Nascido José Octávio de Freitas, a 24 de fevereiro de 1871, em Teresina, Estado do Piauí, filho do desembargador José Manoel de Freitas e Dona Teresa Carolina da Silva Freitas. Foi seu primeiro professor o mestre Antônio, escravo da família.
Aos 9 anos transferiu-se para Recife com os pais e, em decorrência da nomeação do desembargador José Manoel de Freitas para Presidente do Maranhão em 1882, deixou o Recife, indo residir em São Luís, onde iniciou os estudos preparatórios no Colégio do Dr. Rosa, continuando depois no Colégio José Augusto Correia, famoso na capital maranhense. Ali também aprendeu arte gráfica no jornal “O País”, dirigido por Temístocles da Graça Aranha. Mais tarde, com a nomeação do pai para governar Pernambuco, retornou ao Recife, concluindo o curso básico no Colégio anexo à Faculdade de Direito do Recife.
Ingressou em seguida na Faculdade de Medicina da Bahia, colando grau na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 15 de janeiro de 1893, com 22 anos.
Espírito aberto às ideias renovadoras, aderiu aos movimentos abolicionista e republicano e, ainda como estudante, fundou com outros colegas o “Clube Republicano da Faculdade de Medicina”.
Foi interno das Clínicas Oftalmológica e Médica, dirigidas, respectivamente, pelos Professores Hilário de Gouveia e Francisco de Castro. Este último convidou-o para seu assistente, sendo que não aceitou, porque desejava voltar a Recife, onde realizou a grande obra que o imortalizou. Tentou inicialmente a clínica, mas a deixou para realizar viagens, embarcando em dezembro de 1893 para a Europa como médico da Mala Real Portuguesa, não tendo êxito, porque, ao chegar em Lisboa, a Companhia estava falida.
Regressou a Recife no começo do ano seguinte, sendo nomeado ajudante do Superintendente da Higiene Municipal e Adjunto da Clínica Médica do Hospital Pedro II, da qual chegou à chefia. Iniciou então estudos demográficos, sendo nomeado, em fins de 1895, demografista da Inspetoria Geral de Higiene. Publicou, logo depois, um boletim com os primeiros estudos sobre demografia sanitária.
Ainda no mesmo ano, começou a publicação do “Anuário de Estatística Demográfico-Sanitária da Cidade do Recife”, que se alongou sem interrupção até 1899, ano em que foi nomeado para Inspetor Geral de Higiene de Pernambuco.
Em Paris, frequentou o Instituto Pasteur, trabalhando sob a orientação dos eminentes Professores Marchoux, Metchnikoff, Laveran e Levaditi. Assistiu o Curso de Microbiologia do Prof. Roger e frequentou o Serviço dos Professores Widal e Chauffard.
Em 1909 sofreu uma dura fatalidade, quando seus dois filhos, Miguel e Octávio, nascidos em 1902 e 1903, respectivamente, morreram no mesmo dia, vítimas de febre amarela. Apesar do ocorrido, continuou trabalhando e produzindo mais do que nunca.
Entre suas atividades, fundou em 1900, a Liga Pernambucana Contra a Tuberculose; reorganizou a Sociedade de Medicina de Pernambuco, em 1902; instalou o primeiro Laboratório de Análise no Recife, em 1907; organizou o Primeiro Congresso Médico em Pernambuco, em 1909; fundou a Faculdade de Medicina do Recife, em 1920, o “Jornal de Medicina de Pernambuco”, em 1925 e o Instituto Pernambucano de História da Medicina, em 1926; construiu o Dispensário de Tuberculose, inaugurando-o em 1937; presidiu a Liga de Higiene Mental de Pernambuco (1946-1947); e foi um dos fundadores da Sociedade de Higiene de Pernambuco, em 1947.
Solicitou sua inclusão como Membro Correspondente na Academia Nacional de Medicina, em 1913, e foi eleito Membro Honorário, em 25 de outubro de 1934, tomando posse em 10 de junho de 1937. É o Patrono da Cadeira 55.
No plano cultural, deixou uma obra indispensável a todos os pesquisadores da Medicina Médico-Sanitária em Pernambuco, destacando-se: “Os nossos médicos e a nossa medicina”, “Problemas médicos”, “Meus doentes e meus clientes”, “Dietas e remédios”, “Higiene rural”, “Medicina e costumes do Recife antigo”, “Lições de Microbiologia”, “Os animais na história e na higiene”, “Doenças africanas no Brasil” e “Clima e mortalidade”.
Foi Professor de Microbiologia das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Medicina, sanitarista, administrador de saúde pública, escritor, jornalista, pesquisador e, certamente, o primeiro bacteriologista em Recife.
Faleceu no Recife, a 26 de janeiro de 1949.
