Juliano Moreira

Cientista e médico, nascido em Salvador, no Estado da Bahia, em 6 de janeiro de 1873, filho de Manoel do Carmo Moreira Junior, português, e de Galdina Joaquim do Amaral, que trabalhava na residência de Adriano Alves Lima Gordilho, o Barão de Itapuã. Foi criado pela mãe e reconhecido, posteriormente, pelo pai, um funcionário municipal, inspetor de iluminação pública.

Juliano Moreira iniciou seus estudos primários no Colégio Pedro II e os concluiu no Liceu Provincial, ambos na cidade de Salvador. Doutorou-se muito jovem pela Faculdade de Medicina da Bahia, 1891, com a tese intitulada “Sífilis Maligna Precoce”. Mais tarde, foi professor de Clínica Médica desta mesma faculdade.

Com Pacheco Mendes, Nina Rodrigues, Alfredo Brito e outros, fundou a Sociedade de Medicina e Cirurgia, bem como a Sociedade de Medicina Legal, da Bahia.

É interessante assinalar que Juliano Moreira, além de psiquiatra, foi eminente tropicalista, tendo efetuado vários trabalhos sobre o “gundú” (bouba terciária), a leishmaniose tegumentar, lepra e micetomas.

Na Bahia começou a utilizar, pela primeira vez em nosso meio, a punção lombar com fins diagnósticos.

Em 1902, viajou ao Rio de Janeiro para assistir ao embalsamento de seu amigo e mestre Manoel Vitorino. Eram dias coincidentes com os da posse do Presidente Rodrigues Alves, que teria como Ministro do Interior e Justiça o Dr. José Joaquim Seabra. Através de Afrânio Peixoto, já, então, no Rio, estabelece-se a ligação entre Seabra e Juliano. Este, iniciado o ano de 1903, recebe o convite do Ministro para dirigir, no Rio, o Hospício Nacional de Alienados – Hospício de Pedro II (1841); Hospício Nacional de Alienados (1890); Hospital Nacional de Alienados (1911). O Hospício torna-se o grande centro de assistência, pesquisa e formação de psiquiatras, de indelével marca na história da Medicina brasileira. Por iniciativa do Dr. Juliano Moreira foram fundadas as Colônias de Engenho de Dentro e de Jacarepaguá, as Sociedades de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal, bem como inaugurado o Manicômio Judiciário.

Psiquiatra inovador, em 1903 assumiu a diretoria do Hospital Nacional de Alienados. De sua iniciativa foi a lei de assistência aos alienados, promulgada em 1903 e regulamentada no ano seguinte. Nela amparado, promoveu importante obra de reforma e aparelhamento no hospital sob sua direção e aprimorou a Assistência a Psicopatas, instituição pública de que foi diretor-geral por 28 anos.

Juliano Moreira introduziu uma nova orientação nos estudos de psiquiatria; não se limitou a uma obra material de reformas, tendo libertado o alienado dos meios físicos de repressão, instituindo a sua verdadeira terapêutica. Com o seu vasto e extraordinário cabedal científico, modificou várias concepções da psiquiatria. Austregésilo disse que “a personalidade de Juliano irradiou-se em todas as fórmulas: escolheu pessoas idôneas para amar a ciência e considerar o doente; distribuiu a bondade que é a fórmula mais elementar e eficiente da psicoterapia; fugiu dos corrilhos burocráticos e teve sempre, para o estudioso, a palavra de ânimo, consolo, solicitude e carinho, que foram os segredos da construção da escola científica, além da certitude da orientação, quase criadora que embalsamou durante vinte anos a atmosfera da assistência aos insanos”.

No Rio de Janeiro, a sede do atual “Serviço Nacional de Doenças Mentais”, situado na Av. Pasteur, 296, recebe o nome de “Casa de Juliano Moreira”, tendo sido inaugurada em 17 de fevereiro de 1960, por um de seus discípulos, o Prof. Lopes Rodrigues. 

Considerado como o fundador da psiquiatria científica no Brasil, Juliano Moreira, no campo da literatura médica, escreveu e publicou obras de grande valor, que reúne mais de cem títulos, entre trabalhos científicos e de outra natureza, destacando-se “Assistência aos alienados no Brasil” (1906), “Les maladies mentales au Brésil” (1907) e “A evolução da medicina brasileira” (1908). Fundou, em colaboração com outros médicos, os periódicos “Arquivos brasileiros de psiquiatria, neurologia e medicina legal (1905), “Arquivos brasileiros de medicina” (1911) e “Arquivos do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro” (1930). Foi, ainda, colaborador do periódico “Brasil Médico” e da “Revista Médico-Cirúrgica do Brasil”.

Um dos cientistas brasileiros de maior renome, foi membro de inúmeras instituições científicas, como a Antropologische Gesellschaf de Munique, a Société de Médecine de Paris, a MedicoLegal Society de Nova York e a Medico-Psychological Association de Londres. Foi fundador da Academia Brasileira de Ciências, em 1917.

Na Academia Nacional de Medicina foi eleito Membro Titular, em 1903, e transferido para a classe dos Honorários, em 1930. Foi vice-presidente na gestão do Acadêmico Miguel Couto, no período de 1922 a 1923 e de 1925 a 1933, ano de sua morte.

Faleceu na cidade de Petrópolis, no dia 2 de maio de 1933.

