Morte súbita

22/10/2013

Jogadores em campo. A bola corre e tudo parece normal quando, inesperadamente, um atleta desfalece em plena partida. Infelizmente, esta triste cena é comum nos esportes e apenas cerca de 10% conseguem chegar ainda com vida ao hospital. O Dr. Paulo Roberto Benchimol Barbosa, cardiologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, apresentou uma palestra sobre as causas, prevenções e tratamentos da morte súbita cardíaca, na sessão de 17 de outubro.

Esta é uma síndrome definida por colapso súbito que, em 95% dos casos, é iniciado por uma arritmia. A maioria dos indivíduos fica inconsciente dentro de segundos após o início do evento causador, como consequência da redução do fluxo de sangue no cérebro. Não está restrita aos atletas, acometendo cerca de 220 mil pessoas por ano no Brasil, principalmente homens. A incidência aumenta com o avanço da idade, no entanto, quando acomete indivíduos jovens, estes geralmente têm alguma insuficiência cardíaca prévia que não foi diagnosticada, como: miocardite, hipertrofia miocárdica, displasia arritmogênica do ventrículo direito, doença coronária assintomática e cardiopatias congênitas.

A causa mais comum em jovens e atletas é a cardiomiopatia hipertrófica, de herança genética. Se detectada a tempo, o ataque pode ser prevenido com o implante de um desfibrilador diretamente no coração. Em 2008, o jogador de futebol belga Anthony Van Loo teve a doença diagnosticada e o desfibrilador implantado salvou sua vida, revertendo imediatamente uma arritmia cardíaca que ocorreu em pleno jogo. No YouTube pode ser visto o vídeo com o jogador desfalecendo e, em seguida, se recuperando( https://www.youtube.com/watch?v=0NLMuyEn4HA). Além do desfibrilador, a doença também pode ser tratada com medicamentos e por cirurgia.

Um dos principais fatores de risco é a elevada incidência de ectopias ventriculares (alguns batimentos cardíacos fora de lugar), detectadas durante exame ergométrico de Holter. Em 80% dos casos, elas precedem uma arritmia ventricular mais sustentada. O Dr. Paulo Roberto Benchimol Barbosa fez um alerta de que, além do componente genético, alguns fatores externos podem gerar as arritmias, como: a diminuição de eletrólitos no sangue (especialmente magnésio e potássio), provocada por inúmeras condições, como ingestão inadequada, diarreia, vômitos, alcoolismo, uso de diurético, dentre outros distúrbios; além do uso de determinados medicamentos e de algumas drogas ilícitas, como a cocaína.

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