Olympio Olinto de Oliveira nasceu na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, em 5 de janeiro de1866, filho de João Olinto de Oliveira e de Matilde das Chagas Oliveira.
Graduou-se em 12 de janeiro de 1887 pela Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ), onde foi discípulo de Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo.
Assim que se formou, com 21 anos de idade, voltou a residir em Porto Alegre.
A 13 de setembro de 1892, junto com as mais importantes lideranças médicas da época, comandadas por Rodrigo Azambuja Villanova, funda a Sociedade de Medicina de Porto Alegre da qual foi o primeiro Secretário e, poucos anos após, seu Presidente. Esta Sociedade foi a primeira congregação formal das forças médicas do Rio Grande em defesa da medicina acadêmica e em contraposição ao regime de liberdade profissional que, por inspiração positivista, adotada pelo governo do Rio Grande, imperava no Estado.
Aparentemente, a Sociedade de Medicina funcionou como um núcleo condutor à fundação, em 1898, da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, com a participação de Olinto de Oliveira e de outros colegas, da qual foi seu Diretor de 1910 a 1913. Essa foi a terceira Faculdade de Medicina do país, visto que à época só havia as Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro.
Olympio Olinto de Oliveira lecionou química, biologia, anatomia, fisiologia, anatomia patológica, clínica médica, ortopedia pediátrica e clínica pediátrica. Na oportunidade criou o instituto Pasteur – para tratamento preventivo da raiva, que teve vida curta.
Dedicou-se com obstinação e pioneirismo à formação de pediatras e à implementação de políticas públicas de proteção da criança. Em 1890 fundou o dispensário de crianças da Santa Casa da Misericórdia onde clinicava no Serviço de Crianças. Como muitos médicos do século XIX, percebia sua prática profissional como uma arte, sujeita ao subjetivismo e à sensibilidade humana.
No Rio de Janeiro, participou com Antônio Fernandes Figueira da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1910.
Homem de cultura vasta e diversificada, ajudou a organizar a Academia Rio-Grandense de Letras (1901), onde chegou a ocupar a cadeira 26 (1944). Além disso, colaborou com a criação do Instituto Livre de Belas Artes, em Porto Alegre, que presidiu em 1918. Tinha, ainda, uma coluna no “Correio do Povo” de Porto Alegre, com o pseudônimo de Maurício Bohn.
Em 1918 transferiu-se para o Rio de Janeiro, dando início, junto com outros colegas de faculdade, entre os quais Fernandes Figueira, à intensa atividade em favor da criança, sobretudo no Hospital Artur Bernardes, hoje Instituto Fernandes Figueira, onde atendia crianças e formava pediatras.
No final dos anos 20, criou com Américo Augusto, o periódico “Arquivos de Pediatria”, que chegou a ter uma circulação mensal, tratando de temas relacionados com a clínica, a higiene infantil e a puericultura em geral. Sua visão sobre a importância da divulgação científica pediátrica pode ser bem identificada quando afirmou, em um dos Arquivos de Pediatria: “É tempo de se irem agrupando (os pediatras brasileiros) em torno do ideal comum, de se conhecerem e auxiliarem, e de constituírem a grande família da Pediatria Nacional. Que se congreguem as sociedades pediátricas, que se publiquem trabalhos, observações e contribuições, que se reúnam em sessões conjuntas os grupos vizinhos, até que tenhamos, enfim, o nosso Congresso Nacional da especialidade”.
Com a morte de Fernandes Figueira (1928), Olinto de Oliveira assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria. Na oportunidade, fez a reforma do estatuto da Sociedade e dinamizou o “Jornal de Pediatria” – órgão oficial da entidade.
A Era Vargas trouxe Olinto de Oliveira para a cúpula do poder público referente à assistência à criança. Foi Chefe da Inspetoria de Higiene Infantil e, em 1933, convocou e presidiu a “Conferência Nacional de Proteção e Assistência à Infância”, quando os pediatras e sanitaristas brasileiros presentes fizeram sugestões ao governo em relação à saúde infantil. No ano seguinte, esta inspetoria foi transformada na Diretoria de Proteção e Assistência à Infância.
