A Academia Nacional de Medicina realizou, nesta quinta-feira (24), um importante encontro científico voltado à discussão de doenças que continuam a representar sérios desafios à saúde pública: as arboviroses e a malária. O evento foi dividido em duas sessões e reuniu especialistas de renome nacional e internacional, além de autoridades do setor, para debater avanços e estratégias de enfrentamento dessas enfermidades.
A primeira parte da programação foi dedicada ao Simpósio “Atualidades em Arboviroses”, sob a coordenação do Acadêmico Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro e da Professora Doutora Alda Maria da Cruz (Fiocruz/UERJ). O painel apresentou atualizações relevantes sobre dengue e Oropouche, com destaque para os desafios enfrentados em meio ao aumento de casos registrados em diferentes regiões do país.
Na sequência, ocorreu a Sessão em Celebração ao Dia Internacional da Luta Contra a Malária, organizada pelos Acadêmicos Cláudio Tadeu e Celso Ramos Filho. A solenidade contou com a fala de figuras-chave na formulação de políticas públicas em saúde, como o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o Diretor-Geral da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.
Em sua apresentação, o ministro Alexandre Padilha detacou os avanços no combate à malária no Brasil, como a incorporação da tafenoquina — novo medicamento de dose única indicado para o tratamento da infecção por Plasmodium vivax, já disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro também explanou sobre as ações do Ministério da Saúde para a eliminação da malária no país e falou sobre o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), recém-lançado, que será aplicado aos estudantes concluintes dos cursos de Medicina. “Teremos uma prova que avaliará o progresso desses alunos”, afirmou.
Já o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, abordou o tema “Perspectivas da Eliminação da Malária nas Américas no Cenário Político Internacional”, via on-line.
Em sua análise, ele ressaltou que a eliminação da malária nas Américas depende não apenas de ações técnicas, mas também de um compromisso político contínuo dos países. “A cooperação regional é essencial. Vários países da América Central já demonstraram que é possível alcançar a eliminação, e o Brasil tem um papel estratégico nesse cenário”, afirmou Barbosa.
Segundo Barbosa, uma das estratégias da OPAS tem sido tornar o tratamento da malária mais acessível às comunidades afetadas, eliminando barreiras existentes. “Isso é possível por meio da ampliação do uso de testes rápidos e da participação comunitária”, afirmou.
O evento foi marcado pela troca de conhecimentos científicos e pelo compromisso conjunto com a melhoria das ações de prevenção e controle dessas enfermidades, que ainda impactam milhões de pessoas em todo o mundo.