Acad. Francisco Sampaio
Cadeira homenageado: 55
Eleição: 25/10/1934
Indicação: Antonio Austregésilo Rodrigues Lima
Classificação: Nacional
Falecimento: 26/01/1949
Cadeira homenageado: 55
Eleição: 25/10/1934
Indicação: Antonio Austregésilo Rodrigues Lima
Classificação: Nacional
Falecimento: 26/01/1949
Nascido José Octávio de Freitas, a 24 de fevereiro de 1871, em Teresina, Estado do Piauí, filho do desembargador José Manoel de Freitas e Dona Teresa Carolina da Silva Freitas. Foi seu primeiro professor o mestre Antônio, escravo da família.
Aos 9 anos transferiu-se para Recife com os pais e, em decorrência da nomeação do desembargador José Manoel de Freitas para Presidente do Maranhão em 1882, deixou o Recife, indo residir em São Luís, onde iniciou os estudos preparatórios no Colégio do Dr. Rosa, continuando depois no Colégio José Augusto Correia, famoso na capital maranhense. Ali também aprendeu arte gráfica no jornal “O País”, dirigido por Temístocles da Graça Aranha. Mais tarde, com a nomeação do pai para governar Pernambuco, retornou ao Recife, concluindo o curso básico no Colégio anexo à Faculdade de Direito do Recife.
Ingressou em seguida na Faculdade de Medicina da Bahia, colando grau na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 15 de janeiro de 1893, com 22 anos.
Espírito aberto às ideias renovadoras, aderiu aos movimentos abolicionista e republicano e, ainda como estudante, fundou com outros colegas o “Clube Republicano da Faculdade de Medicina”.
Foi interno das Clínicas Oftalmológica e Médica, dirigidas, respectivamente, pelos Professores Hilário de Gouveia e Francisco de Castro. Este último convidou-o para seu assistente, sendo que não aceitou, porque desejava voltar a Recife, onde realizou a grande obra que o imortalizou. Tentou inicialmente a clínica, mas a deixou para realizar viagens, embarcando em dezembro de 1893 para a Europa como médico da Mala Real Portuguesa, não tendo êxito, porque, ao chegar em Lisboa, a Companhia estava falida.
Regressou a Recife no começo do ano seguinte, sendo nomeado ajudante do Superintendente da Higiene Municipal e Adjunto da Clínica Médica do Hospital Pedro II, da qual chegou à chefia. Iniciou então estudos demográficos, sendo nomeado, em fins de 1895, demografista da Inspetoria Geral de Higiene. Publicou, logo depois, um boletim com os primeiros estudos sobre demografia sanitária.
Ainda no mesmo ano, começou a publicação do “Anuário de Estatística Demográfico-Sanitária da Cidade do Recife”, que se alongou sem interrupção até 1899, ano em que foi nomeado para Inspetor Geral de Higiene de Pernambuco.
Em Paris, frequentou o Instituto Pasteur, trabalhando sob a orientação dos eminentes Professores Marchoux, Metchnikoff, Laveran e Levaditi. Assistiu o Curso de Microbiologia do Prof. Roger e frequentou o Serviço dos Professores Widal e Chauffard.
Em 1909 sofreu uma dura fatalidade, quando seus dois filhos, Miguel e Octávio, nascidos em 1902 e 1903, respectivamente, morreram no mesmo dia, vítimas de febre amarela. Apesar do ocorrido, continuou trabalhando e produzindo mais do que nunca.
Entre suas atividades, fundou em 1900, a Liga Pernambucana Contra a Tuberculose; reorganizou a Sociedade de Medicina de Pernambuco, em 1902; instalou o primeiro Laboratório de Análise no Recife, em 1907; organizou o Primeiro Congresso Médico em Pernambuco, em 1909; fundou a Faculdade de Medicina do Recife, em 1920, o “Jornal de Medicina de Pernambuco”, em 1925 e o Instituto Pernambucano de História da Medicina, em 1926; construiu o Dispensário de Tuberculose, inaugurando-o em 1937; presidiu a Liga de Higiene Mental de Pernambuco (1946-1947); e foi um dos fundadores da Sociedade de Higiene de Pernambuco, em 1947.
Solicitou sua inclusão como Membro Correspondente na Academia Nacional de Medicina, em 1913, e foi eleito Membro Honorário, em 25 de outubro de 1934, tomando posse em 10 de junho de 1937. É o Patrono da Cadeira 55.
No plano cultural, deixou uma obra indispensável a todos os pesquisadores da Medicina Médico-Sanitária em Pernambuco, destacando-se: “Os nossos médicos e a nossa medicina”, “Problemas médicos”, “Meus doentes e meus clientes”, “Dietas e remédios”, “Higiene rural”, “Medicina e costumes do Recife antigo”, “Lições de Microbiologia”, “Os animais na história e na higiene”, “Doenças africanas no Brasil” e “Clima e mortalidade”.
Foi Professor de Microbiologia das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Medicina, sanitarista, administrador de saúde pública, escritor, jornalista, pesquisador e, certamente, o primeiro bacteriologista em Recife.
Faleceu no Recife, a 26 de janeiro de 1949.
Acad. Francisco Sampaio