Manoel Dias de Abreu

O Dr. Manoel Dias de Abreu nasceu em São Paulo, em 4 de janeiro de 1891, filho do português Júlio Antunes de Abreu e da paulista Mercedes da Rocha Dias, foi um médico, cientista e inventor brasileiro.

Em 1914, conclui a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese intitulada “Natureza pobre”, determinado a dedicar-se ao estudo da Radiologia.

Pouco depois de formado, mudou-se com os pais e os irmãos para a Europa – Lisboa, depois Paris. Chefiou a Santa Casa de Paris e o Laboratório Central de Radiologia do Hôtel-Dieu. No Hospital Laennec, dedicou-se à radiologia pulmonar, estudando os significados das diferenças de tons e sombras. Publicou diversos livros em francês, abordando densimetria pulmonar e radiodiagnóstico.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1922, surpreendeu-se com a epidemia de tuberculose que castigava a cidade. Um dos problemas que logo notou era que as pessoas procuravam tratamento quando a doença já havia atingido a fase mais grave, em que o tratamento não era mais eficaz. Graças à sua insistência, foi criado o primeiro serviço carioca de radiologia dedicado à doença. Na época, chefiou o Departamento de Raios-X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose. A seriedade do quadro incentivou-o a intensificar os estudos sobre radiografia do tórax, mas sem resultados animadores.

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1928, apresentando Memória intitulada “Contribuição ao estudo radiológico do mediastino na criança”.

É o Patrono da Cadeira 84.

Foi o inventor da abreugrafia, que permite o diagnóstico precoce da tuberculose pulmonar e com o tempo passou a ser utilizada para a descoberta de lesões no coração, nos grandes vasos, e de tumores no pulmão.

Manoel de Abreu apresenta seu invento à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, em 1934. A técnica diferenciava da radiografia convencional. Era o resultado da impressão direta dos feixes de raios-X sobre o filme radiológico, após atravessarem o corpo. Na roentgenfotografia, o que se obtém é uma fotografia da imagem que aparece na radioscopia. O processo foi chamado de radiografia indireta do tórax.

Em 1939, o Congresso Brasileiro de Tuberculose torna oficial o nome “abreugrafia” que foi aprovado depois pela União Internacional contra a Tuberculose.

Manoel de Abreu se tornou um dos mais importantes nomes da medicina no Brasil e no mundo. Lecionou Radiologia em diversas instituições científicas no Brasil e no exterior. Foi cavaleiro da Legião de Honra na França e recebeu várias homenagens outorgadas por várias sociedades científicas, como Médico do Ano no Colégio Americano de Medicos do Tórax, do Colégio Interamericano de Radiologia do Peru e da Associação Argentina de Radiologia.

A abreugrafia foi solicitada como pré-requisito para ingresso em escolas, alistamentos e empregos diversos. Sendo muito alto o grau de radiação usado na abreugrafia, ao longo dos anos outras formas de radiografia foram surgindo. No dia 4 de janeiro é comemorado o Dia Nacional da Abreugrafia, instituído pelo Decreto nº 42.984, de 3 de janeiro de 1958.

Além da descoberta, Manoel de Abreu deixou vasta literatura científica, publicada no Brasil e no exterior, destacando-se: “Radiodiagnostic dans la tuberculose pleuro-pulmonaire” (1921), “Novos estudos da radiologia vascular” (1925), “Cálculo e tabela de correção da mensuração da aorta pela teleradiografia” (1926), “Radiogeometria do mediastino” (1928), “Novos rumos da profilaxia da tuberculose” (1937), “Nova técnica de tomografia transversal do tórax” (1941) e “Importância da abreugrafia no diagnóstico e profilaxia da tuberculose” (1960).

Manoel de Abreu foi o primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia e Eletrologia, em 1930, e a importância de sua obra levou à criação da Sociedade Brasileira de Abreugrafia, em 1957, e à publicação da “Revista Brasileira de Abreugrafia”.  Foi membro de diversas instituições acadêmicas e científicas no Brasil e no exterior.

Pelo seu invento foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1946, 1951 e 1953, embora nunca tenha sido laureado.

Reservou tempo ainda à poesia, publicando, entre outros, o livro “Substâncias”, ilustrado por Di Cavalcanti.

Manoel Dias de Abreu faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1962, de forma trágica e irônica para um pneumologista, de câncer de pulmão, provavelmente causado pelo fumo, hábito que mantinha desde longa data.

