Marie Josephine Mathilde Durocher

A Dra. Marie Josephine Mathilde Durocher nasceu em Paris em 1809. Veio para o Brasil aos 7 anos de idade, na leva de imigrantes que fugiam da volta dos Bourbons ao trono francês, depois da queda de Napoleão, acompanhada de sua mãe, a florista Anne Durocher, que se estabeleceu como comerciante de moda no Rio de Janeiro, na Rua dos Ourives, no centro comercial da cidade.

Com a morte de sua mãe, assumiu os negócios da família. Mas foi só após o assassinato do comerciante francês Pedro David, com quem vivia e com o qual tinha dois filhos, que resolveu abandonar os negócios que já vinham se deteriorando desde a morte de sua mãe e dedicar-se à profissão de parteira. Foi influenciada por duas outras mulheres parteiras: Madame Piplar e Madame Berghou, parteira da Santa Casa de Misericórdia.

Naturalizou-se brasileira. Matriculou-se no Curso de Partos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1833. Completou sua formação com aulas particulares de importantes médicos da corte e foi a primeira mulher a obter o título de parteira diplomada.

Madame Durocher, como ficou conhecida, adotou uma indumentária peculiar, criando um tipo masculinizado, vestindo-se de preto, com casaco masculino, gravata, cartola e uma saia. A própria Madame Durocher esclareceu, em uma publicação de 1871: “Como a primeira brasileira formada parteira, aos vinte e quatro anos, eu decidi que estava autorizada, ou melhor, obrigada a servir como um modelo para aqueles que viriam depois de mim. Eu usava um vestuário, que não só era mais confortável, mas que também foi digno e característico daquilo que deveria ser uma parteira. Eu determinava que o meu exterior deveria inspirar uma moral aos meus pacientes do sexo feminino, dando-lhes confiança e distinguindo a parteira das mulheres comuns, e eu não estava enganada”. Certamente, a indumentária também facilitava o seu trabalho quando tinha que sair a noite para socorrer parturientes, numa época que as poucas mulheres que se aventuravam a sair à noite sozinha eram tomadas por prostitutas.

Madame Duroucher atendia a todas as mulheres sem distinção de escravas a membros da nobreza. Em 1866, foi nomeada parteira da Casa Imperial. Atendeu a Imperatriz Tereza Cristina no parto da Princesa Leopoldina, filha de D. Pedro II. Dominava as técnicas de obstetrícia mais usadas em sua época, cuidava de recém-nascidos, indicava amas-de-leite, tratava de febre amarela, cólera e dava pareceres sobre defloramento. Teve papel importante nas políticas de saúde pública, aprovando e/ou condenando medicamentos. Publicou vários artigos relacionados a obstetrícia na revista da Academia Imperial de Medicina, na qual se destaca “Considerações sobre a clínica obstétrica”, o mais completo estudo sobre a prática obstétrica no Brasil no século XIX. Em sessenta anos de profissão realizou mais de 5 mil partos.

Em 1871, a parteira Madame Durocher foi a primeira mulher convidada a ingressar na Academia Imperial de Medicina.

Faleceu no dia 25 de dezembro de 1893, no Rio de Janeiro.

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 111

Cadeira: 63 Vicente Cândido Figueira de Saboia (Visconde de Saboia)

Membro: Titular

Secção: Cirurgia

Eleição: 17/04/1871

Posse: 08/05/1871

Sob a presidência: José Pereira Rego (Barão do Lavradio)

Falecimento: 25/12/1893

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 111

Cadeira: 63 Vicente Cândido Figueira de Saboia (Visconde de Saboia)

Membro: Titular

Secção: Cirurgia

Eleição: 17/04/1871

Posse: 08/05/1871

Sob a presidência: José Pereira Rego (Barão do Lavradio)

Falecimento: 25/12/1893

A Dra. Marie Josephine Mathilde Durocher nasceu em Paris em 1809. Veio para o Brasil aos 7 anos de idade, na leva de imigrantes que fugiam da volta dos Bourbons ao trono francês, depois da queda de Napoleão, acompanhada de sua mãe, a florista Anne Durocher, que se estabeleceu como comerciante de moda no Rio de Janeiro, na Rua dos Ourives, no centro comercial da cidade.

Com a morte de sua mãe, assumiu os negócios da família. Mas foi só após o assassinato do comerciante francês Pedro David, com quem vivia e com o qual tinha dois filhos, que resolveu abandonar os negócios que já vinham se deteriorando desde a morte de sua mãe e dedicar-se à profissão de parteira. Foi influenciada por duas outras mulheres parteiras: Madame Piplar e Madame Berghou, parteira da Santa Casa de Misericórdia.

Naturalizou-se brasileira. Matriculou-se no Curso de Partos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1833. Completou sua formação com aulas particulares de importantes médicos da corte e foi a primeira mulher a obter o título de parteira diplomada.

Madame Durocher, como ficou conhecida, adotou uma indumentária peculiar, criando um tipo masculinizado, vestindo-se de preto, com casaco masculino, gravata, cartola e uma saia. A própria Madame Durocher esclareceu, em uma publicação de 1871: “Como a primeira brasileira formada parteira, aos vinte e quatro anos, eu decidi que estava autorizada, ou melhor, obrigada a servir como um modelo para aqueles que viriam depois de mim. Eu usava um vestuário, que não só era mais confortável, mas que também foi digno e característico daquilo que deveria ser uma parteira. Eu determinava que o meu exterior deveria inspirar uma moral aos meus pacientes do sexo feminino, dando-lhes confiança e distinguindo a parteira das mulheres comuns, e eu não estava enganada”. Certamente, a indumentária também facilitava o seu trabalho quando tinha que sair a noite para socorrer parturientes, numa época que as poucas mulheres que se aventuravam a sair à noite sozinha eram tomadas por prostitutas.

Madame Duroucher atendia a todas as mulheres sem distinção de escravas a membros da nobreza. Em 1866, foi nomeada parteira da Casa Imperial. Atendeu a Imperatriz Tereza Cristina no parto da Princesa Leopoldina, filha de D. Pedro II. Dominava as técnicas de obstetrícia mais usadas em sua época, cuidava de recém-nascidos, indicava amas-de-leite, tratava de febre amarela, cólera e dava pareceres sobre defloramento. Teve papel importante nas políticas de saúde pública, aprovando e/ou condenando medicamentos. Publicou vários artigos relacionados a obstetrícia na revista da Academia Imperial de Medicina, na qual se destaca “Considerações sobre a clínica obstétrica”, o mais completo estudo sobre a prática obstétrica no Brasil no século XIX. Em sessenta anos de profissão realizou mais de 5 mil partos.

Em 1871, a parteira Madame Durocher foi a primeira mulher convidada a ingressar na Academia Imperial de Medicina.

Faleceu no dia 25 de dezembro de 1893, no Rio de Janeiro.

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