Com o Estado Novo (1937 – 1945), as políticas públicas em favor da criança assumiram uma centralidade inédita na História do Brasil. Em 1940, Olinto de Oliveira criou e dirigiu o Departamento Nacional da Criança. Seu objetivo era normatizar nacionalmente o atendimento ao binômio mãe-filho e combater a mortalidade infantil. Projetou para este departamento representações nos diversos estados da federação, os Departamentos Estaduais da Criança. Além disso, organizou os Cursos de Puericultura e Administração, destinados à formação de puericultores nos serviços regionais, para que estes, ao retornarem aos estados de origem, assumissem coordenações ou chefias dos Postos de Puericultura. Este curso era ministrado no Hospital Artur Bernardes, atual Instituto Fernandes Figueira, que foi, nesta mesma época, remodelado por Olinto de Oliveira, vinculando-o ao próprio “Departamento Nacional da Criança”.
Sua produção científica reúne mais de cem artigos sobre pediatria, higiene e assistência à infância em periódicos científicos brasileiros, franceses e italianos, que traduzem sua interlocução internacional.
Foi Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina, onde é o Patrono da Cadeira Nº 45
Foi também membro da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade de Pediatria de Paris.
Foi casado com Maria Emília Pereira, com quem teve os filhos Ester, Carlos, Silvio, Jorge, Paulo, Mário e Décio. Seu filho, Mario Olinto de Oliveira, seguiu seus passos: foi pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.
A contribuição de Olympio Olinto de Oliveira à medicina brasileira fez com que seu nome fosse inscrito, em 1953, no Livro de Mérito dos Grandes Vultos Nacionais.
Olympio Olinto de Oliveira faleceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de maio de 1956.
Acad. Francisco Sampaio
Cadeira homenageado: 45
Eleição: 13/11/1902
Indicação: Nuno Ferreira de Andrade
Secção (patrono): Medicina
Classificação: Nacional
Falecimento: 29/05/1956
Cadeira homenageado: 45
Eleição: 13/11/1902
Indicação: Nuno Ferreira de Andrade
Secção (patrono): Medicina
Classificação: Nacional
Falecimento: 29/05/1956
Olympio Olinto de Oliveira nasceu na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, em 5 de janeiro de1866, filho de João Olinto de Oliveira e de Matilde das Chagas Oliveira.
Graduou-se em 12 de janeiro de 1887 pela Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ), onde foi discípulo de Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo.
Assim que se formou, com 21 anos de idade, voltou a residir em Porto Alegre.
A 13 de setembro de 1892, junto com as mais importantes lideranças médicas da época, comandadas por Rodrigo Azambuja Villanova, funda a Sociedade de Medicina de Porto Alegre da qual foi o primeiro Secretário e, poucos anos após, seu Presidente. Esta Sociedade foi a primeira congregação formal das forças médicas do Rio Grande em defesa da medicina acadêmica e em contraposição ao regime de liberdade profissional que, por inspiração positivista, adotada pelo governo do Rio Grande, imperava no Estado.
Aparentemente, a Sociedade de Medicina funcionou como um núcleo condutor à fundação, em 1898, da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, com a participação de Olinto de Oliveira e de outros colegas, da qual foi seu Diretor de 1910 a 1913. Essa foi a terceira Faculdade de Medicina do país, visto que à época só havia as Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro.
Olympio Olinto de Oliveira lecionou química, biologia, anatomia, fisiologia, anatomia patológica, clínica médica, ortopedia pediátrica e clínica pediátrica. Na oportunidade criou o instituto Pasteur – para tratamento preventivo da raiva, que teve vida curta.
Dedicou-se com obstinação e pioneirismo à formação de pediatras e à implementação de políticas públicas de proteção da criança. Em 1890 fundou o dispensário de crianças da Santa Casa da Misericórdia onde clinicava no Serviço de Crianças. Como muitos médicos do século XIX, percebia sua prática profissional como uma arte, sujeita ao subjetivismo e à sensibilidade humana.
