Nascido a 4 de dezembro de 1862, em Vargem Grande, no Estado do Maranhão, entre os rios Munim e Itapicuru, em uma zona produtora de algodão, frutas e cereais e, por isto, onde o braço escravo negro era o instrumento de trabalho, filho de Francisco Delano Rodrigues e D. Luiza Rosa Nina Rodrigues.
Em 1882, com quase vinte anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, passando à Bahia depois, para voltar no 6º ano ao Rio, onde se formou em fevereiro de 1888. A tese de doutoramento de Nina Rodrigues tem o título “Das Amiotrofias e de Origem Periférica”.
Em 1889 publicou excelente monografia “Métissage, Dégénerescence et Crime”, apreciando a etnografia criminal e oferecendo-nos dados valiosos a respeito da Antropologia geral.
Quando ia se apagando a monarquia no Brasil, fez concurso para o lugar de Adjunto da 2ª Cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia e foi promovido no mesmo cargo. Com a Reforma Benjamin Constant, Nina Rodrigues foi nomeado Substituto da 5ª Seção (Higiene e Medicina Legal), passando a Catedrático de Medicina Legal em 1895.
Neste mesmo ano escreveu a célebre “Memória Histórica”, criticando, de forma avassaladora e irreverente, o sistema de ensino, sem poupar em sua análise os que o precederam na Cátedra. Foi obra de destruição e, por isso, repelida unanimemente pela Congregação. Travou a batalha pelo aprimoramento do ensino médico, pela criação de uma Escola de Medicina Legal e pelo estudo do negro trazido pela colonização portuguesa.
No primeiro lustro de sua vida, mostrou somente preocupações de clínico, não tendo nunca abandonado o nobre exercício da arte de curar, onde foi sacerdote pela dedicação e desprendimento e sábio pela cultura invulgar. Iniciou-se pela patologia tropical, mas logo a seguir voltou-se para outros temas nacionais, disposto a encará-los e a estudá-los. Estudou, observou e experimentou, no Brasil, coisas brasileiras: eis a sua originalidade.
O grande mérito de Nina Rodrigues não está somente na copiosa e frutífera bagagem científica que deixou, excedendo a de todos os mais fecundos cientistas brasileiros; é que, para enaltecer ainda mais os seus valores, aí está a escola médico-legal brasileira que é sua, toda sua, representada por Afrânio Peixoto e Oscar Freire.
Raimundo Nina Rodrigues, o grande mestre da Medicina Legal no Brasil, foi um dominador de vários ramos do saber humano, grande pesquisador, homem de ciência cujo trabalho pertinaz e orientado, o levou às alturas de criador e chefe de uma escola científica de projeção mundial.
Antropologista e etnólogo, o negro e o mestiço foram sempre motivos principais de suas perquirições. Realizou vários estudos sobre a psiquiatria forense no Brasil, publicando, entre outros, valioso trabalho sobre “O Alienado no Direito Civil Brasileiro”. Entre seus trabalhos, devem ser citados: “Os Mestiços Brasileiros” (1890), “As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil” (1894), “Epidemia de Loucura Religiosa no Brasil” (1898), dentre outros.
Com esses estudos e pesquisas, Nina Rodrigues emprestou à Medicina Legal brasileira feição própria, características de autenticidade, traços vivos, afinal, de indiscutível individualidade científica. Estava seu nome vinculado, assim, a um movimento de ideias de grande profundidade e extensão, consubstanciando na Escola Baiana de Medicina Legal.
Fundou, juntamente com o Dr. Juliano Moreira e outros médicos, a Sociedade de Medicina e Cirurgia da Bahia e de Medicina Legal. Foi redator da “Gazeta Médica da Bahia”, fundou e manteve a “Revista Médico-Legal” e colaborou com o periódico “Brasil Médico”, a “Revista Médica de São Paulo” e outras publicações estrangeiras.
Toda a fecunda atividade de Nina Rodrigues desenvolveu-se em menos de dois decênios de sua breve existência. Seu maior mérito foi o de não permitir que se anulassem dentro de si, ante as deficiências e dificuldades do meio, os favores e amplos recursos de uma vocação científica que se havia de afirmar exuberantemente no estudo de problemas então dos mais palpitantes da realidade brasileira.
Foi eleito Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina na Sessão do dia 13 de novembro de 1899, onde é o Patrono da Cadeira 59. Foi, ainda, sócio efetivo e vice-presidente, no Brasil, da Medico-Legal Society, de Nova York e membro estrangeiro da Société Médico-Psychologique, de Paris.
Viveu até as vésperas de completar 44 anos, vindo a falecer a 17 de julho de 1906, em Paris, França. Seu corpo foi sepultado a 10 de agosto de 1906, na Bahia.
O governo no Maranhão, seu estado natal, instituiu prêmio a ser concedido pela Academia em honra a seu nome. Na capital maranhense foi fundado, em março de 1941, o Hospital Nina Rodrigues e a localidade onde nasceu passou a se chamar, em 1962, município de Nina Rodrigues. Na Bahia, está imortalizado pelos homens do Instituto Nina Rodrigues, que foi dirigido pelo eminente Professor Estácio de Lima.
