Última aula teórica do Curso de Atualização aborda o Traumatismo Crânio-Encefálico

19/11/2015

A última aula teórica do Curso de Atualização da ANM, dia 19 de novembro, teve como tema o Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE). O responsável pela aula foi o Dr. Flávio Nigri, convidado pelo Acadêmico Carlos Roberto Telles Ribeiro.

Dr. Flávio Nigri começou abordando a epidemiologia do TCE e lembrou que este evento ocorre mais em homens que em mulheres, mais em jovens e crianças que em idosos. As quedas, de um modo geral, são a principal causa de TCE, seguidas pelos acidentes de trânsito. Sobre este aspecto, o palestrante afirmou que, por sua experiência como chefe de um serviço público de neurocirurgia, a Lei Seca contribuiu bastante para a redução de lesões crânio-encefálicas no trânsito, o que, inclusive, já é corroborado por alguns estudos científicos.

Em relação à fisiopatologia, o Dr. Nigri explicou aos alunos os alguns mecanismos de trauma e a diferenciação entre lesões primárias e lesões secundárias. O palestrante ratificou, também, a importância do atendimento pré-hospitalar no TCE, que pode facilitar o tratamento definitivo e minimizar as lesões permanentes. Destacou ser fundamental conseguir, e manter, uma via aérea pérvia, pois o tecido neural é rapidamente lesado em hipóxia ou anóxia. Ressaltou a relevância de uma ressuscitação cardiopulmonar bem realizada para a chegada de glicose e oxigênio no tecido em sofrimento, além da imobilização da coluna cervical.

Quanto ao exame físico, o Dr. Flávio Nigri enfatizou que os alunos devem dominar conceitos e valores da Escala de Coma de Glasgow e aprender a utilizá-la com segurança. Afirmou que a classificação de um paciente em relação a esta escala é um excelente elemento para definir as condutas subsequentes. Ainda em relação ao exame físico, o palestrante reforçou a necessidade de se dominar a semiologia neurológica e de um exame neurológico completo, assim que possível, em todos os pacientes.

Afirmou, também, que a tomografia computadorizada de crânio é o melhor exame complementar para definir diagnósticos, métodos de atuação e prognósticos em casos de TCE, sendo imprescindível para um serviço de Neurocirurgia ou Trauma que seja referência nesta área médica. Acerca da conduta final e do tratamento definitivo, Dr. Nigri explicou que analisar o mecanismo do trauma, juntamente com os resultados do Glasgow, do exame neurológico, dos exames complementares e da tomografia, é o que vai definir se a indicação é de tratamento conservador ou cirúrgico. Ao final, mostrou aos alunos alguns casos de TCE e questionou, para que debatessem em conjunto, quais seriam as condutas mais apropriadas em cada situação.

O Dr. Flávio Nigri é médico graduado pela (UERJ), com residência em Neurocirurgia pela UERJ e especialização em Neurocirurgia pela Universidade de Paris XII. Mestre e Doutor em Biologia (Biociências Nucleares) pela UERJ, atualmente é Chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Pedro Ernesto, da UERJ.

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