Diretrizes para produção de vacinas nacionais contra covid-19

22/09/2021

Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências e a Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações lançam nesta quinta (23) documento com diretrizes para o desenvolvimento de novas vacinas contra Covid-19. 

Segundo o documento, a produção de imunizantes brasileiros é uma questão de segurança nacional. Deixar isso a cargo de poucos países no mundo e depender dessas nações pode significar um risco para toda a população. Além disso, é importante estar atento ao surgimento de novas variantes do vírus e ter a capacidade de responder a essas demandas.

Participam do evento, o presidente da Academia Nacional de Medicina, Rubens Belfort Jr., o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich; e o pesquisador e membro tanto da ANM como da ABC, Marcelo Morales, atual secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI. 

No documento são explicitadas questões éticas no desenvolvimento de imunizantes e testes clínicos em grupos minoritários ou de risco elevado. Soma-se a isso, aspectos como similaridade imunológica e questões relativas à segurança de uma vacina em desenvolvimento comparada a imunizantes já utilizados.

O documento completo pode ser acessado em https://www.anm.org.br/wp-content/uploads/2021/09/RevistaGtDiretrizesparadesenvolvimentodenovasvacinas2021.pdf.

O documento traz 6 de recomendações como: 

  1. É fundamental manter vigilância genômica ativa das variantes circulantes em todo país, uma vez que precisamos entender o risco do surgimento e circulação de novas cepas que possam causar escape vacinal; 
  2. É fundamental realizar estudos de eficiência vacinal nas diferentes faixas etárias das populações expostas a diferentes vacinas, o que deverá auxiliar o Programa Nacional de Imunização a selecionar as vacinas mais eficientes para a população brasileira; 
  3. É fundamental realizar estudos comparativos de resposta imune humoral e celular em populações com idades diferentes expostas a diferentes vacinas e após dose de reforço. Nestes estudos, é importante correlacionar a resposta imune com a eficiência vacinal, bem como acompanhar os escapes vacinais nestas populações. Estes estudos são importantes para o entendimento de possíveis correlatos de proteção na população brasileira; 
  4. É fundamental estabelecer laboratórios capazes de realizar exames de avaliação de correlatos de proteção utilizando boas práticas laboratoriais, padrões internacionais e técnicas estabelecidas globalmente. Tais laboratórios diminuiriam a dependência externa do Brasil na condução de estudos clínicos de similaridade imunológica. É importante que a Anvisa seja envolvida na discussão sobre quais técnicas devem ser adotadas por estes laboratórios; 
  5. É fundamental que novos candidatos vacinais com eficácia comprovada contra as variantes de preocupação continuem a ser desenvolvidos; 
  6. É fundamental que estudos clínicos focados em similaridade imunológica com novos candidatos vacinais sejam conduzidos utilizando-se preceitos éticos que considerem a impossibilidade da comparação com o placebo e a comparação com os melhores produtos existentes mundialmente ou frente aos melhores produtos majoritariamente usados no país. 

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