No Rio de Janeiro, participou com Antônio Fernandes Figueira da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1910.
Homem de cultura vasta e diversificada, ajudou a organizar a Academia Rio-Grandense de Letras (1901), onde chegou a ocupar a cadeira 26 (1944). Além disso, colaborou com a criação do Instituto Livre de Belas Artes, em Porto Alegre, que presidiu em 1918. Tinha, ainda, uma coluna no “Correio do Povo” de Porto Alegre, com o pseudônimo de Maurício Bohn.
Em 1918 transferiu-se para o Rio de Janeiro, dando início, junto com outros colegas de faculdade, entre os quais Fernandes Figueira, à intensa atividade em favor da criança, sobretudo no Hospital Artur Bernardes, hoje Instituto Fernandes Figueira, onde atendia crianças e formava pediatras.
No final dos anos 20, criou com Américo Augusto, o periódico “Arquivos de Pediatria”, que chegou a ter uma circulação mensal, tratando de temas relacionados com a clínica, a higiene infantil e a puericultura em geral. Sua visão sobre a importância da divulgação científica pediátrica pode ser bem identificada quando afirmou, em um dos Arquivos de Pediatria: “É tempo de se irem agrupando (os pediatras brasileiros) em torno do ideal comum, de se conhecerem e auxiliarem, e de constituírem a grande família da Pediatria Nacional. Que se congreguem as sociedades pediátricas, que se publiquem trabalhos, observações e contribuições, que se reúnam em sessões conjuntas os grupos vizinhos, até que tenhamos, enfim, o nosso Congresso Nacional da especialidade”.
Com a morte de Fernandes Figueira (1928), Olinto de Oliveira assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Pediatria. Na oportunidade, fez a reforma do estatuto da Sociedade e dinamizou o “Jornal de Pediatria” – órgão oficial da entidade.
A Era Vargas trouxe Olinto de Oliveira para a cúpula do poder público referente à assistência à criança. Foi Chefe da Inspetoria de Higiene Infantil e, em 1933, convocou e presidiu a “Conferência Nacional de Proteção e Assistência à Infância”, quando os pediatras e sanitaristas brasileiros presentes fizeram sugestões ao governo em relação à saúde infantil. No ano seguinte, esta inspetoria foi transformada na Diretoria de Proteção e Assistência à Infância.
Com o Estado Novo (1937 – 1945), as políticas públicas em favor da criança assumiram uma centralidade inédita na História do Brasil. Em 1940, Olinto de Oliveira criou e dirigiu o Departamento Nacional da Criança. Seu objetivo era normatizar nacionalmente o atendimento ao binômio mãe-filho e combater a mortalidade infantil. Projetou para este departamento representações nos diversos estados da federação, os Departamentos Estaduais da Criança. Além disso, organizou os Cursos de Puericultura e Administração, destinados à formação de puericultores nos serviços regionais, para que estes, ao retornarem aos estados de origem, assumissem coordenações ou chefias dos Postos de Puericultura. Este curso era ministrado no Hospital Artur Bernardes, atual Instituto Fernandes Figueira, que foi, nesta mesma época, remodelado por Olinto de Oliveira, vinculando-o ao próprio “Departamento Nacional da Criança”.
Sua produção científica reúne mais de cem artigos sobre pediatria, higiene e assistência à infância em periódicos científicos brasileiros, franceses e italianos, que traduzem sua interlocução internacional.
Foi Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina, onde é o Patrono da Cadeira Nº 45
Foi também membro da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade de Pediatria de Paris.
Foi casado com Maria Emília Pereira, com quem teve os filhos Ester, Carlos, Silvio, Jorge, Paulo, Mário e Décio. Seu filho, Mario Olinto de Oliveira, seguiu seus passos: foi pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.
A contribuição de Olympio Olinto de Oliveira à medicina brasileira fez com que seu nome fosse inscrito, em 1953, no Livro de Mérito dos Grandes Vultos Nacionais.
Olympio Olinto de Oliveira faleceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de maio de 1956.
Acad. Francisco Sampaio