Cadeira homenageado: 59
Outorga: 13/11/1899
Diploma: 13/11/1899
Indicação: Antonio José Pereira da Silva Araújo
Secção (patrono): Medicina
Classificação: Nacional
Falecimento: 17/07/1906
Cadeira homenageado: 59
Outorga: 13/11/1899
Diploma: 13/11/1899
Indicação: Antonio José Pereira da Silva Araújo
Secção (patrono): Medicina
Classificação: Nacional
Falecimento: 17/07/1906
Nascido a 4 de dezembro de 1862, em Vargem Grande, no Estado do Maranhão, entre os rios Munim e Itapicuru, em uma zona produtora de algodão, frutas e cereais e, por isto, onde o braço escravo negro era o instrumento de trabalho, filho de Francisco Delano Rodrigues e D. Luiza Rosa Nina Rodrigues.
Em 1882, com quase vinte anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, passando à Bahia depois, para voltar no 6º ano ao Rio, onde se formou em fevereiro de 1888. A tese de doutoramento de Nina Rodrigues tem o título “Das Amiotrofias e de Origem Periférica”.
Em 1889 publicou excelente monografia “Métissage, Dégénerescence et Crime”, apreciando a etnografia criminal e oferecendo-nos dados valiosos a respeito da Antropologia geral.
Quando ia se apagando a monarquia no Brasil, fez concurso para o lugar de Adjunto da 2ª Cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia e foi promovido no mesmo cargo. Com a Reforma Benjamin Constant, Nina Rodrigues foi nomeado Substituto da 5ª Seção (Higiene e Medicina Legal), passando a Catedrático de Medicina Legal em 1895.
Neste mesmo ano escreveu a célebre “Memória Histórica”, criticando, de forma avassaladora e irreverente, o sistema de ensino, sem poupar em sua análise os que o precederam na Cátedra. Foi obra de destruição e, por isso, repelida unanimemente pela Congregação. Travou a batalha pelo aprimoramento do ensino médico, pela criação de uma Escola de Medicina Legal e pelo estudo do negro trazido pela colonização portuguesa.
No primeiro lustro de sua vida, mostrou somente preocupações de clínico, não tendo nunca abandonado o nobre exercício da arte de curar, onde foi sacerdote pela dedicação e desprendimento e sábio pela cultura invulgar. Iniciou-se pela patologia tropical, mas logo a seguir voltou-se para outros temas nacionais, disposto a encará-los e a estudá-los. Estudou, observou e experimentou, no Brasil, coisas brasileiras: eis a sua originalidade.
O grande mérito de Nina Rodrigues não está somente na copiosa e frutífera bagagem científica que deixou, excedendo a de todos os mais fecundos cientistas brasileiros; é que, para enaltecer ainda mais os seus valores, aí está a escola médico-legal brasileira que é sua, toda sua, representada por Afrânio Peixoto e Oscar Freire.
Raimundo Nina Rodrigues, o grande mestre da Medicina Legal no Brasil, foi um dominador de vários ramos do saber humano, grande pesquisador, homem de ciência cujo trabalho pertinaz e orientado, o levou às alturas de criador e chefe de uma escola científica de projeção mundial.
Antropologista e etnólogo, o negro e o mestiço foram sempre motivos principais de suas perquirições. Realizou vários estudos sobre a psiquiatria forense no Brasil, publicando, entre outros, valioso trabalho sobre “O Alienado no Direito Civil Brasileiro”. Entre seus trabalhos, devem ser citados: “Os Mestiços Brasileiros” (1890), “As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil” (1894), “Epidemia de Loucura Religiosa no Brasil” (1898), dentre outros.
Com esses estudos e pesquisas, Nina Rodrigues emprestou à Medicina Legal brasileira feição própria, características de autenticidade, traços vivos, afinal, de indiscutível individualidade científica. Estava seu nome vinculado, assim, a um movimento de ideias de grande profundidade e extensão, consubstanciando na Escola Baiana de Medicina Legal.
Fundou, juntamente com o Dr. Juliano Moreira e outros médicos, a Sociedade de Medicina e Cirurgia da Bahia e de Medicina Legal. Foi redator da “Gazeta Médica da Bahia”, fundou e manteve a “Revista Médico-Legal” e colaborou com o periódico “Brasil Médico”, a “Revista Médica de São Paulo” e outras publicações estrangeiras.
Toda a fecunda atividade de Nina Rodrigues desenvolveu-se em menos de dois decênios de sua breve existência. Seu maior mérito foi o de não permitir que se anulassem dentro de si, ante as deficiências e dificuldades do meio, os favores e amplos recursos de uma vocação científica que se havia de afirmar exuberantemente no estudo de problemas então dos mais palpitantes da realidade brasileira.
Foi eleito Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina na Sessão do dia 13 de novembro de 1899, onde é o Patrono da Cadeira 59. Foi, ainda, sócio efetivo e vice-presidente, no Brasil, da Medico-Legal Society, de Nova York e membro estrangeiro da Société Médico-Psychologique, de Paris.
Viveu até as vésperas de completar 44 anos, vindo a falecer a 17 de julho de 1906, em Paris, França. Seu corpo foi sepultado a 10 de agosto de 1906, na Bahia.
O governo no Maranhão, seu estado natal, instituiu prêmio a ser concedido pela Academia em honra a seu nome. Na capital maranhense foi fundado, em março de 1941, o Hospital Nina Rodrigues e a localidade onde nasceu passou a se chamar, em 1962, município de Nina Rodrigues. Na Bahia, está imortalizado pelos homens do Instituto Nina Rodrigues, que foi dirigido pelo eminente Professor Estácio de Lima.