Acad. Francisco Sampaio

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 319

Cadeira: 90 Oswaldo Gonçalves Cruz

Cadeira homenageado: 84

Membro: Titular

Secção: Ciencias aplicadas à Medicina

Eleição: 13/09/1928

Posse: 23/09/1928

Sob a presidência: Miguel de Oliveira Couto

Secção (patrono): Ciencias aplicadas à Medicina

Falecimento: 30/01/1962

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 319

Cadeira: 90 Oswaldo Gonçalves Cruz

Cadeira homenageado: 84

Membro: Titular

Secção: Ciencias aplicadas à Medicina

Eleição: 13/09/1928

Posse: 23/09/1928

Sob a presidência: Miguel de Oliveira Couto

Secção (patrono): Ciencias aplicadas à Medicina

Falecimento: 30/01/1962

O Dr. Manoel Dias de Abreu nasceu em São Paulo, em 4 de janeiro de 1891, filho do português Júlio Antunes de Abreu e da paulista Mercedes da Rocha Dias, foi um médico, cientista e inventor brasileiro.

Em 1914, conclui a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese intitulada “Natureza pobre”, determinado a dedicar-se ao estudo da Radiologia.

Pouco depois de formado, mudou-se com os pais e os irmãos para a Europa – Lisboa, depois Paris. Chefiou a Santa Casa de Paris e o Laboratório Central de Radiologia do Hôtel-Dieu. No Hospital Laennec, dedicou-se à radiologia pulmonar, estudando os significados das diferenças de tons e sombras. Publicou diversos livros em francês, abordando densimetria pulmonar e radiodiagnóstico.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1922, surpreendeu-se com a epidemia de tuberculose que castigava a cidade. Um dos problemas que logo notou era que as pessoas procuravam tratamento quando a doença já havia atingido a fase mais grave, em que o tratamento não era mais eficaz. Graças à sua insistência, foi criado o primeiro serviço carioca de radiologia dedicado à doença. Na época, chefiou o Departamento de Raios-X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose. A seriedade do quadro incentivou-o a intensificar os estudos sobre radiografia do tórax, mas sem resultados animadores.

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1928, apresentando Memória intitulada “Contribuição ao estudo radiológico do mediastino na criança”.

É o Patrono da Cadeira 84.

Foi o inventor da abreugrafia, que permite o diagnóstico precoce da tuberculose pulmonar e com o tempo passou a ser utilizada para a descoberta de lesões no coração, nos grandes vasos, e de tumores no pulmão.

Manoel de Abreu apresenta seu invento à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, em 1934. A técnica diferenciava da radiografia convencional. Era o resultado da impressão direta dos feixes de raios-X sobre o filme radiológico, após atravessarem o corpo. Na roentgenfotografia, o que se obtém é uma fotografia da imagem que aparece na radioscopia. O processo foi chamado de radiografia indireta do tórax.

Em 1939, o Congresso Brasileiro de Tuberculose torna oficial o nome “abreugrafia” que foi aprovado depois pela União Internacional contra a Tuberculose.

Manoel de Abreu se tornou um dos mais importantes nomes da medicina no Brasil e no mundo. Lecionou Radiologia em diversas instituições científicas no Brasil e no exterior. Foi cavaleiro da Legião de Honra na França e recebeu várias homenagens outorgadas por várias sociedades científicas, como Médico do Ano no Colégio Americano de Medicos do Tórax, do Colégio Interamericano de Radiologia do Peru e da Associação Argentina de Radiologia.

A abreugrafia foi solicitada como pré-requisito para ingresso em escolas, alistamentos e empregos diversos. Sendo muito alto o grau de radiação usado na abreugrafia, ao longo dos anos outras formas de radiografia foram surgindo. No dia 4 de janeiro é comemorado o Dia Nacional da Abreugrafia, instituído pelo Decreto nº 42.984, de 3 de janeiro de 1958.

Além da descoberta, Manoel de Abreu deixou vasta literatura científica, publicada no Brasil e no exterior, destacando-se: “Radiodiagnostic dans la tuberculose pleuro-pulmonaire” (1921), “Novos estudos da radiologia vascular” (1925), “Cálculo e tabela de correção da mensuração da aorta pela teleradiografia” (1926), “Radiogeometria do mediastino” (1928), “Novos rumos da profilaxia da tuberculose” (1937), “Nova técnica de tomografia transversal do tórax” (1941) e “Importância da abreugrafia no diagnóstico e profilaxia da tuberculose” (1960).

Manoel de Abreu foi o primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia e Eletrologia, em 1930, e a importância de sua obra levou à criação da Sociedade Brasileira de Abreugrafia, em 1957, e à publicação da “Revista Brasileira de Abreugrafia”.  Foi membro de diversas instituições acadêmicas e científicas no Brasil e no exterior.

Pelo seu invento foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1946, 1951 e 1953, embora nunca tenha sido laureado.

Reservou tempo ainda à poesia, publicando, entre outros, o livro “Substâncias”, ilustrado por Di Cavalcanti.

Manoel Dias de Abreu faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1962, de forma trágica e irônica para um pneumologista, de câncer de pulmão, provavelmente causado pelo fumo, hábito que mantinha desde longa data.

Acad. Francisco Sampaio

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