreto de 25 de março de 1883. Foi, ainda, Professor na Cadeira de Clínica de Moléstia de Crianças e Médico da 22ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Desenvolveu estudos sobre o pé torto congênito, a tuberculose óssea e articular e as deformidades raquíticas com a utilização combinada, ou não, de aparelhos gessados.

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1897, apresentando Memória “Endireitamento forçado dos cifóticos”.

É Patrono da Cadeira 78 da Secção de Cirurgia.

Em sua vida política, o Dr. Barata Ribeiro foi Presidente da Intendência Municipal do Distrito Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado por Floriano Peixoto; Presidente do Conselho Municipal do Rio de Janeiro; Senador pelo Distrito Federal, sendo reconhecido a 25 de maio do ano seguinte e exercido o mandato até 1909; e ainda, Administrador da Prefeitura do mesmo Distrito.

Na história republicana brasileira, ao longo de 123 anos (1889 a 2023), o Senado rejeitou apenas cinco indicações presidenciais, negando aprovação a atos de nomeação para o cargo de ministro do STF.

Os vetos a Barata Ribeiro, Innocêncio Galvão de Queiroz, Ewerton Quadros, Antônio Sève Navarro e Demosthenes da Silveira Lobo se deram todos durante o governo Floriano Peixoto (1891 a 1894).

Entre os que amargaram a rejeição, Cândido Barata Ribeiro protagonizou um dos casos mais atípicos: ocupou o cargo por 10 meses (25/11/1893 – 24/09/1894) antes que a Comissão de Justiça e Legislação do Senado o considerasse desprovido de “notável saber jurídico” para exercer a função.

Com a instauração da República, foi o primeiro Prefeito do Distrito Federal, nomeado em 17 de dezembro de 1892 pelo Presidente Floriano Peixoto (1891-1894), embora, desde dezembro de 1891, já atuasse na prática como administrador da cidade, na condição de Presidente do Conselho de Intendentes Municipais. Em 26 de maio de 1893 foi vetado pelo Senado para o Supremo Tribunal Federal (STF) devido a problemas políticos relacionados às suas medidas disciplinadoras dos costumes e hábitos do comércio.

O fato mais marcante de sua gestão como prefeito talvez seja de 1893, quando decidiu fazer uma grande “operação de limpeza” demolindo estalagens anti-higiênicas e cortiços no centro do Rio de Janeiro. O maior deles, com cerca de 4 mil pessoas, chamava-se Cabeça-de-Porco, na atual Zona Portuário do Rio de Janeiro (que pode ter inspirado o romance “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo). Como este, havia quase 600 cortiços no centro da cidade, que abrigavam cerca de 25% da população carioca. Os despejados acabaram migrando para os morros próximos, inclusive o Morro da Favella (hoje Morro da Providência), dando origem à primeira favela brasileira (e à própria expressão “favela”).

É autor de vários trabalhos, tais como “Relatório médico sobre o hospital público da cidade de São Paulo durante a epidemia de Varíola” (1874), “Medidas sanitárias que devem ser aconselhadas para impedir o desenvolvimento e a propagação da febre amarela na cidade do Rio de janeiro” (1877), “Jurisprudência médica” (1888), “Anestesia pela injeção de cocaína no espaço subaracnoideano lombar” (1900), “Ressecção do apêndice ileocecal” (1901) e “Talha hipogástrica”.

Além disso, Barata Ribeiro foi conhecido como grande escritor literário, tendo escrito obras de drama como “O segredo do lar”, “O divórcio”, “A mucama”, “O soldado brasileiro”, “O anjo do lar”, “Mulheres que morrem”, bem como publicações mais acadêmicas, como “O crime de Campinas” e “Exposição de motivos sobre a suspensão do ato do Conselho Municipal acerca do concurso para escolas municipais”

Ele também ficou conhecido como um forte abolicionista, que subscreveu o Manifesto de 1878 a favor da libertação total dos escravos.

O Dr. Barata Ribeiro faleceu em 10 de fevereiro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade e foi sepultado no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Seu nome foi dado a uma das principais ruas de Copacabana pela Prefeitura do antigo Distrito Federal e ao Hospital Municipal Barata Ribeiro, referência em Ortopedia, Cirurgia Plástica e Odontologia para pacientes especiais do município do Rio de Janeiro localizados no bairro da Mangueira.

Acad. Francisco Sampaio

Para melhorar sua experiência de navegação, utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes. Ao continuar, você concorda com a nossa política de privacidade.