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 235

Cadeira: 57 -

Cadeira homenageado: 57

Membro: Titular

Secção: Medicina

Eleição: 29/10/1903

Posse: 05/11/1903

Sob a presidência: Joaquim Pinto Portella

Saudado: Carlos Pinto Seidl

Falecimento: 02/05/1933

Informações do Acadêmico

Número acadêmico: 235

Cadeira: 57 -

Cadeira homenageado: 57

Membro: Titular

Secção: Medicina

Eleição: 29/10/1903

Posse: 05/11/1903

Sob a presidência: Joaquim Pinto Portella

Saudado: Carlos Pinto Seidl

Falecimento: 02/05/1933

Cientista e médico, nascido em Salvador, no Estado da Bahia, em 6 de janeiro de 1873, filho de Manoel do Carmo Moreira Junior, português, e de Galdina Joaquim do Amaral, que trabalhava na residência de Adriano Alves Lima Gordilho, o Barão de Itapuã. Foi criado pela mãe e reconhecido, posteriormente, pelo pai, um funcionário municipal, inspetor de iluminação pública.

Juliano Moreira iniciou seus estudos primários no Colégio Pedro II e os concluiu no Liceu Provincial, ambos na cidade de Salvador. Doutorou-se muito jovem pela Faculdade de Medicina da Bahia, 1891, com a tese intitulada “Sífilis Maligna Precoce”. Mais tarde, foi professor de Clínica Médica desta mesma faculdade.

Com Pacheco Mendes, Nina Rodrigues, Alfredo Brito e outros, fundou a Sociedade de Medicina e Cirurgia, bem como a Sociedade de Medicina Legal, da Bahia.

É interessante assinalar que Juliano Moreira, além de psiquiatra, foi eminente tropicalista, tendo efetuado vários trabalhos sobre o “gundú” (bouba terciária), a leishmaniose tegumentar, lepra e micetomas.

Na Bahia começou a utilizar, pela primeira vez em nosso meio, a punção lombar com fins diagnósticos.

Em 1902, viajou ao Rio de Janeiro para assistir ao embalsamento de seu amigo e mestre Manoel Vitorino. Eram dias coincidentes com os da posse do Presidente Rodrigues Alves, que teria como Ministro do Interior e Justiça o Dr. José Joaquim Seabra. Através de Afrânio Peixoto, já, então, no Rio, estabelece-se a ligação entre Seabra e Juliano. Este, iniciado o ano de 1903, recebe o convite do Ministro para dirigir, no Rio, o Hospício Nacional de Alienados – Hospício de Pedro II (1841); Hospício Nacional de Alienados (1890); Hospital Nacional de Alienados (1911). O Hospício torna-se o grande centro de assistência, pesquisa e formação de psiquiatras, de indelével marca na história da Medicina brasileira. Por iniciativa do Dr. Juliano Moreira foram fundadas as Colônias de Engenho de Dentro e de Jacarepaguá, as Sociedades de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal, bem como inaugurado o Manicômio Judiciário.

Psiquiatra inovador, em 1903 assumiu a diretoria do Hospital Nacional de Alienados. De sua iniciativa foi a lei de assistência aos alienados, promulgada em 1903 e regulamentada no ano seguinte. Nela amparado, promoveu importante obra de reforma e aparelhamento no hospital sob sua direção e aprimorou a Assistência a Psicopatas, instituição pública de que foi diretor-geral por 28 anos.

Juliano Moreira introduziu uma nova orientação nos estudos de psiquiatria; não se limitou a uma obra material de reformas, tendo libertado o alienado dos meios físicos de repressão, instituindo a sua verdadeira terapêutica. Com o seu vasto e extraordinário cabedal científico, modificou várias concepções da psiquiatria. Austregésilo disse que “a personalidade de Juliano irradiou-se em todas as fórmulas: escolheu pessoas idôneas para amar a ciência e considerar o doente; distribuiu a bondade que é a fórmula mais elementar e eficiente da psicoterapia; fugiu dos corrilhos burocráticos e teve sempre, para o estudioso, a palavra de ânimo, consolo, solicitude e carinho, que foram os segredos da construção da escola científica, além da certitude da orientação, quase criadora que embalsamou durante vinte anos a atmosfera da assistência aos insanos”.

No Rio de Janeiro, a sede do atual “Serviço Nacional de Doenças Mentais”, situado na Av. Pasteur, 296, recebe o nome de “Casa de Juliano Moreira”, tendo sido inaugurada em 17 de fevereiro de 1960, por um de seus discípulos, o Prof. Lopes Rodrigues. 

Considerado como o fundador da psiquiatria científica no Brasil, Juliano Moreira, no campo da literatura médica, escreveu e publicou obras de grande valor, que reúne mais de cem títulos, entre trabalhos científicos e de outra natureza, destacando-se “Assistência aos alienados no Brasil” (1906), “Les maladies mentales au Brésil” (1907) e “A evolução da medicina brasileira” (1908). Fundou, em colaboração com outros médicos, os periódicos “Arquivos brasileiros de psiquiatria, neurologia e medicina legal (1905), “Arquivos brasileiros de medicina” (1911) e “Arquivos do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro” (1930). Foi, ainda, colaborador do periódico “Brasil Médico” e da “Revista Médico-Cirúrgica do Brasil”.

Um dos cientistas brasileiros de maior renome, foi membro de inúmeras instituições científicas, como a Antropologische Gesellschaf de Munique, a Société de Médecine de Paris, a MedicoLegal Society de Nova York e a Medico-Psychological Association de Londres. Foi fundador da Academia Brasileira de Ciências, em 1917.

Na Academia Nacional de Medicina foi eleito Membro Titular, em 1903, e transferido para a classe dos Honorários, em 1930. Foi vice-presidente na gestão do Acadêmico Miguel Couto, no período de 1922 a 1923 e de 1925 a 1933, ano de sua morte.

Faleceu na cidade de Petrópolis, no dia 2 de maio de 1933.

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