Malária tem sessão especial

26/04/2013

Em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Malária, a Academia Nacional de Medicina recebeu a Coordenadora do Programa Nacional de Controle da Malária no Brasil, Ana Carolina Silva Santelli, na sessão realizada no dia 25/04/2013. No ano 2012, o Brasil contabilizou 241 mil casos da doença, número bem abaixo dos cerca de 615 mil registrados em 2000, segundos dados do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológicas (Sivep). A queda dos números também foi acompanhada pela redução da incidência parasitária, como mostrou a Dra. Santelli.

Somam-se a esses dados animadores, os gráficos apresentados que refletem curva decrescente mais acentuada dos casos de malaria por Falciparum se comparados aos de malaria por Vivax. A malária Falciparum é considerada a mais grave. Como resultado, as hospitalizações pela doença acompanharam a tendência de queda e passaram de 20 mil, em 2000, para menos de quatro mil, em 2012. E os óbitos também declinaram: de 240 para 50 por ano em todo o Brasil.

A Dra. Santelli, ressaltou alguns marcos históricos brasileiros: desde a criação, em 1942, da Fundação Serviço Especial de Saúde Pública até o Sivep Malária, em 2003, que faz o registro de todos os casos na região Amazônica. Entre as conquistas lembradas, a criação do SUS, em 1988, o Programa de Controle da Malária na Bacia Amazônica (1990), a estruturação da Funasa (1991), o Plano de Intensificação de Controle da Malária na Amazônica Legal (2000).

A Coordenadora do Programa Nacional de Controle da Malária relembrou ainda outros importantes momentos na luta contra a doença. Em 1995, segundo ela, foi lançada uma campanha mundial para controle vetorial com uso de DDT. Esse controle do vetor obteve sucesso em diversas regiões do planeta. No Brasil, possibilitou o controle em regiões como Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

Para ela, os desafios ainda são muitos. Segundo ela, não podemos esquecer que vivemos num país tropical que tem condições climáticas favoráveis tanto ao vetor como ao parasita, o que dificulta o controle da doença e, por isso, é preciso ficar sempre alerta. Também são desafios importantes o acesso ao diagnostico precoce e a melhoria no tratamento com, por exemplo, a oferta dos dois medicamentos (cloroquina e primaquina), usualmente utilizados, em apresentação única. Santelli apontou o controle vetorial como outro desafio, pois é fundamental, segundo ela, o desenvolvimento de inseticidas com maior duração de efeito, além de se investir também para melhorar o monitoramento da resistência.

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