Alergia alimentar: 30% sofrem desse mal

03/05/2013

Você costuma ter problemas de digestão frequentes, ou episódios repetitivos de sinusite, rinite ou otite, doenças de pele como urticárias ou problemas no sistema nervoso central? A repetição de uma ou mais dessas doenças associadas a história familiar de alergia pode ser sinônimo de alergia alimentar. O pediatra e acadêmico Aderbal Sabrá falou sobre esse assunto na última sessão científica da Academia Nacional de Medicina, realizada no dia 02/05/2013.

Hoje, 30% dos pacientes que frequentam os consultórios médicos têm alergia alimentar. É uma cifra alarmante, disse Sabrá se comparada à década de 70, quando esse índice era bem menor: entre 2 a 8%.

Intolerância alimentar é uma das formas de alergia alimentar, mas a grande maioria das situações, e que interessam ao clínico, é a deficiência metabólica da lactase no trato disgestivo, o que leva a intolerância à lactose. “Não existe alergia à lactose e essa é uma confusão no mundo todo. O que existe é intolerância à lactose por falta enzimática da lactase.” Este fenômeno é muito frequente, Mais de 50% da população mundial não tem lactase”, disse Sabrá.

Entre os fatores de predisposição, ter um dos pais alérgicos aumenta o risco em 30%. Quando ambos os pais sofrem de alergia, a chance de ser um indivíduo alérgico sobe para 80%, mas para desencadear essa resposta do organism a um antígeno, existem outros componentes.

A amamentação inadequada, infecções pós-natais com uso abusivo de antibióticos, excesso de higiene na infância, alteração do processo de disgestão pela ingestão usual de anti-ácidos em recém nascidos são alguns desses fatores que contribuem para o desencadeamento da alergia alimentar e uma avalanche da resposta imunológica no indivíduo. A alergia alimentar é, em síntese, uma resposta a diversos alimentos mediada por uma reação imune, disse o acadêmico.

E como a mãe pode prevenir para que seu filho não desenvolva uma alergia ? Segundo o acadêmico Sabrá, é importante que, durante a gravidez, a mãe evite o leite de vaca e amendoim. Por outro lado, é importante a amamentação exclusiva até os oito meses e, na falta de leite materno, manipular fórmula hipo-alergênica de leite são outras dicas. E como ja mencionou, evitar excesso de higiene, infecções neonatais e o uso frequente de antibióticos e anti-ácidos na infância são itens fundamentais. “Hoje em dia, os médicos exageram ao dizer que as crianças têm refluxo e acabam passando anti-ácidos. Criança golfa mesmo”, disse Sabrá.

Para se controlar a alergia alimentar, algumas medidas são essenciais: fazer teste cutâneo para se identificar os alimentos que provocam alergia, o manejo dietético com a total retirada dos alimentos que desencadeiam os processos, pelo menos enquanto o corpo estiver reagindo contra esses alimentos; e, quando for o caso, o uso de medicamentos que podem ser corticosteroídes, anti-histamínicos, anti-serotonínicos e enzimas pancreáticas.

Segundo o acadêmico, esta é uma das maiores área de investigação em todo o mundo que visa a busca de marcadores de diagnóstico mais eficientes, tratamentos adequados e a compreensão de alguns mecanismos alérgicos ainda não esclarecidos.

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